11/10/2012 08h02 - Atualizado em 11/10/2012 08h02

Certificação ajuda a impulsionar a produção de cachaça de Paraty, RJ

Para conquistar o selo os produtores tiveram que estabelecer um padrão.
Produção anual de cachaça gira em torno de 400 mil litros.

Do Globo Rural

A cachaça, um dos mais autênticos produtos brasileiros, está certificado com o Selo de Origem. A conquista ajudou a impulsionar a atividade em Paraty, no Rio de Janeiro.

A produção começou por causa de uma característica da região de Paraty. O município tem uma média de chuva de 2,5 mil milímetros por ano. Com isso, a cana que nasce no lugar não produz um bom açúcar, mas a cachaça tem excelente qualidade. No século 19, havia mais de 100 engenhos na região. Com a abolição dos escravos e sem mão-de-obra, a atividade entrou em decadência. Hoje, existem no lugar apenas sete produtores, que se uniram para aproveitar a vantagem de manter a tradição.

O documento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) está na porta do alambique do produtor Eduardo Mello dando boas-vindas aos clientes. A cachaça é negócio de família desde a geração do tataravô do produtor, que foi um dos pioneiros na atividade.

É fácil identificar o selo de indicação de procedência, que fica no gargalo da garrafa e serve para proteger a produção da cachaça dos tipos tradicional branca, ouro, prata e, no caso de Paraty, da aguardente azulada, bebida típica da região que leva na composição folhas de tangerina.

Para conquistar o selo os produtores tiveram que estabelecer um padrão. O desafio foi unir a tradição com a tecnologia, sem perder o aspecto artesanal da cachaça, uma das características que garantiram a certificação. A cachaça branca fica nos tonéis de aço inox, que conserva o sabor original da cana. A prata fica em tonéis de madeira brasileira, como amendoim ou jequitibá. Já para a cachaça ouro são reservados tonéis de carvalho francês ou bálsamo, que dá mais cor e aroma para a bebida.

O próximo passo agora é o replantio dos canaviais. A produção anual de cachaça gira em torno de 400 mil litros. A maior parte disso é vendida em Paraty, que tem um mercado aquecido com a presença de turistas. Em julho, a cachaça de salinas, em Minas Gerais, também recebeu o selo do INPI.

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