Economia

Gigante de buscas abandona Android Market e reúne conteúdo na Google Play

Companhia lança 'a sua própria iTunes'. Serviço não tem previsão para chegar ao Brasil

Google encerra Android Market e lança Google Play, sua versão da iTunes
Foto: Reprodução
Google encerra Android Market e lança Google Play, sua versão da iTunes Foto: Reprodução

RIO e SÃO FRANCISCO - A Google anunciou nesta terça-feira uma grande reformulação da Android Market, a sua loja de aplicativos para dispositivos Android lançada em 2008, que ganhou novo nome e novas funções. Chamada de Google Play, a plataforma de compras será atualizada aos poucos nos aparelhos Android, nos próximos dias. A Google Play terá as mesmas funcionalidades de loja virtual, mas com novo conteúdo, em um esforço para melhorar a experiência de compra de conteúdo digital. A partir de hoje, será possível compartilhar músicas, filmes, livros e aplicativos em aparelhos equipados com o sistema Android em alguns países. Os conteúdos de eBookStore e Google Music também farão parte da loja.

Além de melhorar a experiência de compra - um sucesso na App Store e na iTunes, da Apple - o esforço da gigante de buscas é parte de um projeto para diversificar a fonte de receita da companhia, que tem a publicidade online respondendo por até 96% do total. Com a Google Play, a empresa espera que mais pessoas que ocasionalmente acessavam a Android Market apenas para comprar aplicativos ou baixar programas gratuitos, comecem a considerar a compra de um ebook ou de músicas.

"Hoje nós estamos eliminando todos os problemas com o Google Play, um destino de entretenimento digital onde você pode encontrar, desfrutar e compartilhar suas músicas, filmes, livros e aplicativos favoritos na internet e nos seus smartphones e tablets Android", escreveu Jamie Rosenberg, Diretor de Conteúdo Digital da Google, no blog da companhia.

De acordo com a Google, o Google Play é totalmente baseado em nuvem e armazena conteúdo online para que o usuário possa acessá-lo sempre que quiser, onde e como quiser (via desktop, smartphones e tablet Android). O usuário terá acesso a 20 mil músicas gratuitamente além de “outras milhares” de faixas pagas, diz a companhia. A loja também dá acesso a mais de 450 mil aplicativos e jogos para Android, a livros digitais e ao aluguel de filmes, incluindo lançamentos e títulos em HD.

Android Market, agora Google Play, vive a sombra da iTunes

Uma questão óbvia e que ainda precisa ser resolvida é exatamente no setor de músicas. Desde que a Google começou a vender faixas há quatro meses, apenas três das quatro maiores gravadoras - Vivendi SA's Universal Music, EMI Group e Sony Music Entertainment - concordaram em oferecer conteúdo na Android Market. A Warner Music continua irredutível em fazer um acordo, desfalcando a loja em conteúdo.

Desde que foi lançada em outubro de 2008, a Android Market tem crescido constantemente ao lado do software Android, também da Google. Mais de 300 milhões de aparelhos Android estão em uso atualmente em todo o mundo; outros seis milhões são ativados a cada semana. A Android Market já reune mais de 450 mil aplicativos e a Google tem ainda mais de 4 milhões de livros, incluindo títulos gratuitos, e mais de 13 milhões de músicas e filmes disponíveis em seu catálogo.

Apesar de ter um tamanho bem razoável, a Android Market vive a sombra da App Store e da iTunes, da Apple, que lançou sua loja iTunes em 2003. Desde então, a Apple tem expandido o seu conteúdo e além das faixas musicais, vende filmes, livros, jornais, revistas e até livros didáticos. Atualmente, a loja da Apple tem mais de 550 mil aplicativos pagos e gratuitos e alcançou no sábado a marca de 25 bilhões de downloads .

Google Play não tem previsão para chegar ao Brasil

Nenhuma das alterações afetará arquivos que os clientes já adquiriram ou armazenam em aparelhos Android, administrados sob contas Google.

“Músicas, filmes, livros e aplicativos já comprados ou baixados vão continuar disponíveis através da Google Play, basta fazer login com sua conta Google, como sempre”, diz a companhia.

Entretanto, o lançamento pouco muda na rotina dos usuários brasileiros. Quem acessa o site play.google.com com uma conta nacional vê apenas a velha Android Market com nome e visual novo. Não é possível comprar ou baixar músicas, filmes e livros - apenas os aplicativos e jogos já disponíveis.

Já nos Estados Unidos, terra da Google, tudo já está disponível nesta estreia da Google Play. No Canadá e no Reino Unido, o serviço vai oferecer filmes, livros e aplicativos - sem músicas. Na Austrália, apenas livros e aplicativos, e no Japão, somente filmes e aplicativos. O serviço ainda não tem previsão para chegar ao Brasil com conteúdo local, afirma a Google.