Edição do dia 24/07/2014

25/07/2014 01h19 - Atualizado em 25/07/2014 01h20

Willem Dafoe e Mikhail Baryshnikov falam sobre espetáculo em São Paulo

No dia 24 de julho estreou a peça "The Old Woman" na capital paulista.
Veja entrevista exclusiva com o ator hollywoodiano e o bailarino consagrado.

Janaína LepriSão Paulo, SP

Na noite de quinta-feira (24), estreou em São Paulo a peça The Old Woman (“A Velha”, que traz dois astros internacionais para 11 apresentações em palcos brasileiros: o ator Willem Dafoe e o bailarino Mikhail Barishnikov.

A maquiagem pesada deixa quase anônimos dois homens famosos no mundo todo. É até difícil saber quem é quem em um jogo de espelhos que acontece em The Old Woman (“A Velha").

É basicamente a história de um homem que pergunta as horas para uma mulher na rua, uma mulher louca e que torna a vida dele um inferno"
conta o ator e bailarino Mikhail Baryshnikov

Os atores por trás de toda aquela maquiagem são o prestigiadíssimo Willem Dafoe, que conhecemos de vários filmes de Hollywood, e o bailarino e também ator Mikhail Baryshnikov, que separaram um pouquinho do tempo deles no Brasil para conversar com o Jornal da Globo.

Na peça, uma mulher torna a vida de um homem um inferno, ao estilo de um dos principais nomes do teatro de vanguarda: o americano Robert Wilson. Estão lá o cenário primoroso e luz precisa, tão precisa quanto os movimentos dos dois atores em cena, vivendo o mesmo personagem.

"Exige sempre um alto nível de energia e atenção", explica o ator Willem Dafoe. "Se tirarmos uma expressão do tango, se alguém cometer um erro, você pisa no pé do seu companheiro", complementa Baryshnikov.

Cinema e teatro são atividades diferentes, muito diferentes. Eu não tenho o que escolher. Então, continuo fazendo os dois. Depois de fazer filmes por um tempo, eu sinto necessidade de fazer teatro. É um equilíbrio, um exercício de diferentes músculos"
diz o ator americano Willem Dafoe

Coreografias nunca foram problema para Baryshnikov, mas nem para Dafoe, que no cinema já fez muita cara de mau Já no teatro, aparece um outro lado do ator, que ele não abre mão de mostrar.

Baryshnikov diz ainda não ter a mesma intimidade com esse tipo de performance. Mas a química entre os dois no palco tem sido elogiada no mundo todo. O bailarino diz que aprende muito com Dafoe. E, em último caso, até chora no ombro dele.

"Eu me sinto confortável pra chorar no ombro dele às vezes", conta Baryshnikov, com risos.

Se o público vai rir ou chorar, não dá para prever. O texto é engraçado e triste ao mesmo tempo. Por isso, o conselho dos atores é se deixar levar.