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Política

DF: deputado da 'oração da propina' também deve renunciar

26 fev 2010 - 19h55
(atualizado às 20h08)
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O deputado distrital Brunelli (PSC) deverá ser o próximo a renunciar ao mandato na Câmara Legislativa no Distrito Federal. Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, a carta de renúncia já está pronta e pode ser entregue à mesa diretora na próxima semana. O deputado é suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora, desencadeada pela Polícia federal, conhecido como mensalão do DEM. Ele aparece em um vídeo rezando em agradecimento ao dinheiro recebido.

Brunelli teve o processo por quebra de decoro aprovado essa semana na Comissão de Ética da Câmara Legislativa. A relatora do processo, deputa Érika Kokay (PT) disse que não conseguiu entrar em contato com Brunelli para notificá-lo. Para que o parlamentar fique livre do processo, deve renunciar antes da notificação.

Brunelli está de lincença médica desde janeiro, devido a problemas de pressão. A licença é válida até o dia 8 de março.

Notificação

A deputada disse nesta sexta-feira que vai apresentar um projeto mudando o sistema de notificação de parlamentares que sejam alvo de processos por quebra de decoro. A proposta estabelece um prazo de três dias úteis para que o relator notifique o deputado cujo processo tenha sido aprovado pela comissão de ética. O prazo começa a valer a partir da aprovação.

Caso não seja possível fazer a notificação, ele poderá ser oficializada por duas publicações no Diário Oficial da Câmara Legislativa. "Espero aprovar a proposta já na terça feira, em primeiro e segundo turnos", disse.

A deputada afirmou que vai tentar notificar Brunelli durante o fim de semana. Ela disse que ainda não conseguiu entrar em contato com o colega. "Fui ao gabinete dele e me parece que ele iria renunciar, mas não tem nada concreto ainda", disse.

Outra deputada distrital que teve processo por quebra de decoro aprovado na Comissão de Ética, é Eurides Brito (PMDB). Segundo a assessoria de imprensa da parlamentar, ela mantém a posição de não renunciar, mas sim enfrentar o processo, que tem como relator, o Bispo Renato (PR).

Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que também tinha processo por quebra de decoro aprovado na Comissão de Ética, renunciou ao mandato nesta sexta-feira e ficou livre do processo.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados no final do ano passado, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Redação Terra
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