Rompuy, participa de coletiva de imprensa em
Bruxelas (Foto: Reuters)
Líderes da União Europeia concordaram nesta sexta-feira (19) que um único supervisor será responsável por inspecionar os bancos da zona do euro a partir do ano que vem.
Detalhes sobre o número preciso de bancos a serem monitorados e os poderes do supervisor --o Banco Central Europeu (BCE) - ficarão, entretanto, para mais tarde.
A decisão abre caminho para o fundo de resgate da zona do euro injetar capital diretamente em bancos problemáticos durante o curso de 2013, mas se isso permitirá que a Espanha retire parte de suas responsabilidades bancárias dos livros do governo também só deverá ser determinado mais tarde neste ano.
"Houve um acordo, um bom acordo, sobre o cronograma e sobre os bancos como um todo", disse o presidente francês, François Hollande, a repórteres ao chegar para o segundo dia da cúpula após 10 horas de negociações na quinta-feira que avançaram até as primeiras horas de sexta-feira.
"Houve uma disposição de progressivamente organizar o mecanismo (de supervisão)."
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disse que os 27 líderes concordaram em adotar uma estrutura legal até o final deste ano dando ao BCE responsabilidade total pela supervisão bancária, com reguladores nacionais consultados.
"Uma vez que isso esteja definido, o mecanismo de supervisão única poderá provavelmente estar efetivamente operacional no curso de 2013", disse ele em entrevista à imprensa às 4 horas da manhã, horário local.
Autoridades da França e da UE disseram que todos os 6 mil bancos da zona do euro ficarão gradualmente sob supervisão do BCE até 2014, a começar pelos que recebem ajuda estatal, então grandes instituições internacionais, embora o comunicado dos líderes da UE não tenha especificado um número ou detalhes de um cronograma.
Uma das questões mais difíceis --sobre a representatividade terão os bancos de fora da zona do euro que decidirem se juntar ao esquema no BCE-- terá que ser resolvido até o final do ano, junto com uma série de outros obstáculos legais.
A criação de uma união bancária efetiva, para o qual esse acordo foi um primeiro passo, é considerada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e por economistas como um componente determinante para superar a crise de três anos da zona do euro.
Hollande disse que os líderes não discutiram possível assistência financeira para a Espanha, outra questão crítica na resolução da crise.
"Esta noite, tenho a confirmação de que o pior ficou para trás", disse ele em entrevista à imprensa.
"Estamos no caminho para resolver os problemas que durante muito tempo paralisaram a zona do euro e a deixaram vulnerável."
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