Manifestantes fizeram na noite desta quarta-feira (16) um protesto contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. O protesto bloqueou a avenida nos dois sentidos e terminou à meia-noite ao som de batuques dos manifestantes que resistiam a ir embora.
Sem carro de som e a princípio sem estrutura organizada, a manifestação começou, segundo a Polícia Militar, às 18h15, e foi crescendo. Às 20h45, a PM estimou em 5 mil pessoas no protesto. Segundo a assessoria de imprensa do movimento Vem Pra Rua, ao final da noite o protesto reunia 70 mil pessoas.
Sem carro de som e a princípio sem estrutura organizada, a manifestaçãoOs manifestantes gritaram frases de ordem contra a nomeação de Lula e pedem a renúncia de Dilma. Quatro quarteirões da Paulista estão tomados pelos manifestantes.
Gritos a favor do impeachment ou renúncia da presidente Dilma Rousseff e contra a ida do ex-presidente Lula para o governo marcaram a manifestação. O juiz federal Sérgio Moro foi aclamado como herói nacional e havia faixas que sugeriam "Moro presidente".
O prédio da Fiesp acendeu luzes verdes e amarelas com destaque para a frase "renúncia já". Em frente ao Masp, manifestantes encheram o “pixuleco” (boneco que representa Lula com roupa de presidiário).
O catador de papel Thiago Santos, pai de três filhos, disse que coleta materiais na região do Paraíso e aderiu ao protesto. "Eu estava passando e resolvi dar uma forca para o país. Acho que Brasil precisa melhorar muito", afirmou.
Agressão
Um casal de jovens foi agredido verbal e fisicamente durante o protesto, informou a rádio CBN. Segundo o jovem de 21 anos, ele e sua namorada voltavam do local onde ela trabalha quando decidiram entrar no vão do Masp, onde acontecia a concentração do ato, "para fumar um cigarro e conversar". Ela, então, teria sido agredida.
"Algum dos caras gritou: 'Lula tem que ser preso' na orelha dela e ela não acha que isso é certo. [Ela] falou não e começou a discussão", disse o jovem à CBN. "Ele começou a me bater, velho, do nada", acrescentou a jovem, chorando.
A agressão foi registrada em vídeo. Nas imagens, é possível ver o momento em que um grupo de manifestantes rodeia os jovens e os agride. A bicicleta do jovem parece ser danificada na confusão. Momentos depois, o grupo encurrala o casal próximo a um dos pilares do Masp, onde grita palavras de ordem contra sua presença no local.
Segundo a Polícia Militar, um chamado para agressão foi registrado às 19h20, na Paulista, e apresentado no 78º Distrito Policial de São Paulo, nos Jardins. No entanto, ainda não foi confirmado se ele tem relação com a agressão ao casal.