Hell Divine Nº 04 - Julho/2011

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NDICE

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DITORIAL

Quem diria, após muito trabalho e uma incessante divulgação, estamos na edição número 4. Coisas novas, coisas de sempre. Novos membros e saída de outros. E assim a revista continua firme e forte. Com orgulho, lançamos, no mês passado, a segunda coletânea da Hell Divine – intitulada “Upcoming Hell” – desta vez, com foco exclusivo no metal nacional. Um sucesso de downloads até agora, bem como a edição passada da revista, que passou das quinze mil leituras em apenas trinta dias. Algo realmente notável e com motivos de sobra para comemorarmos, tendo em vista que somos – ainda – uma revista digital e gratuita. Mas a vitória não é só nossa, é de todos nós, headbangers. O retorno das pessoas tem sido extremamente positivo e, em nome de toda equipe da HD, quero agradecer pelos comentários, sugestões, reclamações e, principalmente, aos parceiros, que exercem um trabalho fundamental na solidificação de nossa estrutura. Nosso Twitter cada dia mais ganha novos seguidores, assim como a página no Facebook. O blog oficial está sempre atualizado e recheado de notícias. Tudo isso formando um pacote completo de entretenimento para você, leitor, que nos acompanha sempre. O trabalho é árduo, contínuo e muitas vezes complicado, mas no final torna-se compensador, motivo de orgulho mesmo. Espero que gostem desta edição, na qual buscamos uma mistura de estilos e nacionalidades nas entrevistas, matérias e resenhas. Leia e divulgue, vamos fazer uma revista cada vez melhor, afinal, ela é nossa! Go To Hell!

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QUIPE

Pedro Humangous.

Editor Chefe: Pedro Humangous Redatores: Augusto Hunter e Yuri Azaghal Designer: Ricardo Thomaz Publicidade: Maicon Leite Revisão: Fernanda Cunha Salim Colaboradores: Igor Scherer, Marcelo Val, Luiz Ribeiro, Cupim Lombardi e Rachel Möss. Envio de Material: Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 - Ed. Mirante das Águas Águas Claras - Brasília/DF - CEP: 71909-360

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All Shall Perish “This Is Where It En ds

Trivium “In Waves”

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Quinta-feira, 21 de julho GRAVE DIGGER - Rio de Janeiro/RJ

Terça-feira, 6 de setembro BLIND GUARDIAN - Porto Alegre/RS

Sábado, 23 de julho GRAVE DIGGER - São Paulo/SP

Quinta-feira, 8 de setembro BLIND GUARDIAN - São Luís/MA

Domingo, 24 de julho GRAVE DIGGER - Curitiba/PR

Sexta-feira, 9 de setembro BLIND GUARDIAN - São Paulo/SP

Quinta-feira, 28 de julho EVERGREY - Porto Alegre/RS HELMET - São Paulo

Sábado, 10 de setembro BLIND GUARDIAN - Curitiba/PR JUDAS PRIEST e WHITESNAKE - São Paulo/SP MORBID ANGEL, BELPHEGOR e RAGNAROK - Belo Horizonte/MG

Sexta-feira, 29 de julho EVERGREY - São Paulo/SP TYR - Curitiba/PR Sábado, 30 de julho HELMET - Porto Alegre/RS NUCLEAR ASSAULT - São Paulo/SP TYR - São Paulo/SP Domingo, 31 de julho EVERGREY - Sorocaba/SP NUCLEAR ASSAULT - Catanduva/SP TYR - Belo Horizonte/MG sábado, 13 de agosto BLACK LABEL SOCIETY - São Paulo/SP DEVILDRIVER São Paulo/SP Domingo, 14 de agosto BLACK LABEL SOCIETY - Porto Alegre/RS DEVILDRIVER - Curitiba/PR Sábado, 20 de agosto TESTAMENT - São Paulo/SP Sexta-feira, 26 de agosto DESTRUCTION - Curitiba/PR Sábado, 27 de agosto DESTRUCTION - São Paulo/SP

Domingo, 11 de setembro JUDAS PRIEST e WHITESNAKE- Rio de Janeiro/RJ MORBID ANGEL, BELPHEGOR e RAGNAROK - São Paulo/SP X JAPAN - São Paulo/SP Terça-feira, 13 de setembro JUDAS PRIEST e WHITESNAKE - Belo Horizonte/MG Quinta-feira, 15 de setembro JUDAS PRIEST e WHITESNAKE - Brasília/DF Sexta-feira, 14 de outubro MACHINE HEAD - São Paulo/SP Sábado, 15 de outubro MACHINE HEAD - Curitiba/PR Domingo, 16 de outubro MACHINE HEAD - Porto Alegre/RS Domingo, 16 de outubro SEPULTURA - Porto Alegre/RS Terça-feira, 18 de outubro IMMORTAL - São Paulo/SP

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Não é fácil manter uma banda e fazê-la conhecida em todo o mundo. É necessário habilidade com os instrumentos, criatividade, um pouco de sorte e, principalmente, vontade e paixão de realizar esse sonho. No entanto, quando se consegue juntar esses elementos, a glória e a fama são garantidas. Para exemplificar essa árdua tentativa que deu certo, trazemos o Belphegor, um dos gigantes mundiais do Death Metal e do Black Metal. Veja a seguir uma entrevista exclusiva com Helmuth. HELL DIVINE: Agradecemos muito por essa honra. A banda foi formada com o nome “Betrayer”. Pode nos falar sobre o motivo da mudança de nome? Quem deu essa ideia? Helmuth: Hail! Acabamos de voltar da Hellfest, na França, e que final de semana matador cara, acima de incrível! Um dos melhores festivais de toda a Europa! Com o prazer de ser convidado de novo – com toda experiência novamente – e em três dias percorremos todo o território europeu, com 22 shows ao lado de Deicide etc. Voltando à pergunta, reconhecemos tarde demais que havia outra banda sob o mesmo apelido. E isso foi muita sorte cara, sério. Agradeço muito a essa banda polonesa com o mesmo nome (risos). Então Sigurd (guitarrista/membro fundador) e eu procuramos por um “banner” mais maligno, no final de 1992. O demônio, chamado Belphegor, soou perfeito para nós. A demo “Bloodbath In Paradise” (início de 1993) foi o primeiro lançamento sob esse nome, seguido pelo nosso primeiro álbum de estúdio intitulado “The Last Supper” (janeiro 1995). Surreal (risos)...inacreditável nós estarmos aqui e conseguirmos quebrar tudo! Uau! Salve o Caos! HELL DIVINE: O Belphegor provou grande talento e habilidade em quase 20 anos de carreira. E toda banda possui sua obraprima favorita. Qual é o seu álbum favorito do Belphegor? Que álbum te deixa orgulho? Helmuth: Valeu cara. Bem, é difícil dizer. Todos os discos possuem faixas especiais e atmosferas que podem s e r comparadas, é como uma tatuagem, um diário, fala-

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mos de música dessa forma, mas em minha opinião, fizemos algo especial com “Necrodaemon Terrorsathan” (lançado, em 2000). Fizemos algo novo com a banda e musicalmente falando, a banda se desenvolveu muito. “Lucifer Incestus” foi o nosso mais rápido, “Pestapokalypse VI”, “Goatreich – Fleshcult” ou “Bondage Goat Zombie” são os nossos mais técnicos... “Blood Magick Necromance” o nosso mais variado e épico. Me dediquei a todo eles. HELL DIVINE: Falando nisso, pode nos falar sobre as suas inspirações? Que artistas influenciaram a banda? Helmuth: Pego inspiração em tudo. AC/DC, Death, Danzig, Black Sabbath, Slayer, Deep Purple, Deicide, Manowar, Morbid Angel etc. Muito importantes para mim e a lista não tem fim. Quero dizer, hoje em dia Death/Black metal dominam o mundo. São os mais fortes e os mais arcaicos, em minha opinião. Música clássica é bem intensa – tão monumental –, uma obra como o “Requiem” de Mozart te faz pirar até a morte; se você ouvi-la bem alto, é uma arte obscura e você pode sentir que ele sabia que morreria em breve, quando ele a compôs. A mesma coisa com o “Extremo” Death/Black Metal, que é cru, arcaico e atmosférico – assombroso e obscuro. HELL DIVINE: Que tipos de ideias inspiraram a criação da banda? Em algum momento você pensa em tornar a banda comercial ou o Belphegor é leal ao underground? Helmuth: Não me importo muito com o Mainstream ou com a chamada cena underground. Estamos aqui desde 1993 e sempre andamos na nossa própria trilha, decidindo por nós mesmos, sabe? A música, a força, o som do caos está acima de tudo... e permanecerá acima. HELL DIVINE: Sob seu ponto de vista, quais são as principais diferenças em termos de composição do seu novo trabalho e “Walpurgis Rites – Hexenwahn”? Helmuth: Não comparo álbuns, cara, mas o novo monstro é muito especial para mim. Nos desenvolvemos muito musicalmente; para escrever, criar e


gravar esse álbum foi muito trabalhoso. Mais retalhamento, gosto e ignorar o resto. Cada um na sua. Mesmo assim, acho mais sangue, mais mágico. É a primeira vez que usamos uma que é uma ótima época para o metal, muitas pessoas estão se orquestra em nossa produção, o que dá um toque assombroso interessando por música com guitarra de novo, e isso é perfeito. aqui e ali. Por exemplo, na primeira faixa, “In Blood – Devour This A vida sem rock e metal soa uma droga. É uma das melhores e Sanctity”, a melodia do coro foi inspirada no compositor clás- mais importantes coisas na minha vida... é religião, é paixão, é o sico Johannes Brahms em seu clássico “Hungarian Dance #1” fôlego, a essência da vida, a arte no geral. (1833 - 1897). Explorei essa melodia... é majestoso, Brahms é incrível! Desde os meus 14 anos tenho essa visão e agora estou HELLDIVINE: O que pode nos falar sobre os planos futuros na tomando parte nisso. Também temos um violino aqui. Nossa carreira do Belphegor? Pretendem lançar um próximo álbum faixa-título é uma obra da morte de sete minutos e trabalhos em breve ou iniciarem uma extensa turnê? oito meses na composição desse hino. Ficamos focados nos Helmuth: O Belphegor é um cão da estrada. Todo ano andaarranjos, em tudo detalhadamente como malditas máquinas. mos o mundo todo com pelo menos uns 100 shows. Não há Você encontraria tudo lá, murplanos de um novo álbum, talvez múrios, cantos, coros, violões, no inverno comecemos a comtrechos depressivos seguidos por algumas faixas novas, mas “Não me importo muito com o de blast beats. Estou realmente não haverá uma nova gravação Mainstream ou com a chamada orgulhoso – o som mais variaoficial do Belphegor antes de sedo e difícil que já criamos. Por tembro/outubro de 2012. No encena underground.” fim, finalizamos o álbum com tanto, em setembro voltaremos uma faixa incrivelmente rápida e a América do Sul; hora de volagressiva intitulada “Sado Mestar, é sempre um prazer voltar e siah”, completamente diferente das faixas lentas que criamos retalhar para vocês, demônios negros do metal. O ciclo nos últimos álbuns. Todas as faixas soam como gostaríamos de turnês obtém prioridade nos primeiros 10-14 meses... que elas soassem, em 2011. Queremos trazer “Blood Magick Necromance” para todas as cidades do mundo. HELL DIVINE: A banda faz uso de temas líricos interessantes como BDSM. Isso é somente para chocar ou realmente faz HELLDIVINE: Obrigado novamente por essa oportunidade. Esparte da ideologia? tamos honrados em ter o Belphegor em nossas páginas. Helmuth: Não é para chocar. Me interesso muito por sado- Helmuth: Muito obrigado por nos apoiar e nos conceder espaço masoquismo. Aliás, penso seriamente que temas como na sua revista. Não se esqueça de verificar nosso novo trabalho, sexo, anti-religião e anti-humanismo ficam ótimos jun- “Blood Magick Necromance”. tos e dão à música uma força extra. Isso é o Belphegor. Realidade. Entrevista por Yuri Azaghal HELLDIVINE: Qual a sua opinião sobre as bandas atuais de metal extremo? Helmuth: Para ser honesto, não ouvi nada ultimamente que me interessasse, apenas muita modinha, alguma-idioticecore e bandas com atitude hippie. Mesmo assim, devo apoiar o que eu

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O Deicide é uma banda que vem mostrando seu extremismo na cena por mais de duas décadas e como prova que ainda tem muita energia para gastar nos palcos, lançou recentemente seu mais novo álbum, intitulado “To Hell With God”. Para a alegria dos fãs, a Hell Divine fez uma entrevista exclusiva com o baterista Steve Asheim, revelando detalhes desse novo trabalho. HELL DIVINE: É um prazer ter o Deicide em nossas páginas. Para começar, poderia nos dizer algo sobre as inspirações do Deicide? Quais artistas e conceitos inspiram a ideologia por trás da música? Steven Asheim: Obrigado. Bem, quando começamos erámos muito inclinados à cena Thrash alemã e americana. Metallica, Slayer, Exodus, Kreator, Sodom e Destruction, por exemplo. Pegamos muita influência desses caras. Nossa ideia era pegar o que tínhamos aprendido com o cover desses caras e, então, colocar nosso próprio toque e, assim – se possível –, elevar a música para o próximo nível, ou seja, deixar as coisas mais loucas. HELL DIVINE: A década de 90 foi bem intensa para o metal extremo. Você pode nos contar sobre o começo da carreira do Deicide?

Steven Asheim: Era tudo muito sombrio e sujo. Escrevemos algumas músicas como todo mundo faz e começamos a fazer apresentações em algumas cidades, mas então as coisas começaram a sair do controle. Tentávamos ser extremos e, de fato, éramos. O problema era que os locais não estavam preparados para esse tipo de coisa. Amostras de intestinos, lugares sendo destruídos, violência durante os shows etc. Acabávamos sem lugares para nos apresentar, porque ninguém queria nos pegar de volta. Então tivemos que começar a pegar leve para conseguirmos nos apresentar. 08

HELL DIVINE: Após quase dez anos trabalhando com a Earache Records, a banda mudou de selo. Agora, a Century Media Records é responsável por lançar seu novo trabalho, chamado “To Hell With God”. Há alguma razão especial por trás da mudança? Steven Asheim: Não, nenhuma razão especial. Tínhamos um acordo de três gravações com eles e cumprimos nossa obrigação. Simplesmente decidimos que era hora de uma mudança. Todos são ótimas pessoas, mas é muito difícil fazer negócios com ele, já que somos obrigados a nos manter nas leis americanas. Isso é um pé no saco. A Century Media mostrou interesse em nós, então decidimos tentar essa mudança e ver o que acontecerá. HELL DIVINE: Em termos de similaridades e diferenças de produção, o que você pode nos dizer sobre

“To Hell With God” e “Till Death Do Us Part”? Steven Asheim: Bem, há uma quantidade grande de diferenças, assim como há uma grande quantidade de similaridades também. Fizemos em diferentes estúdios, com engenheiros de som diferentes e uma abordagem diferente. Creio que “To Hell With God” é mais do que o esforço de uma equipe, não que “Till Death Do Us Part” não seja, mas acho que a atenção de todos se voltou totalmente para o novo trabalho. De outra forma é mais do mesmo. Gostaríamos de fazer o que temos de fazer só uma vez, mas o trabalho vai se arrastando


por um período de meses. Sempre trabalhamos assim em várias gravações. É irritante, mas é assim que deve ser, eu acho. HELL DIVINE: A arte da capa de “To Hell With God” é simplesmente fantástica. Esse trabalho é da autoria do mesmo designer de “Till Death Do Us Part”? Steven Asheim: Não, são de dois caras totalmente diferentes. A arte de “Till Death Do Us Part” é, na verdade, de um alemão que viveu a l gumas centenas de anos atrás. Algo como mil e quinhentos antes de Cristo ou algo assim. Tivemos que pedir permissão do tutor do museu para usálo e tivemos que garantir que só usaríamos como capa do álbum e que não tínhamos a intenção de fazer nenhum tipo de comercialização com a imagem. A arte de “To Hell With God” creio que Glen Benton encontrou online e fez uma porrada de modificações para deixá-la mais sinistra e apropriada. Acredito que ambas as imagens são muito legais.

HELL DIVINE: Os puritanos sempre causam problemas para o metal – especialmente o metal extreme. A cena do metal nos Estados Unidos ainda é importunada por pessoas como Tipper Gore ou, em sua opinião, agora é mais aceita? Steven Asheim: Ah sim, Tipper Gore (risos). Puxa cara, já faz 25 anos. Agora creio que a cena na América está maior e mais aceita. Ainda temos alguns pais revoltados aqui e ali, mas nada mais de tumultos sobre o metal. Alguns lugares na América do Sul ainda continuam muito sensíveis, mas, como sempre, há alguma coisa muito tensa acontecendo por lá.

“Política é algo com o qual nunca n os preocupamos – como banda – tanto a o ponto de querermos e screver algo sobre isso .”

HELL DIVINE: Pode nos falar sobre a ausência de Ralph Santolla em “Till Death Do Us Part” e seu retorno em “To Hell With God”? Steven Asheim: Na verdade, Ralph estava conosco em “Till Death Do Us Part”, ele fez muitos solos para as gravações – muito bons por sinal –, realmente vale a pena ouvir. Essa pergunta foi confusa, então foi difícil responder, mas depois eu entendi o que você quis dizer sobre a ausência de Ralph. Na verdade, não o tivemos conosco por alguns shows, já que ele estava em turnê com o Obituary, então o substituímos temporariamente por Kevin Quirion, da banda Order Of Ennead, mas agora Ralph está de volta conosco e voltou a nos acompanhar nas turnês.

HELL DIVINE: De alguma forma você incorpora algum tipo de ideologia política nas suas músicas? Steven Asheim: Na verdade, não. Política é algo com o qual nunca nos preocupamos – como banda – tanto ao ponto de querermos escrever algo sobre isso. Claro, não somos idiotas, nós lemos as notícias, ficamos por dentro do que acontece no mundo e nos importamos muito com isso. Apenas não é um bom tópico a se explorar como tema para as letras. Apenas vamos continuar fazendo o que fazemos, e política não se encaixa em nossas ideias.

HELL DIVINE: Sobre as turnês, quais são as novidades do momento? Steven Asheim: Estamos planejando ir à Europa, em breve. Ficaremos por lá durante um mês. Pretendemos ir para a América do Sul, especificamente ao Brasil, até o fim do ano. Existem, realmente, bons momentos por lá. Ótimos fãs, ótimos shows; realmente muito bom.

HELL DIVINE: Obrigado novamente por essa oportunidade para os seus fãs brasileiros. Esperamos que continuem sendo essa banda incrível. Desejamos ao Deicide todo o poder e progresso! Steven Asheim: Muito obrigado e obrigado a todos os fãs brasileiros e sul americanos, em geral. Espero vêlos em breve. Entrevista por Yuri Azaghal

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“Somos o Arch Enemy e encontramos nosso estilo único e próprio. Ame ou odeie, simples assim.”

A banda sueca Arch Enemy sempre surpreendeu a todos ao longo dos anos. Seja pela bela e competente vocalista ou pela mistura perfeita entre o agressivo e o melódico praticado em suas músicas. A banda acaba de lançar no mercado mundial mais um disco de inéditas, o “Khaos Legions”. Conversamos com a front woman Angela Gossow, que nos conta fatos curiosos da história da banda, o lançamento do novo álbum e os próximos passos da banda. Vale a pena conferir! 10


HELL DIVINE: Entre um show e outro, quanto tempo a banda dedica aos ensaios? Angela Gossow: Nós ensaiamos intensamente antes de uma temporada de turnês. Durante os festivais, ensaiamos apenas uma ou duas vezes. Se temos uma pausa de duas semanas entre um show e outro, ensaiamos pelo menos durante uma semana inteira, entre quatro e seis horas por dia. HELL DIVINE: Hoje em dia, a maioria das pessoas conhece as bandas por meio da internet e dos downloads. Com isso, elas acabam parando de comprar os discos, mesmo gostando das bandas. Qual sua opinião sobre o material que é disponibilizado na internet? Angela Gossow: Acredito que muitas bandas não conseguirão se manter. Muitos fãs reclamam das bandas não irem a seus países ou cidades, mas isso acontece porque a banda não vende seus CDs. Sem as vendas, é difícil aparecem boas ofertas de shows. A indústria fonográfica ainda mede o sucesso de uma banda por meio das vendas de discos. Por isso, muitos músicos preferem ter um trabalho normal. Até a arte dos álbuns está se perdendo. A música hoje em dia está sendo consumida como fast-food, está mais superficial. Por outro lado, pessoas que não podem comprar CDs, seja por problemas políticos ou financeiros, podem curtir o que fazemos, comparecendo aos shows. Podemos tocar em países diferentes como India ou Ilhas Maldivas, por exemplo, e as pessoas conhecem nossas músicas por lá. O dowload ilegal é uma pílula amarga que as bandas têm de engolir. Gostaria que as pessoas soubessem mais sobre as consequências disso. HELL DIVINE: Você poderia listar cinco álbuns que influenciaram sua trajetória como músico e por quê? Angela Gossow: Vou citar músicos que me influenciaram e os álbuns que cada um gravou que mais gosto: Chuck Schuldiner (Death) – “Leprosy”; David Vincent (Morbid Angel) – “Altars Of Madness”; Rob Halford (Judas Priest) – “Painkiller”; Dan Swano (Edge Of Sanity) – “Purgatory Afterglow” e Ronnie James Dio (Black Sabbath) – “Mob Rules”. HELL DIVINE: Muitas novas vocalistas se inspiram em você ao criarem suas bandas ou na forma de cantar. Que dica você daria às iniciantes? Angela Gossow: Reflita sobre quem você realmente é e como quer ser lembrada. Não seja tímida e faça somente aquilo que quiser fazer. Não se venda, você não precisa disso para chegar a lugar algum. Isso somente fará com que as pessoas questionem sua integridade como pessoa e como artista. Seja jovem, mas não seja tolo. Faça as coisas do seu jeito e não confie em qualquer um nesse meio da música. Não acredite em promessas. Estude sobre o ramo, negócios, acordos, finanças e organização. Tenha certeza de ter tudo documentado, caso contrário, poderão te passar para trás. Não importa se seja uma mulher no metal ou não. HELL DIVINE: Após anos na estrada, qual foi o momento mais difícil para a banda? Angela Gossow: Ficar sem o Chris (N.T.: guitarrista irmão de Michael Amott) por uns tempos foi difícil para todos nós. Chegamos a questionar o futuro da banda e nossas metas. Decidimos, então, seguir em frente, o que acabou nos tornando mais fortes no fim das contas. Os tempos difíceis são necessários também. Eles nos ajudam a manter o foco naquilo que realmente importa. Passamos a entender que o Arch Enemy unido é maior do que um pedaço de cada um de nós separadamente. Assumi a parte dos negócios e assessoria da banda, desde então as coisas têm melhorado bastante. Tem um ditado que diz: “o que não nos mata, nos deixa mais forte”. Essa tem sido uma grande verdade para a banda, ultimamente.

HELL DIVINE: Quais as novidades contidas em “Khaos Legions”? O que podemos notar de mudanças e o que mantiveram no som da banda? Angela Gossow: É um album poderoso, com uma mensagem forte. Nós somos a legião do caos e trazemos a destruição e a renovação. É tempo de mudanças, de nos mexermos. Isso vem acontecendo pelo mundo todo, principalmente no Oriente Médio e no norte da África, e na Europa também. As pessoas estão saindo às ruas e demonstrando suas insatisfações perante seus governantes corruptos. Musicalmente falando, é o mais puro Arch Enemy. Riffs extremos, belas e intrigantes melodias, solos velozes e vocais raivosos. Uma mistura intensa e diversificada que não é para o gosto de todos. Muitas pessoas não entendem nossa música, por ser complexa ou diversificada demais. Não nos encaixamos muito bem em um determinado estilo. Não somos Death Metal, não somos Thrash ou Speed Metal. Somos o Arch Enemy e encontramos nosso estilo único e próprio. Ame ou odeie, simples assim. Mas ouça com atenção antes de sair julgando por aí. Se você conhece pelo menos um pouco da nossa música, então entenderá perfeitamente o “Khaos Legions”. HELL DIVINE: De todos os shows que a banda faz pelo mundo afora, certamente existem aqueles mais estranhos e incomuns, além dos memoráveis. Conte-nos um pouco sobre esses momentos marcantes na estrada. Angela Gossow: Nossa vida inteira é repleta de momentos incomuns e bizarros. Acabamos nos acostumando com lugares estranhos, fãs loucos, situações perigosas. Tudo pode acontecer em uma turnê. Para mim, a vida na estrada é uma vida normal (risos). Já dei autografos em peitos de garotas, traseiros e outras partes do corpo em que acabaram virando tatuagem. Acho isso muito bizarro, mas alguns fãs são muito dedicados à banda e acabam fazendo essas loucuras. Acho tudo muito legal. A coisa mais louca que fizemos no palco foi colocar um morcego gigante em Manila (N.T.: cidade das Filipinas), onde ele ficava cospindo fogo e fumaça! HELL DIVINE: Quando a banda veio ao Brasil, em 2009, vários fãs vieram de toda a parte do país para vê-los. Existem planos para shows em nosso continente, em 2011? Angela Gossow: Faremos uma turnê na América do Sul, em março de 2012, e faremos vários shows no Brasil. Viajaremos o mundo com o Arch Enemy e, em 2011, passaremos pela Europa, Estados Unidos, Canadá, Ásia e India. Estamos pensando em diminuir um pouco a frequência de nossos shows para que as pessoas tenham sempre vontade de nos ver. A ideia é voltar a cada três ou quatro anos. Queremos também gravar os shows na América do Sul para um futuro lançamento em DVD. HELL DIVINE: A revista Hell Divine agradece pela atenção e pela entrevista! Deixe um recado aos fãs brasileiros e aos nossos leitores. Angela Gossow: É um prazer falar com vocês! Para a nossa “Legião Brasileira do Caos”: Levantem bem alto a bandeira negra para nós até que chegue o dia de nos encontrarmos, em 2012, celebrando a liberdade do Heavy Metal com vocês mais uma vez! Mal posso esperar para escutar todos vocês cantando as letras conosco, unidos como um! Vocês são demais! Entrevista por Emily Bodom Tradução por Pedro Humangous

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The Ocean vem, desde 2000, gravando belos trabalhos e tentando se estruturar na cena, fazendo um som completamente diferente que chama a atenção com uma sonoridade progressiva e belas passagens agressivas. Conversamos com o Robin Staps, guitarrista e fundador do The Ocean, para tentar descobrir a mágica em torno de seus últimos lançamentos, “Heliocentric” e “Anthropocentric”, ambos de 2010. Hell Divine: Robin, quando o The Ocean surgiu, você sempre quis fazer um som mais experimental ou a música feita hoje em dia veio de uma evolução natural? Robin Staps: Foi uma progressão natural, mas tive uma visão desde o início que foi inspirada por todos os tipos de músicos e artistas. Queria criar uma música que fosse densa e atmosférica e que estava indo além da mera esfera musical em si, sempre quis ter um show ao vivo que incorporasse intensa iluminação e efeitos visuais, bem como uma música mais original. Quão perto estamos da visão original, realmente não sei... Acho que é normal que, ao longo dos anos, seus objetivos e aspirações progridam e mudem. Isso é o que faz uma banda interessante. Hell Divine: Antes de achar uma formação ideal, mais de 40 membros passaram pela banda, todos eles tendo influências musicais diferentes. Isso pode ser um ponto crucial para entender The Ocean hoje em dia? Por quê? Robin Staps: Na verdade, não. O fato de que tínhamos tantos diferentes membros não afetou realmente a música, porque até “Heliocentric” eu era o único escritor da banda. “Anthropocentric” é o primeiro álbum em que os membros atuais, especialmente Jona e Loic, contribuíram ativamente para o processo de composição. Antes disso, eu escrevia tudo sozinho, desde os padrões de bateria até os arranjos de cordas. A razão pela qual tivemos tantos membros diferentes foi que, bem, é difícil encontrar as pessoas certas! Nem todo mundo está pronto para a vida de uma banda de rock pesado, sempre em turnê e a falta de sono, então as pessoas começam a ter famílias em um ponto e focando suas vidas pessoais. A maioria das pessoas está nesse mundo apenas por um tempo limitado. A banda nunca foi tão forte e focada como é agora.

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Hell Divine: “Fluxion” e “Aeolian” seriam lançados como disco duplo, mostrando ao mundo duas visões diferentes da mesma banda, mas isso acabou não acontecendo, o que você poderia nos dizer sobre o fato? Robin Staps: Sempre fomos fascinados por álbuns conceituais e álbuns duplos e, geralmente, as bandas que têm alguma coesão e maior abrangência na sua abordagem à arte e som. É por isso que sempre amei bandas como Neurosis e Pink Floyd, ao mesmo tempo. Nossa gravadora não quer fazer “Fluxion”/”Aeolian” como um álbum duplo, nesse momento, então assinamos um contrato com a Metal Blade após o lançamento de “Fluxion”, começando uma nova situação. “Precambriam” saiu como 2xCD, foi legal. Para “Heliocentric” e “Anthropocentric” poderíamos facilmente ter feito isso como um álbum duplo e a Metal Blade teria preferido que tivéssemos feito isso – pois teria contado como apenas um álbum em nosso contrato, mas não queria fazer isso com as pessoas dessa vez. Queríamos deixar todos mais ansiosos, em vez de deixá-los cansados de ouvir a duas horas de música ao mesmo tempo. Isso é desafiador. Hell Divine: Vamos começar a estudar seus últimos lançamentos, “Heliocentric” e “Anthropocentric”, ambos lançados em 2010. Quem é o Mestre por de trás das maravilhosas artes de capa? É muito bela e cheia de informações. Você poderia nos dizer o artista e qual a ideia que querem passar nessas artes? Robin Staps: O nome do designer é Martin Kvamme, o cara já trabalhou com a gente em “Precambrian” e “Aeolian”. Ele trabalhou em quase todos os projetos do Mike Patton (Fantômas, Tomahawk etc.). Martin é um cara incrível e perfeccionista como eu. Ele sempre gosta de atravessar os limites e trabalhar com novos materiais e técnicas de impressão. Para “Precambrian”, o digipak consistia de duas camadas, a


camada superior tem buracos diecut e quando você desliza começamos a procurar por um vocalista que não iria apenas os dois livretos do bolso do digipak, você vê imagens de nos seguir em nosso desenvolvimento musical, mas que lava vermelho brilhante através dos furos, criando uma capa estivesse um passo à frente. Meus hábitos de escuta têm diferente. A embalagem não foi apenas cara, mas extrema- evoluído ao longo dos últimos anos. Ainda ouço Behemoth mente difícil e demorada na produção. Em “Heliocentric” e “ e Goatwhore, mas, ao mesmo tempo, tornei-me cada vez Anthropocentric “ as embalagens estão refletindo o tema de mais interessado em vocais limpos e uma abordagem mais “Heliocentric” – a ideia de que o Sol, em vez da Terra, está orientada da canção e, ainda, em um jeito mais despojado no centro do nosso sistema planetário. Três parafusos uni- de compor. Ainda queremos tocar nosso material antigo ao dos a uma estrutura giratória em PVC formam mostradores vivo, por isso tivemos de encontrar alguém que tenha um estelares em tamanhos diferentes e são unidos a uma tampa gutural poderoso e seja um bom cantor. Isto provou ser digipak com um parafuso: o anel interno mostra o Sol, muito difícil... Mais de uma centena de pessoas nos escreveu o segundo mostra as órbitas do planeta e enviou vídeos e áudios de algumas das nose o disco externo mostra os zodíacos. sas músicas. Após nove meses, Loic Para o álbum “Anthropocentric”, a arte “ veio e quando ouvimos sua opinião soPor causa da in é basicamente a mesma, só que o cenfluência bre o nosso novo material, bem como tro mostra uma imagem da terra e do sobre algumas faixas mais velhas, nós predominante histórica soubemos imediatamente que a busca homem, em vez do Sol, refletindo a e poder da Igre ideia contraditória que os criacionisfinalmente tinha terminado. Decidimos ja, nossa isso tas ainda apoiam... Os mostradores em cinco minutos. Tenho tocado cultura é base são transparentes para que você nessa banda há dez anos e você tem que ada na possa ver o fundo através de um céu mantê-la interessante para si e para seus coexistência p acífica estrelado, em que um “gráfico estefãs, o que significa assumir riscos e tentar de conjuntos d lar” é impresso em verniz UV brilalgo novo a cada álbum, pelo menos para e valores nós. hante. Tomamos grande cuidado da Nunca mais seremos aquela banda decadentes.” nossa arte e de embalagens, porque que desenvolve uma fórmula para o seu acreditamos que os verdadeiros fãs som e depois mantém essa fórmula para querem ter algo único e especial e se os próximos dez álbuns, simplesmente, você ainda quer fãs para apoiar uma banda por porque ela é bem sucedida. Vamos sempre meio da compra de seus álbuns, no ano de 2011, é preciso tentar coisas novas e desafiar a nós mesmos e nossos ouoferecer-lhes algo digno e especial, algo que não pode fazer vintes. o download. Hell Divine: Em “Heliocentric” a faixa “Ptolemy Was Hell Divine: Em “Heliocentrc”, encontramos uma banda Wrong” é, pra mim, uma das músicas mais belas de 2010! mais progressiva, com passagens que nos lançam para Parabéns! Dentro da história, qual é a importância teórica dentro de uma viagem gigante dentro da história do disco, dessa faixa? tema esse que é um tanto quanto “agressivo”, ao falar Robin Staps: “Ptolemy Was Wrong” é a faixa-chave de “Hesobre o heliocentrismo, sobre a Igreja suprimindo essas liocentric”. Trata-se de Copérnico e Galilei que descobriram ideias. Por que você escolheu esse tipo de som para esse nos tempos medievais que Ptolomeu (astrônomo grego antema? tigo que afirmou que a Terra está no centro do Universo) Robin Staps: Não escolhemos nosso som, acontece natural- estava errado, que a Terra não estava no centro do Universo, mente. Depois que nosso antigo vocalista, Mike Pilat, saiu, mas que estava, na verdade, girando em torno do Sol. Esta 13


foi uma descoberta revolucionária e resultou em um enorme conflito com a Igreja Católica, que ainda proclamava que a Terra era o centro do Universo. Os efeitos que esta descoberta teve sobre a fé cristã e sobre a cultura ocidental estão na base do disco. Durante todo o curso do álbum, as letras estão orbitando em torno de uma questão astronômica e filosóficoreligioso, entretanto, mantendo sempre uma perspectiva essencialmente pessoal. A viagem começa com a criação do firmamento em Gênesis 1:6-20 (“Firmament”) e as antigas explicações do movimento dos corpos celestes em 1 Enoque 72:2-5 (“The First Commandment Of The Luminaries”); continua com Copérnico e Galilei , os primeiros propagadores do heliocentrismo que ainda não estavam em conflito com a Igreja (“Ptolemy Was Wrong”) e Giordano Bruno, que foi queimado na fogueira da Inquisição católica por ser herege (“Catharis Of The Heretic”). Críticas a Arthur Rimbaud da lei moral em seu ensaio “Razões para não acreditar em Deus” e de rejeição de Nietzsche dos valores fundamentais cristãos inspirou a letra da Metafísica da Forca. O álbum termina com a maior conquista na história da ciência moderna, a Teoria da Evolução de Darwin (“The Origin Of Species”) e ideias inspiradas pelo biólogo da evolução e apaixonado ateu Richard Dawkins (“The Origin Of God, Ephifany”). Hell Divine: “Anthropocentric” é outra questão agressiva e controversa, o Criacionismo através dos olhos dos protestantes, e agora mostrando um lado mais agressivo, mais Math Core do The Ocean, por quê? Robin Staps: É sempre um processo muito natural. Escrevi o material de “Heliocentric” dentro de um curto espaço de tempo, muito dele ocorreu no verão de 2008 e, ao mesmo tempo, o nosso guitarrista Jona escreveu algumas músicas também, que eram diferentes e, realmente, não se encaixavam tão bem com o material de “Heliocentric”. Essa foi uma das razões pela qual decidimos torná-los dois álbuns desde o início, mas agora que ambos foram lançados, percebo que o material não era mesmo tão diferente do meu; tudo se mistura bem e ele também se mistura bem com as músicas em “Heliocentric”. “Anthropocentric” é um pouco mais pesado, mas ainda cobre todo o escopo do nosso som, com faixas de piano com uma base mais calma para paredes de guitarra e riffs de metal. O álbum não é sobre uma crítica ao Criacionismo do ponto de vista protestante, embora, haja uma perspectiva sobre o ateísmo subjacente em ambos os álbuns. Nossas sociedades têm testemunhado o surgimento e o impacto da ciência natural moderna. Os conjuntos de valores e ideologias que são trazidos pelo processo de iluminação dominam o nosso pensamento diariamente e são os alicerces de nossas sociedades, mas ao mesmo tempo ainda defendem as superstições que não estão confirmadas pelas descobertas da ciência moderna. Por causa da influência predominante histórica e poder da Igreja, nossa cultura é baseada na coexistência pacífica de conjuntos de valores decadentes. É hora de quebrar este ciclo de incoerência e “Heliocentric” e “Anthropocentric” são nossa contribuição: uma lembrança do legado de Charles Darwin. Hell Divine: Juntando esses dois lançamentos, temos uma obra-prima dentro do metal e tudo o que podemos chamar de “álbuns conceituais” dentro de temas realmente interessantes e um alto nível crítico. Por que você escolheu esses pontos de argumento em suas músicas? Robin Staps: Estamos tentando oferecer um pouco mais do que apenas música, mas esta é, certamente, a parte mais im14

portante da nossa arte. Sempre fui fascinado por bandas que oferecem algo mais vivo do que uma mera reprodução de suas gravações, bandas que adicionam recursos visuais ao vivo, bandas que têm o cuidado com a iluminação e oferecer extensas obras de arte que tenham sido concebidas com um grande amor, detalhe por detalhe. Estamos tentando transmitir uma atmosfera, um filme imaginário. Para isso precisamos fazer uso de todos os meios de comunicação que temos; para os olhos, que são órgãos tão importantes para a recepção de conteúdo emotivo quanto o ouvido. É por isso que temos o nosso espetáculo de luz própria, que é personalizado para cada música, e as nossas próprias imagens ao vivo que ilustram o conteúdo da canção, além do site e da embalagem em que lançamos. Acho que é crucial para sair ponto de vista, e o feedback extremamente positivo que temos recebido ao longo dos anos comprova ainda mais isso. Quanto ao tema religião, a crítica de “Heliocentric” e “Anthropocentric” está em pauta constante, e isto é algo que tenho estado a pensar e discutir com os amigos durante anos. A primeira vez em que fui exposto a tudo isso foi quando morava nos Estados Unidos, na casa de uma família batistacriacionista. Tive discussões diárias com a minha “irmã”, que tentou me convencer que a Terra tem 5.000 anos e que nunca os dinossauros existiram e foram apenas loucuras de filhos de cientistas possuídos pelo Diabo! Fiquei perplexo ao ver como uma menina tão jovem estava tão obcecada com ideias dogmáticas. Então, comecei a estudar filosofia e li um monte de autores com as perspectivas mais diversas sobre a religião, desde Hegel a Nietzsche e Kierkegaard. Por isso é que acho fascinante e sempre quis usar a música e a arte como veículo de emoções e ideias, e acho que é possível conciliar os dois. Se você ler as letras de “Heliocentric”, em www.theoceancollective.com/heliocentric, vai achar que elas são apenas intelectuais, mas se você realmente olhar para as nossas letras, verá que a maioria tem uma base muito interpessoal para passar. Somente assim você será capaz de melhorar, não importa se eles tenham lido Nietzsche ou não. Hell Divine: Robin, quando seus fãs brasileiros terão o prazer de vê-los por aqui? Robin Staps: Esperemos que em breve! Realmente quero ir para o Brasil. Acabamos de terminar uma turnê pelos EUA com o Between The Buried and Me e Job For A Cowboy, e todos da Job For A Cowboy me falaram sobre seus shows impressionantes na América do Sul e, especialmente, o Brasil. E se todas as meninas nesse país forem tão lindas quanto minhas três amigas brasileiras que vivem em Berlim, então... Dias felizes (risos). Então, tudo que eu posso dizer é que espero que, em breve! É caro para chegarmos aí e é difícil encontrar bons promotores e agências confiáveis, mas estamos trabalhando nisso enquanto falamos. Hell Divine: Muito obrigado pela entrevista, deixe aqui uma mensagem para a Hell Divine Metal Magazine e todos os nossos leitores! Cheers Man! Robin Staps: Confiram www.theoceancollective.com e www. pelagic-records.com para algumas amostras de som e mercadorias, e esperamos nos ver no Brasil esse ano, ainda, ou no máximo no ano que vem! Nos vemos pelo Pit! Entrevista por Augusto Hunter



Dois anos após o lançamento do “Antigen”, os brasileiros da banda Dynahead resolvem expressar novamente o seu metal com o novo álbum “Youniverse”. Veja a seguir uma entrevista exclusiva com o vocalista Caio Duarte, um cara muito gente fina. HELL DIVINE: Novamente, é um prazer entrevistar uma banda de nosso underground. Gostaria que você nos falasse um pouco sobre as ideias gerais que levaram a banda existir. Seria diversão, motivo comercial ou meio de transmissão de ideologias? Caio Duarte: Sempre é um prazer conversar com veículos que estão trabalhando em prol do patrimônio metálico nacional! Garanto que propósito comercial não houve. Com o pouco que resta do mercado musical totalmente dominado pelas gravadoras e pelo mainstream em suas mais diversas formas, a ideia de fazer música por dinheiro parece um bocado distante para artistas que tocam rock ou metal. No entanto, grande parte da cena se pauta desta forma, infelizmente. O Dynahead é nosso meio de diversão e expressão, como toda boa música. Se quiséssemos dinheiro, nosso som seria justamente a coisa errada a se fazer (risos)! HELL DIVINE: Quais artistas serviram de inspiração para a carreira musical dos membros e para a criação do Dynahead em si? Caio Duarte: Todos na banda têm gostos musicais diferentes, e é uma coisa que fazemos questão de valorizar. O que todos temos em comum é que gostamos de música bem feita, criativa e profunda, de qualquer gênero. Então qualquer banda ou artista que esteja fazendo um trabalho ousado, íntegro e musicalmente interessante servem de inspiração para nós. HELL DIVINE: A seu ver, o novo album “Youniverse” tem quais similaridades e quais diferenças em relação ao álbum anterior? Caio Duarte: Em minha opinião, “Youniverse” é um álbum bem mais completo e maduro que o “Antigen”. Como ele é um disco conceitual, cheio de momentos e passagens, é também muito mais exigente com relação ao ouvinte. No resto, diria que ele consolidou a sonoridade do primeiro disco, o que levou a um resultado interessante, pois os elementos mais característicos do nosso som não são fáceis de delinear. HELL DIVINE: A banda vem progredindo e mostrando seu talento muito bem até agora. Em algum momento houve algum problema grave – seja com a formação da banda e as ideias dos seus membros ou algum desânimo e revolta perante algum obstáculo – que qualquer um dos membros já tenha pensado em deixar a banda? Caio Duarte: Manter uma banda sempre é um desafio e todos têm altos e baixos em suas vidas. Por isso gostamos de levar a banda numa boa, sem interferir na vida pessoal de cada um, sem cobranças. Assim, mesmo que passemos por dificuldades, quando entramos no estúdio para ensaiar, esquecemos tudo e deixamos o amor pela música ser a nossa terapia. E como nossa música não é dogmática, muito pelo contrário, abraçamos as ideias e gostos diferentes ao invés de oprimir ideias que não se encaixem em algum molde. Talvez por isso estejamos tocando juntos há tanto tempo. HELL DIVINE: A capa de “Youniverse” é muito interessante. O que pode nos dizer sobre ela? É trabalho do mesmo designer responsável pela capa de “Antigen”? Caio Duarte: Isso mesmo, a capa foi feita novamente pelo grande Gustavo Saz-

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“Todos na banda tê diferentes, e é fazemos questã


êm gostos musicais uma coisa que ão de valorizar.”

es. A ideia da capa era ser uma introdução ao conteúdo conceitual do disco, por isso misturamos ícones da cosmologia medieval com tecnologia moderna, pois elas se relacionam de um jeito muito bacana com as letras. Sem falar que são esteticamente muito bonitos e bastante inusitados para uma capa de disco, especialmente de uma banda de metal. HELL DIVINE: Em relação ao repertório da banda até agora, qual música mais te marcou ou te fez mais satisfeito? Por quais motivos? Caio Duarte: Particularmente, acho os dois discos tão equilibrados que é difícil mencionar uma ou outra música favorita. Cada música tem sua personalidade e gostamos dela por um motivo ou por outro, mas diria que o conjunto das faixas do novo álbum é o que mais me deixa satisfeito. Escrevemos pensando no disco como uma única música e, por isso, acho que não mudaria um segundo sequer nele. HELL DIVINE: Pelas impressões que captei de ambos os álbuns da banda, notei que fazem uma excelente combinação e técnica, aliando peso e harmonia. Essas impressões são captadas logo no início do novo trabalho. A inovação também é um ponto importante, que se dá principalmente pela temática das letras. Vocês tiveram a intenção de inovar desde o início ou procuram alguma base específica para desenvolver as melodias? Caio Duarte: Não sei se sempre quisemos inovar, até porque, provavelmente, tudo que poderia ser feito com as 12 notas da escala musical já foi feito, mas sempre nos pautamos pela mente aberta. Diria que essa é nossa base para desenvolver. Aí o que fazemos em cima disso é de acordo com a vontade do momento, mas como somos headbangers de carteirinha sai um monte de pancadaria, é lógico (risos)! HELL DIVINE: Há alguma música no repertório da banda que você não goste ou sentiu que não saiu do jeito que você esperava? Caio Duarte: Não posso falar por todos da banda e é de se esperar que cada um tenha suas músicas que são as “menos favoritas”. Acho que todo mundo tem seus momentos, comigo, particularmente, acontece isso: às vezes ouço nossas músicas mais técnicas e cheias de notas, e penso “Pô, acho que fomos longe demais aqui”. No dia seguinte ouço de novo e penso “Não, isso está incrível!” (risos)... Aí é muito difícil dizer se tem alguma que não saiu como esperávamos, até porque não fazemos música para encher disco. Cada uma tem a sua característica e eu as curto de jeitos diferentes. Sabe mãe que pode ter um filho horroroso, mas ainda assim o acha lindo? É mais ou menos isso (risos)! HELL DIVINE: A respeito de turnês, o que o Dynahead anda planejando? Caio Duarte: Estamos sempre procurando fazer shows pelo Brasil afora, mas não é fácil tocar por aqui. As circunstâncias econômicas e as distâncias dificultam as coisas, então é muito difícil fazer uma turnê estruturada, mas estamos sempre tocando. Temos planos de fazer uns giros fora do país até o próximo ano. Vários convites pintaram, mas, infelizmente, ainda não é o suficiente para valer a viagem. HELL DIVINE: Muito obrigado novamente por essa oportunidade de mostrar a força do nosso underground. Desejamos a vocês da Dynahead todo o progresso que buscam. Caio Duarte: Nós que agradecemos pelo interesse e pela enorme força à cena brazuca! Força sempre! Entrevista por Yuri Azaghal

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Por meio de um som melancólico, atmosférico e estranhamente atraente, a banda Of The Archaengel vem chamando a atenção do público e da mídia especializada após o recente lançamento de “The Extraphysicallia” – seu mais novo trabalho de estúdio. Conversamos com a banda sobre a carreira e os planos para a divulgação do novo álbum. Confira! HELL DIVINE: Antigamente vocês adotavam o nome Lethal Curse. Qual foi o motivo da troca e qual o significado do novo nome escolhido? Alex Rodrigues: De 1992 a 2001, respondíamos pelo nome Lethal Curse e, entre outros lançamentos, chegamos a um full lenght, em 98, “Rape the Innocence” lançado pela Cogumelo Records. Com o passar dos anos e o desenvolvimento natural da banda sentíamos que o nome não mais nos representava adequadamente. Assim, no momento de nossa segunda mudança de formação decidimos deixá-lo de lado e adotar o atual. Não foi uma decisão fácil à época... Esta troca funcionou como um marco delimitando o fim de um ciclo primário e o inicio de um novo ciclo mais abrangente, rico e criativo musicalmente. O nome Of The Archaengel faz referência ao conceito ocultista da dualidade entre luz e sombras sendo Arcanjo uma “patente hierárquica que pode ser atribuída igualmente a entidades superiores ou inferiores”. HELL DIVINE: No Brasil, infelizmente, encontramos poucas bandas investindo no estilo de som que vocês praticam – grosso modo – o Doom Metal. O que levou a banda a trilhar por esse caminho e por que acham que temos poucos representantes dessa vertente em nosso país? Alex Rodrigues: Na verdade, não escolhemos trilhar um determinado caminho. O que se passa é que “The Extraphysicallia” é um álbum conceitual e escolhemos utilizar uma estética meio cinematográfica para ele. Assim, de acordo com o sentimento predominante em cada um dos temas que o compõe, usamos uma determinada abordagem numa espécie de trilha sonora para aquilo que estamos descrevendo. Um caráter fortemente sorumbático e emocional está impresso em músicas como “Ascending Coils to Lead”, “Platino” ou “The Silence of the Dead Things” e acredito que por esta razão haja uma proximidade da estética pela qual o Doom Metal é reconhecido. Entretanto, não posso deixar de ressaltar que existe material bastante intenso no álbum e que tem agradado aos fãs de mente aberta de vertentes extremas do metal. HELL DIVINE: Ainda falando sobre o Brasil, todos que vivemos do underground sabemos das dificuldades encontradas por aqui. Fato que comprova essa afirmação é o lançamento do novo álbum de vocês por uma gravadora grega. Como será feita a divulgação e distribuição desse material em nossas terras? Alex Rodrigues: Sim, antes de assinarmos com uma gravadora estrangeira estivemos em contato com algumas gravadoras no Brasil, mas o fato é que, sendo parte do underground nacional por quase 20 anos, conhece18

mos muito bem a realidade delas e sabíamos que mesmo despertando interesse o nosso projeto não era dos mais viáveis. A distribuição de “The Extraphysicallia” está sendo realizada pela Voice Music que tem se esforçado para fazer o CD chegar às principais lojas especializadas do país e, também, de forma independente. Interessados no CD podem encontrá-lo na loja virtual King Dragon (www.kingdragon.com.br) – com sistema de compra 100% seguro e entregas em todo o país – e, estando em São Paulo, na loja Die Hard na galeria do rock. A divulgação no Brasil começou oficialmente por meio do show de lançamento que realizamos com o Katatonia, meses atrás, e é um trabalho em progresso. HELL DIVINE: Sou um grande apreciador das obras de arte criadas para as capas. “The Extraphysicallia” ficou simplesmente sensacional! Como foi trabalhar com Seth Siro e qual a conexão entre a imagem e o som do Of The Archaengel? Alex Rodrigues: Eu também! Talvez a geração mais nova não entenda ou curta com a mesma intensidade esta coisa da ilustração, da “capa”, mas para nós da banda que somos todos colecionadores e fãs do vinil, isso felizmente ainda é muito forte e significante; há arte morando aí! Foi pensando no deleite de pessoas que pensam como você que não abrimos mão de ter algo especial como a capa de nosso álbum de estreia e, uma vez que a nossa gravadora tem a mesma nacionalidade que ele, quando esta oportunidade surgiu ela soou quase “surreal” para os nossos ouvidos. Sobre o trabalho com o Seth, uma vez que apreciamos o background de suas criações preferimos não passar nenhuma ideia ou pedido especial a ele, pois isso poderia, eventualmente, desviar sua


própria interpretação sobre o nosso trabalho e isto não seria bem vindo. Assim, simplesmente submetemos o álbum e o título a ele esperando para ver se precisaríamos ou não intervir no processo de criação, mas isso, felizmente, não foi necessário e tenho de confessar que até hoje me pego olhando para esta capa com cara de idiota (risos)! Sem dúvida esta conexão entre som e imagem existe e não se restringe apenas à capa, a propósito. Isto é algo que gostamos de explorar e acredito que reforça a identidade do Of The Archaengel. Enfim, nada do que foi apresentado em “The Extraphysicallia” está ali por acaso. Para quem se interessa por este ângulo da coisa, o álbum também funciona como uma espécie de enigma onde distribuímos algumas pistas para que cada ouvinte crie as suas próprias concepções e, desta forma, a experiência de ouvir o álbum pode ganhar diferentes contornos. Então, encontrar estas conexões ficará a cargo de cada ouvinte se for de interesse.

HELL DIVINE: Hoje em dia nenhuma banda consegue mais viver da venda dos discos. Para sobreviverem, precisam da venda de merchandising e dos shows. Como anda a agenda da banda para 2011? Alex Rodrigues: Recentemente tivemos uma baixa no posto de baixista, então nos últimos meses estivemos ocupados com audições, a seleção de um novo membro e todo o processo de adaptação inerente a esta situação. Atualmente, Daniel Rizzo está substituindo Lucas Barone no Of The Archaengel e, a partir de agora, nos colocaremos novamente disponíveis para tocar onde quer que se encontre alguém querendo nos ver! Há muitos estados que nunca visitamos desde a nossa formação, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Brasília onde, em especial, adoraríamos poder tocar. Promotores interessados, por favor, entrem em contato!

HELL DIVINE: Podemos notar na sonoridade de vocês pitadas HELL DIVINE: As faixas do novo álbum estão bastante coe- de Opeth, Katatonia, Paradise Lost, Moonspell, entre outsas, atraentes e densas. Conte-nos um pouco sobre como ras. Quais são as influências da banda na hora de compor e foi o período de composição e das gravações. o que andam escutando ultimamente? Alex Rodrigues: Uma característica que acompanhou o pro- Alex Rodrigues: Todas estas bandas são excepcionais e ter cesso de composição foi que até poucos dias antes de en- similaridades com elas é, sem dúvida, lisonjeiro e um “nivetrarmos em estúdio, ainda fazíamos alterações nas músicas. lamento por cima”. Entretanto, dentre elas apenas o Paradise A cada nova música que finalizávamos, voltávamos Lost seria de alguma forma realmente uma em alguma outra já pronta e mexíamos em influência... Claro que podemos entender o algum ponto onde cabia alguma melhoporquê desta percepção, em especial com o a t s ria ou tínhamos algo melhor para propor. Moonspell, especificamente devido ao time a id v “Sem dú Seguimos nesta espécie de “transe” por de voz que o Laurence apresentava que, om e bre s e r t n e bastante tempo. Compusemos dez músina verdade, vai ao encontro da necessidade o ã x e con o cas e nove entraram para o álbum, essa foi de transmitir o clima de determinadas leã n e e t nossa forma de trabalhar. Particularmente, imagem exis nas à tras. Em se falando de influências, citaria curto estar em estúdio, então as gravações of the Nephilim e Iron Maiden como estringe ape ” Fields foram um período muito especial; foram ex- se r as principais. Há uma influência direta de o. it s ó p o r p a , austivas, mas legais. Não tivemos limites de Seventh Son of a Seventh Son na estrua cap horas para gravar, o que ajudou muito no retura musical de “The Extraphysicallia”. O sultado que alcançamos para o produto final. que nós ouvimos está sempre mudando e Também escolhemos não gravar com todos também temos gostos diferentes uns dos outos membros da banda no estúdio com exceção da bat- ros, particularmente, os álbuns que mais tenho ouvido recenteeria. Ganhamos mais foco e concentração desta maneira. Posso mente são “Lux Mundi” do Samael, “Aeolo” do Rotting Christ. dizer que, felizmente, tudo correu bem nas gravações, o único ponto com algum estresse foi a gravação das vozes. Laurence, HELL DIVINE: Falando sobre revistas de Metal, temos sonosso antigo vocalista estava deixando o grupo – uma situação mente uma edição impressa e com distribuição nacional no atípica para este momento – justamente neste período e isso Brasil – todos sabem qual é. O que vocês acham de revistas foi o que culminou com a minha mudança de posto dentro da digitais como a nossa? banda, já que sempre fui um guitarrista... Disponibilizamos um Alex Rodrigues: A Revista Digital está provando ser uma alterdiário de gravações na sessão “links” de nosso site oficial e, nativa viável. Uma vez que não tem custo para o leitor e como caso alguém sinta interesse, pode encontrar o seu conteúdo é de interesse, ele realmente vai consumir o mais detalhes sobre esta história material e, desta forma, pode viabilizar a sobrevivência deste e muito mais lá. veiculo. Fico feliz em ver que a imprensa Metal está encontrando uma forma de existir com dignidade e estamos felizes por vocês. Agradeço a todos que leram estas linhas até aqui e os convidamos para conhecer mais sobre o Of The Archaengel através de nossos canais oficiais. Colocamos muito suor e muito de nossas vidas para produzir algo digno de não somente “representar bem” a cena nacional, mas de fazer algo por ela, agregar algo. Para nós, o Metal Brasileiro não é um advento pertencente ao passado e humildemente esperamos que estejamos colaborando para comprovar que ainda somos uma incomparável fonte criativa de Metal, digna de todo o respeito e admiração do resto do mundo! Entrevista por Pedro Humangous

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A banda Shadowside deixou de ser promessa para ser, hoje, uma das bandas brasileiras mais aclamadas ao redor do mundo. Com o lançamento de “Inner Monster Out” esse crescimento só tem a progredir. Nessa breve conversa com a vocalista Dani Nolden, podemos conhecer o processo de gravação do novo álbum e os planos para o futuro da banda. HELL DIVINE: O novo álbum “Inner Monster Out” foi gravado na Suécia pelo grande e experiente Fredrik Nordstrom. Conte-nos um pouco sobre essa primeira experiência da banda em gravar o novo álbum na Europa? Dani Nolden: Isso era algo que já estávamos cogitando há algum tempo, mas com os outros produtores que trabalhamos, fazia mais sentido gravar no Brasil, uma vez que era necessário deslocar e hospedar apenas uma pessoa. Porém, Fredrik tem uma casa anexa ao estúdio, o que nos permitiu ficarmos completamente concentrados na gravação e trabalhar apenas no disco 24 horas por dia, sem preocupações com custos de hospedagem. Nossa rotina durante quase dois meses foi acordar e gravar e, particularmente, adorei isso. Depois desse trabalho, vejo que nunca havia conseguido explorar de verdade meu potencial. Acredito que a banda toda se sentiu dessa forma, mas para mim sempre foi especialmente complicado, porque moro em Santos e as gravações sempre eram em São Paulo. Pela ilusão que temos que as duas cidades são próximas, acabava fazendo a viagem todos os dias para gravar; eram aproximadamente quatro horas perdidas por dia e isso acabava ficando cansativo demais. Poderia ficar em São Paulo, hospedada na casa de algum parente ou hotel, mas nada se compara a morar dentro do estúdio. Foi calmo e proveitoso. Existem muitos estúdios excelentes no Brasil, mas o conhecimento técnico do Fredrik é impressionante! Nada melhor que trabalhar em um estúdio onde o produtor já está acostumado aos equipamentos, onde ele mesmo construiu para conseguir

tirar o som que ele quer. Durante a gravação, já tinha certeza que sairíamos de lá com nosso melhor trabalho até hoje! HELL DIVINE: A música “Inner Monster Out” conta com as ilustres participações de Bjorn “Speed” Strid (Soilwork), Niklas Isfeldt (Dream Evil), e Mikael Stanne (Dark Tranquillity). Conte-nos sobre a escolha desses vocalistas. Dani Nolden: O primeiro que eu escolhi foi Niklas, sempre gostei do trabalho dele no Dream Evil e achei que a voz dele ficaria muito interessante na música. Conversei com Fredrik e ele intermediou o convite. O Niklas acabou se envolvendo mais que o esperado e fez a melodia do refrão de “A Smile Upon Death” também. O Speed foi o segundo escolhido. Eu queria várias vozes diferentes, porque “Inner Monster Out” tem vários “personagens”, que são na verdade a mesma pessoa. Essa música é sobre a confusão de um investigador precisando se colocar no lugar de um assassino, ele precisa entendê-lo para conseguir descobrir seus passos futuros. Uma vez que você compreende os motivos de um monstro, você precisa tomar cuidado para não se tornar igual a ele. Ele tem uma voz bonita e poderosa, todos nós gostamos do trabalho dele, então ficamos muito felizes quando ele aceitou nosso convite. Mikael foi a participação mais curiosa, já que ele não estava originalmente planejado. Sou uma grande fã de Dark Tranquillity, mas não tinha contato com eles, então nunca pensei que seria possível chamar Mikael para fazer uma participação n o disco. Porém, du-

preende os motivos “Uma vez que você com ecisa tomar de um monstro, você pr ual a ele.” ar ig cuidado para não se torn

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rante a estadia em Gotemburgo, acabei fazendo amizade com Anders Jivarp, baterista do Dark Tranquillity, que foi até o estúdio no dia de gravar a voz do Speed para ver como o material estava ficando e ele levou Mikael junto com ele. Ele estava ouvindo a gravação, conversando em sueco com Fredrik e, de repente, para minha surpresa, ele se levanta e vai gravar! Quando ele terminou, eles perguntaram se estava tudo bem, se gostei e eu falei “pode gravar mais, se quiser!” (risos). Achei maravilhoso... Temos um “dream team” de vocalistas e tenho o prazer de estar ao lado deles. O resultado ficou extremamente interessante, pois todas as vozes são bem distintas. HELL DIVINE: A música “Gag Order” do novo álbum já foi executada na turnê que vocês fizeram com o W.A.S.P. pela Europa. Como foi a recepção dos fãs? Dani Nolden: Foi excelente! Essa música nos deu a certeza de que estávamos no caminho certo! Decidimos tocá-la como uma espécie de teste, nada melhor que você perguntar ao público se a direção do disco está correta ou se precisávamos repensar a coisa toda. Brinquei com os fãs durante a turnê, dizendo que eles deveriam gritar apenas se gostassem da música e ficar quietos se a achassem uma porcaria. Felizmente, todos gritaram em todos os shows (risos). Muitas pessoas tentavam acompanhar e cantar junto, mesmo sendo uma música bem pesada. Nós gostamos do contraste das melodias bonitas e marcantes com as guitarras bem graves, agressivas. Parece que nosso gosto também agradou aos fãs. HELL DIVINE: Falando em W.A.S.P., como foi para vocês essa turnê com uma lenda do Hard Rock mundial? Dani Nolden: Foi maravilhosa! Divertida do começo ao fim. Nada se compara, para mim, à experiência de uma turnê longa com shows diários; não há tempo para outra coisa além dos shows, já que a maioria das viagens é longa. Você dorme depois de um show e já acorda na cidade seguinte, praticamente no horário de passar o som, então é como se você vivesse para isso. Nada nos incomodava, nada atrapalhava a festa, mesmo quando ficávamos presos na neve (risos). Todos no W.A.S.P. nos deram todas as condições possíveis para fazermos nossa parte, estávamos preocupados no começo, achando que seria uma convivência difícil por causa da reputação do Blackie, mas o

que encontramos lá foi exatamente o contrário. Músicos e equipe tranquilos, fáceis de lidar, super atenciosos e, no final da turnê, percebíamos que éramos um time. Tenho um profundo respeito por eles, afinal, eles têm mais tempo de carreira que eu tenho de idade! Mesmo assim eles nos abriram uma porta importantíssima no mercado europeu. HELL DIVINE: Qual o motivo para o Shadowside incluir a música “Inútil” do Ultraje A Rigor, com a participação do Roger, vocalista da banda, no novo álbum? Dani Nolden A letra de “Inútil” é muito atual, apesar de ter sido escrita nos anos 80. Nada mudou no Brasil. Sempre quis fazer uma música em português ou fazer uma versão de uma das nossas faixas já existentes em português, mas então pensamos “por que não um cover de alguma banda nacional?” Por que não Ultraje a Rigor, que tem um espírito que combina tão bem conosco? Eles não se levam a sério e “Inútil”, apesar de ser divertida, é um retrato do nosso país. Pedimos autorização ao Roger para regravar a música e quando ele nos deu o “sim”, pensamos que seria legal se ele participasse. Ele aceitou também e quando terminamos a gravação na Suécia, ele fez a parte dele em São Paulo. Não consigo explicar como achei incrível uma lenda como o Roger cantando no CD da minha banda (risos). HELL DIVINE: Os álbuns “Theatre Of Shadows” e “Dare To Dream” obtiveram uma grande aceitação, principalmente no mercado americano, onde foram produzidos, fazendo com que a banda tocasse em vários locais do mundo e fosse headliner em alguns festivais. Você acha que esse é o caminho para as bandas nacionais fazerem sucesso? Dani Nolden: Acredito que o caminho do sucesso é fazer tudo bem feito e não se esquecer do público, seja aqui no Brasil ou lá fora. Não adianta tocar no exterior, lançar discos por lá, se você não cuidar da base de fãs aqui no país. Ninguém nos Estados Unidos vai levar a sério uma banda brasileira que não tem certo sucesso dentro de casa. Nosso primeiro show no exterior aconteceu, em 2007, e nós esperamos bastante antes de fazer isso acontecer, porque queríamos fazer direito. Já tínhamos convite tanto da Europa quanto da América do Norte, desde 2002, mas não sentíamos que era a hora certa. A banda era nova demais, estávamos

dando os primeiros passos e foi bom esperarmos, fortalecer nossa estrutura e construir algo legal aqui antes de nos arriscarmos lá fora. Claro que, depois que tocamos no exterior, nosso público aqui aumentou também, mas isso só aconteceu porque nós nunca desvalorizamos nossos fãs daqui. HELL DIVINE: Vocês já pensam em gravar um DVD ao vivo? Dani Nolden: Sim, agora com o lançamento do “Inner Monster Out”, essa começa a ser uma ideia interessante. Temos bastante material para fazer um show longo. Não sei se vamos lançar um DVD completo em breve, mas é bem possível que façamos alguma gravação mais cuidadosa para incluir em algum material futuro, seja algo gratuito para a internet ou algum lançamento especial. HELL DIVINE: Vocês já fizeram a abertura de grandes bandas em SP como Nightwish e Primal Fear. Recentemente, vocês fizeram a abertura do show do Iron Maiden no RJ. Conte-nos um pouco dessa experiência e como foi a reação do público. Dani Nolden: Abrir um show é sempre uma situação complicada, porque você está “competindo” diretamente com uma banda que, para muitos dos presentes, é a favorita. É mais complicado agradar assim, porque você está sendo comparado ao artista que todos ali pagaram e estão ansiosos para ver. Portanto, a reação boa significa muito e sempre foram maravilhosos conosco. Sempre encontramos um público receptivo, animado, interagindo com a banda. Provavelmente é porque nos divertimos tanto em cima do palco que acabamos contagiando a todos. HELL DIVINE: Para terminar, gostaria de agradecer a você, Dani, pela entrevista e dizer que estamos muito ansiosos para ouvir “Inner Monster Out”. Deixe sua mensagem aos fãs da banda. Dani Nolden: Espero que curtam o “Inner Monster Out”, ele é pesado, nervoso, porém muito musical. Confiram o novo vídeo de “Angel with Horns”, em breve no Youtube. Espero encontrar todo mundo na estrada... Continuem gritando, porque Heavy Metal em volume baixo é muito chato... Entrevista por Luiz Ribeiro

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Principal nome do Thrash Metal dinamarquês e grande ícone dos anos 80, o Artillery está mais forte do que nunca e provando que tem muita lenha para queimar com o segundo lançamento de estúdio depois de seu retorno, o fenomenal “My Blood”. Em breve comemorando três décadas de estrada, o Artillery possui seis discos de estúdio, começando com “Fear of Tomorrow” (85), “Terror Squad” (87), “By Inheritance” (90), “B.A.C.K.” (99) e “When Death Comes” (09), até chegar em “My Blood”, que mantém intacta toda a garra e mostra que Søren Nico Adamsen (vocal), Michael Stützer e Morten Stützer (guitarras), Peter Thorslund (baixo) e Carsten Nielsen (bateria) não estão para brincadeira e que pretendem continuar por muito tempo. Tivemos um papo com Michael, mostrando muita satisfação com o atual momento da banda e disse que espera tocar no Brasil em breve! HELL DIVINE: Michael, o novo disco tem surpreendido muita gente pela coesão que a banda vem demonstrando com esta nova formação, que começou a lançar material inédito, em 2009, com o excelente “When Death Comes”. Como rolou o processo, de certa forma curto, de “My Blood”? Michael Stützer: Sim, desta vez passamos apenas um ano e meio fazendo o novo álbum, “My Blood”, e ao mesmo tempo tocamos de 60 a 70 shows. Isto mostra o quanto é importante ter uma banda onde todos os integrantes realmente querem gravar, excursionar etc. Uma das coisas que prometemos quando lançamos “When Death Comes” foi que não esperaríamos dez anos até lançar um álbum novamente. E nós mantivemos a promessa aos fãs! HELL DIVINE: “My Blood” é o sexto disco da carreira do Artillery, que teve início com a demo “We Are the Dead”, de 1982. Ou seja, já são praticamente três décadas de serviço ao Thrash Metal, mesmo contando o tempo em que ficaram parados. Na sua concepção, tudo isso valeu a pena? Michael Stützer: Sim, 100%, porque nós realmente amamos tocar, e uma vez músico, sempre músico. Sabe, nós sentimos que o Artillery ainda tem algo a oferecer aos seus fantásticos fãs, e nós estamos muito satisfeitos com a produção e também com a cara das composições de “My Blood”. A banda passou por maus bocados com gravadoras, empresários etc., e isso tudo só tornou a banda mais forte! HELL DIVINE: Os três primeiros álbuns, hoje considerados clássicos, deram ao grupo bastante popularidade nos anos 80 e começo dos anos 90. Que nível de importância você acha que “Fear of Tomorrow”, “Terror Squad” e “By Inheritance” tiveram para o Metal mundial? Michael Stützer: Estamos muito orgulhosos com a forma que as pessoas veem nossos álbuns, hoje em dia, e nós sentimos que fizemos algo certo no passado. Nós recebemos também muitos comentários maravilhosos de bandas que afirmam serem inspiradas por nós, então, sim: sentimo-nos muito honrados. E a forma que os fãs receberam “When Death Comes” 22

e “My Blood” em seus corações nos deixa ainda mais felizes. HELL DIVINE: Nos anos 90 houve um hiato que foi quebrado com “B.A.C.K.”, que trouxe a banda de volta à cena com força total. Vocês ficaram satisfeitos com a receptividade e o que buscavam com esse disco? Há faixas bem fortes, como “Cybermind” e “The Cure”, trazendo de volta o verdadeiro Thrash Metal ao público! Você concorda que este disco, juntamente com “All Hell Breaks Loose” do Destruction, ocasionou um “revival” do Thrash Metal oitentista? Michael Stützer: “B.A.C.K”. tem alguns grandes sons como “Cybermind”, mas na verdade não havia uma banda tocando, foi mais um projeto sem Carsten e Peter. O Flemming não curtia mais o estilo e pegamos emprestado o Per Jensen do The Haunted pra gravar a bateria. HELL DIVINE: Ao longo dos anos, a formação do Artillery mudou pouco, mas um de seus integrantes originais, o vocalista Flemming Ronsdorf, deixou a banda após “B.A.C.K.” para dar entrada ao jovem Søren Adamsen. Quais motivos levaram Flemming a deixar o Artillery? Michael Stützer: Flemming não estava mais comprometido com a banda e não queria tocar ao vivo, então se o Artillery tivesse a chance de continuar teria de ser com um novo vocalista. Assim, quando nos reunimos em minha casa, em 2007, decidimos que testaríamos novos vocalistas! HELL DIVINE: E como foi que vocês chegaram até Soren? Houve outros candidatos? Creio que Søren é a voz perfeita para a banda... A escolha não poderia ter sido mais bem sucedida! Quais foram os critérios em optar por lançar um CD/DVD ao vivo em vez de começar lançando material inédito? “One Foot in the Grave, The Other One in the Trash” seria uma “prova de fogo” para Soren? Michael Stützer: Liguei para Torben Askholm, na época vocalista do Anubis Gate, para participar de um ensaio. Ele não pode comparecer e sugeriu Soren. Após


apenas dois ensaios estávamos convencidos de que ele era o cara certo! HELL DIVINE: O Brasil sempre teve fãs do Artillery, e muitos fãs esperam poder assistir a banda aqui em nossas terras. Há chances de uma turnê ser realizada em nosso país? Há pouco tempo correram boatos que vocês estariam tocando aqui, mas tudo não passou de especulação. O que há de concreto nisso? Michael Stützer: Nós trabalhamos muito duro para excursionar pela América do Sul e estivemos próximos disso várias vezes. É um grande sonho nosso visitar a América do Sul, porque ouvimos coisas fantásticas sobre o continente, especialmente o Brasil. A propósito, Morten e eu temos um meio-irmão que poderíamos visitar ao mesmo tempo! HELL DIVINE: O Artillery é um dos pioneiros dentro da cena Metal dinamarquesa. Como era tocar este tipo de som em um país onde o gênero não possuía muitas bandas e, talvez por consequência disso, não houvesse tanto apoio... O que vocês têm a nos contar sobre o início da banda? Quais as principais dificuldades? Michael Stützer: Acho que tivemos que lutar contra o mesmo tipo de problema que muitas bandas Thrash tinham, especialmente no começo da cena, mas me parece que agora nós somos aceitos de diversas formas. HELL DIVINE: E hoje em dia, com todo o advento da internet, downloads gratuitos, redes sociais, notícias instantâneas, contato direto com os fãs... O

que isso tem facilitado para a banda e o que você acha que o futuro reserva para o Heavy Metal? Michael Stützer: Penso que o Metal sempre sobreviverá, pois os fãs são tão leais e dedicados que mesmo que a internet tenha destruído muitas coisas, ela também abre muitas possibilidades para as bandas. Amo falar com os fãs e ouvir suas opiniões, então há coisas boas e ruins! HELL DIVINE: “My Blood” representa fielmente a sonoridade do Artillery, com a adição de alguns elementos diferentes, mas que se encaixam perfeitamente em cada música. “Mi Sangre” é um desses exemplos... Se você tivesse que explicar o conceito musical do disco em poucas linhas, como você o definiria? Michael Stützer: Acho que a coisa mais importante quando se faz música é se você ama tocar, pois as pessoas sentem isso e não importa o tipo de som que você está tocando. Realmente espero que as pessoas sintam isso! HELL DIVINE: Foi um prazer poder entrevistá-lo, estamos esperando a banda aqui no Brasil! Algo a acrescentar? Michael Stützer: Obrigado Maicon, também por sua paciência esperando por esta entrevista. Um brinde a todas as pessoas que nos apoiam e eu tenho certeza que tocaremos aí em breve. “When Death Comes” e “My Blood” foram lançados no Brasil, então apoiem a banda e comprem os discos! Stay Metal! Entrevista por Maicon Leite Tradução por Daniel Seimetz

“...o Artillery ainda tem algo a oferecer aos seus fantásticos fãs, e nós estamos muito satisfeitos com a produção...”

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O Thrash Metal, como todos sabem, possui excelentes bandas em todos os lugares, seja no Brasil, EUA, Grécia ou qualquer outro país. Porém, da Alemanha surgiram alguns dos principais nomes, portanto, a lista ficaria enorme se cada um fosse citado aqui. O Tankard, originário de Frankfurt, é conhecido também como “Reis da Cerveja” graças a sua declarada e apaixonada forma de demonstrar isso por meio de riffs velozes, batidas rápidas e muito bom humor. Lançando seu 14º álbum, “Vol(l)ume 14”, a banda mantém o status inabalável de grande pilar do Thrash germânico e ratifica sua importância para o estilo. O simpático e extremamente atencioso vocalista Andreas “Gerre” Geremia falou conosco sobre o novo álbum e alguns fatos de sua carreira, que está chegando aos 30 anos de intensa atividade. Pegue sua cerveja, relaxe e curta este excelente bate papo! HELL DIVINE: Já se passaram quase 30 anos desde o lançamento de “Zombie Attack” e a banda continua com o mesmo espírito, praticando o mais puro Thrash Metal! O segredo para esta longevidade seria a cerveja que vocês bebem e tanto enaltecem? Gerre: É verdade. Nós ainda estamos no Thrash Metal após 29 anos e o lançamento de “Zombie Attack”, em 1986! Penso que a coisa mais importante é que ainda nos divertimos da mesma forma tocando esse tipo de música! Como todos nós temos empregos normais, não temos que viver da música e somos totalmente independentes e podemos fazer o que quisermos. Sou muito orgulhoso por ter sobrevivido a todos esses anos, especialmente quando o Thrash estava praticamente morto da metade para o final dos anos 90. HELL DIVINE: O Tankard sempre teve mudanças de formação, mas desde o disco “Kings of Beer” lançado, em 2000, a banda conta com Andreas Gutjahr (guitarra), Olaf Zissel (bateria) ao seu lado e de Frank Thorwarth (baixo), que também é membro original. Você acredita que este é o time que perdurará até o fim da banda? Gerre: Olaf entrou para a banda, em 1994, Andy, em 1998, e nós somos algo parecido com uma pequena família, então não consigo conceber que alguém deixará a banda e que teríamos que colocar um novo membro no time! Acho que essa é a formação com a qual faremos barulho pelos próximos 29 anos (risos)! HELL DIVINE: Vamos voltar aos primórdios do Tankard, quando ainda se chamavam Avenger e Vortex... Quando os cinco garotos de Frankfurt viram que também poderiam tocar Heavy Metal, assim como seus ídolos? Gerre: Como todos éramos grandes fãs da NWOBHM e amávamos bandas como Raven, Tank, Jaguar etc. e também todos nos conhecíamos da época de escola, surgiu a ideia de montar uma banda. Mais tarde, começamos a ouvir os primeiros discos do Exodus, Slayer, Metallica, Anthrax e, especialmente, o Exciter e descobrimos que esse era o tipo de Metal que amamos. Então nosso début “Zombie Attack” ainda era um pouco influenciado por Punk Rock, porque nosso antigo guitarrista Axel adorava bandas como The Exploited, UK Subs etc. Já no segundo álbum, “Chemical Invasion”, você pode realmente ouvir as influências Thrash! HELL DIVINE: A cena Metal alemã já estava a todo vapor quando vocês começaram, graças a nomes como Accept e Scorpions, mas aos poucos a agressividade seria inten-

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sificada, surgindo, assim, o famigerado Speed/Thrash germânico com vocês, Sodom, Destruction, Kreator, Assassin, Holy Moses, Iron Angel, Living Death... Deve ter sido uma época incrível, não é mesmo? Como era a relação de vocês com estas bandas? Gerre: Não se esqueça do Deathrow, uma de minhas bandas favoritas naquela época. Excursionamos com eles algumas vezes! Todos tinham um bom relacionamento, apesar de cada banda fazer suas coisas, além de haver certa concorrência, é claro! Hoje em dia, especialmente o Sodom e o Tankard realmente combinam, porque temos o mesmo tipo de humor e sempre nos divertimos quando tocamos juntos!


HELL DIVINE: Ao mesmo tempo em que vocês agitavam 90. Nosso disco com melhores vendas foi “The Meaning a cena alemã, nos EUA se viu a estrondosa “Bay Area” Of Life”, de 1990. Da metade para o final dos anos 90, o emergir com Metallica, Death Angel, Exodus, além de Thrash Metal estava em baixa, então vendemos menos Slayer, Anthrax e Megadeth. Quais as diferenças que álbuns e não tocamos tantos shows. “B-Day” veio, em você apontaria entre os dois grupos? O que o Heavy 2002, e representou uma espécie de recomeço para o Tankard: nova gravadora, novo produtor, melhores canções... Metal alemão difere do americano? Desde então estamos avançando passo a Gerre: Esta é uma pergunta bastante pepasso e nós nem conseguimos aceiculiar. Acho que cada banda possui seu “Antes d tar todas as ofertas que recebemos! próprio estilo, talvez a produção das e q ualquer coisa o T bandas Thrash alemãs fosse um pouco ankard é HELL DIVINE: Dessa época tão esmais crua, mas a onda veio primeiro uma b a n d pecial, quais foram os momentos da Bay Area, isso é certo! Realmente a q ue combina que mais marcaram sua vida e quais não sei o que seria o som típico do Th aqueles que você certamente tem Thrash alemão, mas na Alemanha e diversã rash Metal vergonha? Como o Tankard sempre ainda temos uma cena Thrash grande claro, se o, mas, é foi uma banda de fazer farra, deve e muitas bandas foram formadas no mpre tiv emos haver várias histórias engraçadas. começo dos anos 80! letras sé rias.” Conte uma pra gente aí Gerre! Gerre: Todos os shows que tocamos HELL DIVINE: Nos anos 80, o Tankard em outros países são muito especiais fez diversas turnês, lançou discos de para nós e realmente pontos altos para a sucesso e contou uma excelente popularidade, dando à banda, América do Sul e Ásia, como exemplos. É sempre banda a chance de viver da música, estou certo? Gerre: Sim, você está certo! Nós obtivemos um grande muito emocionante ir a um país onde nunca tocamos anavanço com nosso segundo álbum, “Chemical Invasion”, tes. Nunca sentimos vergonha de nada, mas é claro que e fizemos várias turnês pela Europa até a metade dos anos tivemos tempos muito difíceis, como quando nosso antigo guitarrista Axel deixou a banda, no começo de 1998. Estávamos procurando por outro cara por uns meses e tivemos apenas três apresentações naquele ano, foi muito frustrante! Uma das coisas engraçadas que aconteceu foi em um festival na República Tcheca, quando nosso baixista Frank saltou para o público e foi literalmente varrido por uma música inteira e aí tivemos que procurá-lo. Ele estava um pouquinho bêbado, então subiu ao palco secundário e continuou tocando, sem perceber que na verdade ele estava no palco errado... HELL DIVINE: Nos anos 90 a banda manteve-se sempre na ativa, mesmo com o Thrash Metal em baixa. Uma das características que marcou este período em relação à sonoridade da banda foi fortes traços de Punk Rock. Como foi trabalhar com esta antiga influência? Gerre: Como te disse antes, o debut “Zombie Attack” foi bastante influenciado por Punk Rock e nosso guitarrista Axel era muito fã desse tipo de música, então ainda tínhamos algumas canções com essa influência. Isso mudou totalmente quando Andy entrou para a banda, em 1998, ele é um clássico guitarrista de Metal e desde então não tivemos mais esse tipo de influência. HELL DIVINE – Passando mais uma década, no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, foi de extrema importância para o Thrash Metal, com a volta do Destruction, Artillery, Whiplash... E foi nessa época que saiu o fabuloso “Kings of Beer”, satirizando o Manowar. Porém, você teve um problema na garganta e a banda teve que cancelar vários shows. O que houve? Gerre: No começo do ano 2000, tive um monte de problemas com minhas amígdalas e resolvi removê-las em uma cirurgia. Depois disso tive mais problemas que antes, a dor não parava, então tive que parar de cantar por um tempo. No começo de 2001, voltei a praticar e estava muito satis25


feito por poder voltar ao palco! Durante esses tempos difíceis jamais pensei em deixar o Tankard, jamais! HELL DIVINE: Em 2007, os brasileiros tiveram a chance de ver a banda ao vivo pela primeira vez. Gerre, o que você achou da receptividade dos brasileiros e dos shows em si? Estava no show em Porto Alegre e posso lhe assegurar que foi um dos shows mais legais que já vi na vida. Há planos de voltar agora com a turnê do novo disco, “Vol(l)ume 14”? Gerre: Foi uma experiência realmente maravilhosa ir ao Brasil pela primeira vez, os fãs são muito loucos e entusiasmados e nós nos divertimos muito! Certamente voltaremos, mas não há planos concretos ainda! HELL DIVINE: “Vol(l)ume 14”, como o próprio nome já entrega, é o 14 º álbum de sua discografia, sem contar as coletâneas, CDs ao vivo, EPs, DVDs etc. Como tem sido a receptividade perante este trabalho? Há grandes músicas contidas no CD, quais você destacaria? Gerre: Como de costume estávamos com pressa e tivemos alguns problemas com o tempo, mas isso é sempre assim antes de o Tankard entrar em estúdio. Desta vez, trabalhamos com um novo produtor chamado Michael Mainx. Sempre estivemos satisfeitos com Andy Classen, mas desta vez quisemos tentar algo diferente, especialmente, no que diz respeito ao som. Acho que soa mais simples desta vez e tivemos muito trabalho com os vocais. Ele realmente chutou nossos traseiros, mas estamos satisfeitos com o resultado. Minhas faixas favoritas: “Timewarp”, “Rules For Fools” e “Weekend Warriors”! HELL DIVINE: Um dos fatos mais interessantes que cercam o mundo do Tankard foi a sua mudança radical de visual, emagrecendo bastante. Conte-me como conseguiu, pois

pretendo seguir sua dieta! Para fazer shows deve ser bem melhor, não é mesmo? Gerre: Eu me juntei ao ”Weight Watchers” (N.T.: Vigilantes do Peso) e mudei a forma de me alimentar. Não consumo mais tanto fast-food, então na verdade não é uma dieta, apenas uma mudança na forma que você come. Perder peso não é tão difícil, porém manter o peso atual é uma tarefa árdua, então estou dando meu melhor! É óbvio que tenho mais energia no palco, me sentindo como nos anos 80 e 90 (risos). HELL DIVINE: Todo mundo pensa que vocês são beberrões, mas ao mesmo tempo em que falam de cerveja, procuram abordar assuntos diversos, que envolvem a sociedade em geral. Como funciona esta “mistura” entre o lado engraçado e o lado mais sério? Gerre: Antes de qualquer coisa o Tankard é uma banda que combina Thrash Metal e diversão, mas, é claro, sempre tivemos letras sérias. Afinal, nós não andamos cegos pelo mundo! Penso que essa mistura combina de verdade com o Tankard, mas o mais importante é que nos divertimos tocando esse tipo de música! HELL DIVINE: Finalizando a entrevista, agradeço pelo tempo cedido, ele será recompensado com muita cerveja. Algo a acrescentar? Gerre: Obrigado pelo apoio e um super-extra-especial obrigado a todos os Thrashers brasileiros pelo interminável apoio por todos esses anos! Nós, com certeza, voltaremos para festejar com vocês! Entrevista por Maicon Leite Tradução por Daniel Seimetz



Com 15 anos de estrada mantendo as raízes do Thrash e com nome consolidado no underground nacio “Abduction”, que gera expectativas dentro da cena nacional. Para falar um pouco sobre esse mome o guitarrista e vocalista Adriano Perfetto e o baixista Hélio Patrizzi conversaram c

HELL DIVINE: Completando 15 anos de estrada o Bywar mostra uma formação sólida, contando apenas com uma mudança de integrante. O que esperar do Bywar para o próximo período? Adriano Perfetto: Esperamos dar continuidade em tudo o que conquistamos até hoje, mais shows, turnês e, quem sabe, mais quatro ou cinco álbuns (risos). De uma coisa temos certeza: essa nossa formação, além de sólida é eterna, nem passa por nossas cabeças a saída de alguém... Somos uma família e não queremos nada de diferente para os próximos 50 anos. HELL DIVINE: Contem-nos como foi e como surgiu a parceria com o norte-americano Brendan Duffey na produção do novo álbum? Hélio Patrizzi: Quando terminamos de compor as dez faixas de “Abduction” sentíamos ter um bom álbum em mãos e, diferentemente do que já havíamos feito nos outros álbuns, deveríamos inovar em seu processo de gravação. Nos pareceu, então, natural procurar um novo estúdio. Iniciamos uma profunda busca por estúdios e depois de muitos contatos e de quebrar a cara algumas vezes, chegamos ao Norcal, Brendan Duffey e Adriano Daga. Depois de conhecer essa equipe e estrutura, estava mais do que certo que nossa procura havia chegado ao fim. Os conhecimentos da equipe sobre Heavy Metal e técnicas de gravação e os equipamentos que eles possuem nos cativaram de primeira. Sentimos que ali era o local mais indicado para fazer nascer nosso quarto álbum de estúdio. HELL DIVINE: “Abduction” seria finalizado fora do Brasil, mas parece que houve problemas e Brendan Duffey acabou finalizando a obra aqui. O que aconteceu? Hélio Patrizzi: Quando o material ficou pronto para mixagem e masterização alguns problemas surgiram e acabaram impossibilitando nossa parceria com Peter Laustsen, da Suécia. Estava tudo acertado, mas imprevistos atrapalharam naquele momento. Porém, são nesses momentos que a vida aponta quem são seus verdadeiros amigos, com quem você pode realmente contar nos momentos difíceis e esse “problema” acabou se tornando uma prova disso. Ao saber o que estávamos enfrentando, prontamente, Brendan veio ao nosso “socorro”. Então, no final das contas o problema acabou se tornando uma coisa boa, pois fazendo aqui nós pudemos contar com todo o talento e amizade de Brendan Duffey e pudemos ainda desfrutar de uma participação presencial durante todo o processo. Ou seja, o problema foi convertido em uma coisa muito positiva e estamos totalmente satisfeitos com o resultado de “Abduction”. HELL DIVINE: Os últimos dois álbuns tiveram videoclipes e “Herectic Signs”, inclusive, veio junto com o lançamento do álbum. Há alguma perspectiva de videoclipe para o lançamento e promoção de “Abduction”? Adriano Perfetto: Sim, sim... Com certeza, temos ideias legais para um vídeo da música “Poltergeist Time” e talvez para alguma outra também. Adoramos esse lance de fazer vídeos, o Helio tem muita facili28

“...É só manter a chama Esse espírito de querer e fazer as co


onal, o Bywar, banda de São Caetano do Sul/SP, em breve estará lançando seu quarto álbum, intitulado ento da banda, bem como algumas curiosidades da carreira e o processo de gravação do novo álbum, com a equipe da HELL DIVINE MAGAZINE, afirmando: “Somos todos Headbangers!”

a do underground acesa. oisas cada vez melhor para a cena.”

dade e talento para esse tipo de coisa, e também temos que aproveitar os tempos atuais, em que o Youtube é uma ótima ferramenta de divulgação para todos os campos artísticos. HELL DIVINE: Fale sobre “Consciously Dead”, citada no diário de gravação, que termina a trilogia inaugurada em “Herectic Signs”. Qual o conceito dessa trilogia? Adriano Perfetto: Essa letra, na verdade, é uma historia que saiu toda da cabeça do Enrico, nós sempre curtimos esse lance de filmes que nos fazem viajar enquanto os assistimos, mas ela basicamente se refere a alguém que sonha estar cometendo algo impensado e acorda com todos os sinais de como se aquilo tivesse acontecido. Imagine você, sonhando que é um assassino e acorda desse pesadelo com suas mãos sujas de sangue, ou sonha que está sendo preso e acorda com suas mãos amarradas... É uma letra bem longa que teve seu final nesse nosso novo CD; ficou bem legal, pois nessa terceira e última parte notamos riffs e dedilhados que estão na primeira parte em “Herectic Signs”, curtimos muito o resultado final. HELL DIVINE: A ideia do diário de gravação de “Abduction” foi muito interessante e creio que colabora muito na divulgação da banda e cria expectativas no público, afinal, todo headbanger é louco por música e a maioria tem esse “sonho” de entrar em estúdio. De onde partiu a ideia e conte-nos um pouco sobre o processo de gravação no estúdio Norcal. Hélio Patrizzi: A ideia partiu exatamente da necessidade de compartilhar com os bangers esse sentimento de entrar em estúdio e criar uma tentativa de eliminar do senso comum a distinção entre banda e público, mostrando que, acima de tudo, todos somos bangers. Isso vem em primeiro lugar. No diário estão explicitas todas nossas ansiedades, dificuldades encontradas pelo caminho e alegrias durante esse processo. Está tudo lá. Exatamente como ocorreu. O dia-a-dia das gravações de “Abduction”. No decorrer das sessões, ainda fizemos alguns takes em vídeo e essas imagens, junto com algumas músicas – ainda em processo de produção –, se transformaram em alguns vídeos que estamos disponibilizando periodicamente na internet via Youtube. Pensamos que, assim, estamos fazendo um pouco para derrubar as barreiras que insistem em dividir público e banda. Somos todos headbangers, sem distinção. Sobre o processo de gravação no Norcal, foi excelente. Claro que algumas coisas fogem ao controle nessa hora. Coisas como conciliar a agenda de todos, ansiedade, expectativas e etc. Mas nada que não fosse contornado com sucesso. Deem uma olhada em nosso diário que está disponível na internet. Lá tem todo o processo descrito detalhadamente. Aqui tomaria muitas linhas (risos). HELL DIVINE: Quais os planos para divulgação do novo trabalho? Já existe alguma turnê ou agenda de shows marcados? Adriano Perfetto: Temos muitos planos para “Abduction”, clipes, divulgação em revistas do gênero, internet e muitos shows no Brasil e queremos também fazer alguma coisa na Europa. Temos alguns em vista, mas é melhor termos tudo devidamente acertado para poder divulgar essa agenda. HELL DIVINE: O que “Abduction” tem representado para vocês até agora, neste período de gravações, mixagem etc.? Poderiam nos adiantar um pouco mais sobre o trabalho? Adriano Perfetto: “Abduction”, definitivamente, teve um diferencial em relação aos outros CDs, tivemos tempo para fazer tudo com calma, o Renan e eu já vínhamos compondo mesmo nas épocas do “Twelve Devil’s”, então foi algo bem mais confortável. Chegamos ao estúdio 29


com tudo pronto e já sabendo como seria. Notamos também a evolução de cada um de nós e sentimos que esse, realmente, é nosso melhor trabalho até hoje desde composições que abordam muito sobre o tema Ufologia (que é algo que adoramos) até os últimos instantes da mixagem. HELL DIVINE: Com um bom tempo de estrada, qual momento vocês destacariam como especial para a banda? Adriano Perfetto: Tivemos vários grandes momentos em nossa carreira, desde o show de abertura para o Exodus, em 1998, até os dias de hoje aconteceram coisas incríveis que quando éramos apenas garotos bêbados fazendo barulho dentro de um quartinho jamais imaginaríamos. Por isso, cada fase que vivemos, cada show que fazemos, cada nova cidade que conhecemos é algo de extrema importância para todos nós e curtimos isso como se ainda fossemos os mesmos moleques de antigamente. HELL DIVINE: Qual o principal meio de divulgação que a banda acredita ter colaborado na promoção de seus trabalhos? Hélio Patrizzi: As coisas não mudaram muito desde o nascimento do Heavy Metal. As bandas do passado se esforçavam muito em suas apresentações. Com o Bywar não é diferente. Assim como elas, consideramos as apresentações como um grande momento para divulgar a banda. Essa é a hora que temos para apresentar a banda aos bangers, conversar e tomar algumas cervejas etc. Enfim, essa é a hora de confraternizar com os fãs dos lugares mais distantes por meio de nosso Thrash Metal. Para “Abduction” estamos planejando uma extensa turnê para divulgá-lo. Estamos nos preparando para fazer a “Close Encounters of Fourth Kind Tour” chegar a lugares aonde ainda não fomos. Fiquem atentos às novidades que surgirão em breve. Além, é claro, das outras ferramentas que todos dispõem no underground, como sites, revistas e fanzines especializados e, hoje em dia, as redes sociais também não podem ser ignoradas como um canal de contato entre todos os headbangers.

HELL DIVINE: A banda deve ter passado alguns maus bocados na cena brasileira. Com a nova ascensão do Thrash, como vocês avaliam o underground e a cena brasileira? O que poderia melhorar? Hélio Patrizzi: Comparando com o cenário de 15 anos atrás, quantitativamente, a cena hoje está muito maior. Quando começamos eram poucas as bandas de Tharsh Metal com quem tocávamos. A cena Thrash estava meio estagnada. Essa nova ascensão trouxe muitos bangers e injetou sangue novo. Várias bandas surgiram de lá para cá, o que enriqueceu muito a cena. Qualitativamente, o espírito continua o mesmo. Bangers trabalhando arduamente no underground honrando a cena. Mais ou menos como diria nosso grande amigo Poney do Violator: “underground é underground”. As coisas são feitas com muito amor e cada banda, evento, revista, zine, web site só é feito por meio de muita batalha. O underground é movido por esse espírito. Para melhorar, creio que o caminho já esteja bem marcado há muito tempo. É só manter a chama do underground acesa. Esse espírito de querer e fazer as coisas cada vez melhores é muito bom para a cena. HELL DIVINE: Obrigado pela disponibilidade e o espaço está aberto para as considerações finais. Adriano Perfetto: Agradeço em nome de todos da banda por essa oportunidade de estarmos aqui na HELL DIVINE divulgando o Bywar e nosso quarto álbum, esperamos estar aqui mais vezes, obrigado por tudo! METAL TILL DEATH! Hélio Patrizzi – Valeu a todos da HELL DIVINE METAL MAGAZINE e aos headbangers que sempre nos ajudaram nesses 15 anos de luta no underground! Nos encontramos em alguma apresentação do Bywar para uma celebração Thrash Metal e tomar algumas cervejas juntos! Entrevista por Cupim Lombardi.



ACLLA “Landscape Revolution” Voice Music Se todo mundo achava que o Power Metal brasileiro não daria mais qualquer fruto bom, eis que surge o Aclla, banda que chega detonando tudo com o belo disco “Landscape Revolution”. Uma arte invejável e uma gravação maravilhosa dão a essa banda todos os cadastros necessários para, assim, começarem uma bela carreira na cena nacional. Composto por um time muito coeso e bem estruturado, a banda apresenta belas canções bem metalizadas, com tudo que o fã de Power quer: velocidade, melodia e o vocal poderoso – ponto que, para mim, é um grande destaque dessa banda. O vocal de Tato De Luca está mais que perfeito, sabendo encaixar os agudos com maestria nos momentos corretos e fazendo todas as variações. Outro destaque está na incrível bateria de Eloy Casagrande. No mais, escutem o Aclla e tenham a certeza de que a banda tem toda a chance de crescer e, por que não, alcançar o nível de um Angra? Promessa! Nota: 8.0 Augusto Hunter ACROSS THE SUN “Before The Night Takes Us” Metal Blade Records Há sete anos na estrada e com três EP’s – “This War” (em 2006), “Storms Weathered” (em 2008) e o aclamado “Pestilence & Rapture” (em 2009) –, esses caras sabiam que já era hora de um full-length. O CD parece ser uma compilação da cena Metalcore com todas suas vertentes. Misturam-se solos progressivos, teclado melódico ao fundo, sintetizadores em notas estridentes, bateria estilo jazz, bateria rock, bateria com pedal duplo, riffs rápidos ou lentos, trocas de tempo na mesma música, abuso de efeitos criados no computador (banjos, clarinete, acordeão, violino) – tudo isso amontoado durante o andamento do álbum. Essa “mistureba” acaba deixando cansativa a audição. Há elementos feitos em sintetizador parecidos com aqueles típicos do Children Of Bodom e também a presença de solos progressivos que, em muitas vezes, não sincronizam de forma harmônica com o conjunto musical todo. O vocal “ópera” limpo que Brandon faz não sincroniza 100% com o os screams e guturais, os quais são muito bons. A banda tentou incorporar características progressivas e melódicas em conjunto, mas o resultado não foi brilhante; foi de uma música razoavelmente na média. As partes progressivas das músicas não são criativas ou complexas o suficiente para deixar um impacto forte ao ouvinte e as partes com o puro Metalcore soam como qualquer outra banda do gênero que tenta alcançar um som parecido com a gloriosa Killswitch Engage. “Tipping The Scales”, “Descent & Discovery” e a que dá nome ao álbum, são as faixas mais bem sintetizadas, organizadas e as que conseguem cativar facilmente de alguma forma os ouvidos de um recém-ouvinte. Visto que a banda procurou se focar muito nas suas influências, tentando fazer um som parecido com elas para angariar sucesso, precisou de mais investimento autoral, de mais atributos intrínsecos. Esses nativos de Portland têm, sim, potencial na cena Metalcore; só precisam de mais objetividade e procurar o diferente. Espero, em melhores produções, ver Across The Sun com essas melhorias. Nota: 6.0 Igor Scherer ANNIHILATION “Against The Storm” Casket/Copro Records Nascida em Lisboa, essa banda de death metal portuguesa promete muito em seu álbum “Against The Storm”, com uma grande caravela na capa, a banda promete invadir o mundo. Seu metal é bem apurado e os vocais de Fábio “Nitra” são extremamente competentes. A gravação do CD está muito boa e toda a parte musical bem construída junto a toda produção da arte gráfica. A aniquilação começa com “Torture With Hate” com muita fúria nas baquetas, é de arrepiar. Os vocais bem rasgados parecem possuídos e as guitarras com excelentes riffs demoníacos. “Contempt” é mais largada no começo e a pancada volta com bases metralhantes assim como em “Sacrifice Of Exis32


tence” que é bem marcante. “At War” não foge à regra e parece que estamos no centro de uma batalha de riffs poderosos, a bateria de Gabriel Teykal (ex-Abhorrent) está arrasadora neste álbum. “Illusions Of A Mirage” é excelente em sua totalidade. Pra mim “Atrocities” é a melhor do CD com uma pegada mais thrash e death adicionado na quantidade certa com grandes passagens e um bom clima dentro da música. “Hear Them” mantém o peso e logo vem “Kathairein” que não deixa a aniquilação terminar antes de “Disbelief” que dá o último esfaqueamento em meus tímpanos. Um grande CD com certeza, esperamos o Annihilation faça como Pedro Álvares Cabral e conquiste o nosso Brasil. Nota: 8.0 Ricardo Thomaz AS BLOOD RUNS BLACK “Instinct” Mediaskare Desde o lançamento de “Allegiance”, seu primeiro disco, As Blood Runs Black chamou a atenção de muitas pessoas no cenário Death Metal/Deathcore pela qualidade do time. Logo após uma discussão, três membros importantes saíram, mas foi anunciado que a banda continuaria com novos membros e cinco anos depois temos o lançamento de “Instinct”. Uma gravação até boa, mas muito abaixo do nível do primeiro disco. Isso é o mais notável nesse lançamento. A qualidade musical se manteve até mesmo intocada, com os clássicos breakdowns em momentos das músicas, riffs Black/Death Metal espalhados por todos os cantos, mas percebi que aqueles três membros que foram substituídos estão fazendo falta. Um vocal bom, porém nada além do comum; o baterista muito bom, mas sem aqueles bumbos marcantes de “Allegiance” e o guitarrista novo faz bem seu papel, mas sem um desenvolvimento maior do material em si. “Instinct” é um disco que, para quem é fã de Deathcore vai curtir muito em todos os sentidos. No entanto, é um estilo que com o passar do tempo ficou cheio de coisas idênticas e chatas e, infelizmente, o As Blood Runs Black pode estar começando a cair para esse ponto também. Nota: 7.0 Augusto Hunter BARANGA “O Céu é o Hell“ Voice Music “O Céu é o Hell” é o trabalho mais recente da banda paulista Baranga. Assim como em seus outros álbuns, as letras e a sonoridade são compostas de uma influência mista de Motörhead e a famosa banda brasileira Matanza – influência que pode se notar primeiramente na arte da capa do álbum. Seria mais ou menos a sonoridade do Motörhead com as letras do Matanza. Em vez da pegada de Country, notamos um Hard Rock levemente inclinado para o Heavy Metal tradicional. Assim como Matanza, as letras tratam de bebedeira, jogatina, vida boêmia e mulheres. A sonoridade e produção do álbum são muito boas, com bons riffs, grooves, melodias e vocais. Apesar de serem faixas cativantes e engraçadas, que retratam com fidelidade as noites de fim de semana de muitos como nós, a criatividade da composição das letras e a música em si ainda não conseguem superar o Matanza em termos de euforia e sonoridade cativante. Em momento algum estou afirmando que “O Céu é o Hell” é um álbum ruim, só acho que ainda falta muito para o pupilo paulista superar o seu “gigante mestre irlandês”. Fora isso, Baranga é uma ótima banda e seu novo trabalho é muito divertido, ótimo para descarregar o estresse e a tensão ao final do dia. Comparado com as porcarias brasileiras que tentam imitar o estilo satírico do Matanza, Baranga prova, com esse álbum, que está muito acima deles e no caminho certo; basta agora progredir e se superar. Nota: 7.0 Yuri Azaghal BORN OF OSIRIS “The Discovery” Sumerian Records Para começar a ouvir esse novo lançamento da Born Of Osiris, apague da memória tudo o que você sabia do som deles. Ouvindo o “The Discovery”, percebe-se que houve quase uma mudança completa. Eles começaram com um estilo próprio de Technical Deathcore. Agora, as guitarras soam com um som rico e cheio de profundidade, não metálico e agudo como nas suas aparições anteriores. Isso não é apenas devido a sua transição para guitarras com sete cordas. Elas parecem estar mais coordenadas, mais bem consolidadas. Os vocais mudaram muito pouco – são semelhantes aos de “A 33


Higher Place”, só que mais bem produzidos, com gritos muito menos estridentes e presença de mais guturais poderosos. É presente, também, uma leve adição de vocais limpos em algumas partes. A bateria, mesmo com menos blast beats, ainda contém a magia da combinação das inversões de tempo com pedais duplos intensos que o primeiro e o segundo álbuns da banda tinham. Nos breakdowns é notável o baixo em total sintonia com a bateria dando a ela um peso, uma brutalidade. Se você gosta de Melodic Death Metal vai gostar bastante deste álbum: ele apresenta em todas as faixas teclados e sintetizadores que conferem ao “The Discovery” uma atmosfera melosa. Com apoio desses instrumentos aliados a belos riffs de base e solos, as músicas combinam perfeitamente parecendo até um belo pacote embrulhado. Poucas bandas como a Born Of Osiris conseguem fazer um full-lenght de 15 músicas sem se perder no meio, sem desviar o objetivo do álbum. Faixas que se destacam: “Behold”, “Singularity”, “Follow The Signs” e “Recreate”. Essas citadas contêm alto teor técnico, embasamento melódico, tomadas brutais e destreza coletiva. O começo da “Regenerate” mostra um caráter bem contemporâneo: adição de tambores e scratches de hip-hop. Sim, parece muito estranho! No entanto, por mais estranho que pareça, essas contemporaneidades se harmonizam bem com o álbum e adicionam um pouco de Modern Death Metal à banda. Esses caras se esforçaram para tecer melodias complexas, melódicas e acrescentaram interlúdios com sonoridade misteriosa e até com caráter New Age – faixas inteiras que parecem ser desse gênero: “The Omniscient” e “XIV”. Enfim, este álbum pode ser resumido com os adjetivos: brutal, singular, emotivo e técnico. Em minha opinião, Born Of Osiris, depois de “The Discovery”, é uma das cinco melhores bandas da Sumerian Records e, por isso, de Technical/Melodic Deathcore também. Nota: 9.0 Igor Scherer. Brotherhood “Where The Gods Collide” Independente Apresento-lhes o Blind Guardian brasileiro, mais conhecido como Brotherhood. A banda que me perdoe se não gostar desse título ou de já estar cansada de ouvir comparações como essa, mas é praticamente impossível não associá-la aos alemães, mestres do Power Metal. A construção das músicas é muito boa e o vocal de Willian Pardo é excelente, praticamente um Hansi Kursch. Todas essas claras influências iriam por água abaixo se os brasileiros não fossem competentes, o que não é o caso. Muito pelo contrário, são extremamente bons naquilo que se propuseram a fazer, um Power Metal bastante melódico e épico. O lado pomposo e sinfônico foi deixado de lado, deixando o som mais cru e direto. Logo nas primeiras faixas é possível notar uma fusão entre o já mencionado Blind Guardian com pitadas de Gamma Ray. O primeiro registro da banda se chama “Where The Gods Collide”, composto por dez faixas, perfazendo pouco menos que 60 minutos de música. A gravação ficou muito boa, impulsionando ainda mais as composições. O forte da banda são os refrãos, sempre marcantes e de fácil assimilação. Logo na segunda audição, já é possível cantar junto. Destaque para as faixas “Son Of Pain”, que abre o álbum, e a belíssima balada – que obviamente não poderia faltar – “Into The Night”. O Brotherhood abrirá o show do Blind Guardian em setembro aqui no Brasil, oportunidade mais que merecida. Sorte à banda e continuem com esse belo trabalho, pois o sucesso vos espera. Nota: 9.0 Pedro Humangous CAVALAR “Recoil” Voice Music A banda londrina Cavalar continua seu legado dentro do metal com o lançamento do álbum “Recoil”, o sucessor do seu primeiro trabalho “As A Metal Of Fact” lançado, em 2006. Desde as primeiras faixas a habilidade dos músicos fica evidente, principalmente a bateria, que cria um ritmo muito interessante. O álbum tem uma mudança de ritmo brusca que pode ser notada facilmente na maioria das faixas com um peso muito bem aplicado, passando, então, para sequências de notas em uma escala incrivelmente rápida nos solos dominados pelos riffs da guitarra. Outro ponto a se ressaltar é o vocal, que se encaixa muito bem em alguns trechos, mas por outro lado soa exagerado em outros – principalmente nas partes em que o peso predomina. Embora as faixas sejam muito bem compostas e harmoniosas, seus trechos de repetição, algumas vezes, se destacam demais, dando um ar levemente enfadonho à música – como o riff inicial da guitarra na faixa “In Fear”. Apesar de alguns trechos da composição em algumas faixas simplesmente ficarem esquisitos demais, no geral tanto as composições rítmica e harmônica das faixas são excelentes, assim como suas letras. “Recoil” – lançado, em fevereiro de 2010 – pode não ser algo à altura de um Iron Maiden ou um Judas Priest, mas ainda assim consegue ser um bom álbum, garantindo alguma satisfação nas horas de tédio iminente. 34

Nota: 7.0 Yuri Azaghal


Desecrated Sphere “The Unmasking Reality” Independente Quando li sobre a data de formação dessa banda, quase não acreditei. Os caras começaram em janeiro desse ano e já lançaram seu primeiro álbum, o “The Unmasking Reality”. Gravado e produzido em Mogi Mirim/SP, o disco foi mixado e masterizado pelo renomado Andy Classen do estúdio Stage One, na Alemanha. Esse toque de classe pode ser notado logo nos primeiros segundos de audição. O som aqui é basicamente o Death Metal, porém, com bastante técnica, tempos quebrados e influências inusitadas dos anos 70 com algumas seções rítmicas jazzísticas. O álbum possui dez ótimas composições, todas bem variadas entre si e surpreendentes em vários momentos. A arte da capa e todo o encarte são uma obra-prima, de muito bom gosto – presente do vocalista da banda Drowned, Fernando Lima. Todos os músicos são muito talentosos e dominam por completo seus instrumentos. Obviamente, os americanos do Cannibal Corpse vêm logo à mente, sem deixar de lado a parte técnica de um Necrophagist, por exemplo. Brutal e técnico na medida certa, sem parecer forçado e mantendo o constante interesse do ouvinte. Os méritos desse belo trabalho vão para Renato Sgarbi (vocais), José “Motor” Mantovani (baixo), Gustavo Lozano (guitarras) e Rodolfo Bassani (bateria). Destaque para as faixas “Gospel Is Dead” (que também ganhou um vídeo clipe) e “Inquisitio Haereticae Pravitatis Sanctum Officium”. Pra quem começou agora, a banda mostra que não veio para brincadeira. Trabalho sério e muito competente. Bandas veteranas que se cuidem, pois o Desecrated Sphere veio pra ficar e figurar entre os grandes nomes do metal extremo nacional. Paulada certeira. Nota: 9.0 Pedro Humangous Die Fight “Metal Underground” Die Fight Records É sempre uma tarefa difícil resenhar uma coletânea. Normalmente porque reúne bandas de muitos estilos diferentes, qualidades de gravação diversas e subjetiva a gosto pessoal. O fato é que – independente de qualquer coisa – a Die Fight merece aplausos pela iniciativa. Farei um breve comentário sobre as bandas escolhidas e uma visão geral do disco. Confesso que – apesar de ser um grande conhecedor do metal nacional – das quinze bandas presentes, só conhecia três – o que é muito bom, pois creio que esse seja o propósito das coletâneas undergrounds. A primeira faixa ficou por conta da banda Dragon Ring, que pratica um Heavy Metal tradicional, bastante melódico, com pitadas de Iron Maiden. Em seguida, temos a banda Dead Crush com um som bastante pesado, um Death Metal com direito a pig squeals, ótima surpresa. Na seqüência temos o Final Scream que, apesar de ter qualidade, não traz qualquer inovação. É quase um Manowar com uma pegada mais Thrash. Vulture Of Corpse é a quarta banda, e juro que nunca ouvi algo tão confuso. Parece que estamos ouvindo umas quatro músicas diferentes ao mesmo tempo. As ideias simplesmente não funcionaram juntas. É hora da mais que conhecida banda Nervochaos, que dispensa comentários. A faixa escolhida foi a “Total Satan”. Witchlust vem logo a seguir e não decepciona. Melodic Metal com aquela cara de metal brasileiro, no estilo Aquaria e afins. Tomei um susto com a intro da sétima faixa, tocada pela banda Bewild. Achei que fosse o Nirvana. A gravação não ajudou muito, ficando bastante abaixo das demais. Ainda bem que depois temos o Anonymous Hate, que volta com o nível sonoro ao seu estado normal, um Thrash/Death bem trabalhado. Mystical End apresenta boas ideias nas composições de um Power Metal cru, mas sincero. Outra que dispensa comentários, Queiron. Porradaria do início ao fim, sensacional! O Atacke Nuclear vem em seguida com seu Thrash cantado em português. Bem interessante, mas merece uma melhor gravação. A maior surpresa ficou por conta da banda Pethallian, que apresenta uma ótima composição, meio Gothic na linha do Moonspell. A ressalva fica por conta do vocal masculino que carece de uma melhora na pronúncia do inglês. Makinária Rock vem pra fazer a alegria de quem gosta do Baranga, por exemplo. Achei meio deslocado na coletânea. Pra fechar, temos o Unearthly – o Behemoth brasileiro – e uma música instrumental da banda The Fusion, muito boa por sinal. O saldo é extremamente positivo e deve agradar a todos. Corra atrás do seu, compre e apóie metal nacional. Juntos somos mais fortes! Nota: 8.0 Pedro Humangous

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Engines Of Torture “Obsidian Redemption” Independente O underground brasileiro não se cansa de nos surpreender. Cada dia surge uma nova banda com muito potencial e principalmente força de vontade, pois sabemos que fazer com que as pessoas ouçam seu trabalho não é tarefa das mais fáceis. Eis que tenho em minhas mãos o EP da banda Engines Of Torture, o “Obsidian Redemption”. Lançado de forma independente, o disco apresenta ótimas composições calcadas no Death Metal com algumas coisas de Black, bem na linha do Behemoth, Belphegor e Nile. Formada atualmente por Vinícius Freitas (vocais), Wanderson Félix (guitarras), Felipe Cabral (guitarras) e Thiago Barbosa (baixo), o grupo demonstra entrosamento e técnica apurada nas cinco faixas que compõem a bolacha. A arte da capa, apesar de ter sofrido pela coloração escura demais, é bem legal e condizente com a temática das músicas. A introdução cadenciada é de arrepiar, sendo seguida pela ultraveloz “Heretic’s Fork”, com um excelente trabalho de bateria e de guitarras. As camadas de voz também ficaram bem interessantes e casaram perfeitamente com o caos sonoro da seção instrumental. Não se deixe enganar pela introdução de “Shaped In Hate”, que começa mais lenta, mas logo retoma a velocidade e brutalidade habituais. Uma verdadeira aula de Death Metal pode ser conferida na faixa “Obsidian Redemption” onde riffs de guitarra e baixo andam juntos em perfeita sincronia. Por fim, temos a “Deadlands”, mostrando que a banda mantém o nível do início ao fim. A gravação ficou acima da média, o que chama a atenção quando falamos de uma banda debutante. O Engines Of Torture se mostra uma banda promissora, e se mantiver o nível daqui pra frente, certamente alcançará vôos mais altos. Ótima revelação! Nota: 8.0 Pedro Humangous ENTHRONED “Pentagrammaton” Shinigami Records O primeiro fator que percebi ao ouvir o novo álbum da banda belga Enthroned é que o peso está muito mais elevado nas faixas, ora de uma forma mais lenta e progressiva – iniciando após uma lenta e mais deprimente introdução –, ora começando desde o primeiro segundo até o último. Os vocais estão bem trabalhados e a sonoridade está bem fluente, com uma distorção muito bem produzida, que não chega sequer perto do tradicional raw sound – também chamado de necrosound – das bandas mais primordiais do estilo. As letras, como sempre, estão carregadas de blasfêmias satânicas – o mínimo que se espera de uma banda de Black Metal desse porte – combinando muito bem com seus riffs que causam bom peso e incrementam aquela sensação melancólica em certas faixas. Em suma, a composição e a produção do álbum não me decepcionaram – o que eu já esperava, já que sou fã da banda há muito tempo –, pois Enthroned é uma daquelas bandas que passa a impressão de superar um trabalho anterior com um novo. “Pentagrammaton” é um transmissor de sentimentos extremos, que incita nossa psique aos caminhos mais obscuros e temidos da alma humana, sem falar na arte da capa que é, no mínimo, intrigante. Para uma amostra rápida da potência do novo álbum, recomendo fortemente as faixas “Ornament Of Grace”, “Pentagrammaton”, “Unconcious Minds” e “Behemiron”. Nota: 8.5 Yuri Azaghal Father’s Face “Soundtrack For A Closing Light” Independente Após o surgimento de bandas como Krisiun e Hibria, a região Sul do Brasil vem sendo atacada pelo Heavy Metal no geral, aparecendo cada vez mais bandas talentosas vindas de lá. Esse é o caso do Father’s Face, que acaba de lançar seu disco de estréia, o “Soundtrack For A Closing Light”. Formada por Lucas Guimarães (vocais), Alessandro Marques (guitarras, vocais e orquestração), Cristovão Viero (guitarras), Luciano de Oliveira (baixo) e Daniel Seimetz (bateria), os músicos conseguem aliar bastante melodia e técnica, em uma fusão interessante de Prog Metal e Power Metal, sem contar as passagens mais pesadas com direito a vocal gutural. Os vocais lembram algo entre o Blind Guardian e o Dream Theater. O instrumental – bastante coeso, diga-se de passagem – está muito bem entrosado e a gravação ajudou muito no resultado final. A audição do álbum como um todo é bastante interessante, ótima escolha na sequência das faixas, principalmente na alternância entre as passagens mais leves e as mais 36


agressivas. Todas as músicas têm seu próprio brilho, porém, destaco as faixas “Thy Touch”, “Shivering In Gray” e “Quieten My Anguish”. Bom saber que existem cada vez mais bandas dedicadas e com vontade de fazer um som de qualidade. O Father’s Face nos mostra que tem tudo pra dar certo e crescer bastante no cenário nacional. Um ótimo lançamento como cartão de visitas eles já tem! Nota: 7.0 Pedro Humangous GOREVENT “Worship Paganism” Macabre Mementos Gorevent é uma banda de Slamming Brutal Death Metal que surgiu, em 2004, na cidade de Niigata, no Japão. Como todos sabem, qualquer coisa pode ser melhorada pelos japoneses, especialmente no meio eletrônico. E esses caras souberam fazer isso com certa genialidade. Bateria num ritmo rápido e a guitarra com riffs em tempos mais lentos são as principais características da banda agregadas a um tradicionalíssimo slamming breakdown. O vocal passa um aspecto bem sujo, brutal, animalesco e o baixo transita brutalmente pelos breakdowns. É forte a presença de pig squeals que parecem ser para fora (exhale), que exigem uma técnica de vocal maior que inhales e acrescentam uma característica mais porca ao vocal. Um ponto negativo do full-length “Worship Paganism” é que ele tem pouco menos de trinta minutos de duração, contendo apenas sete músicas – deixando o ouvinte querendo mais. Às vezes, o álbum pode enjoar um pouco, em decorrência das notas das guitarras se parecerem muito entre as músicas; sempre notas graves. No entanto, como todo estilo pesado de metal, você tem que estar preparado naquele momento para ouvi-lo. Algo novo que Gorevent acrescentou ao Slamming Brutal Death Metal japonês foi o aspecto Grind que o álbum transmite no decorrer das faixas “Dead”, “Metamorphic Sadness” e “Human Demise”. Um CD para ouvir num dia sujo. Uma bela obra de brutalidade. Nota: 8.0 Igor Scherer GRAVE “Burial Ground” Shinigami Records Mais um álbum que sabia que não me decepcionaria. Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns ao artista Costin Chioreanu pela excelente capa, pois, de fato, ficou ótima! Em relação à composição do álbum, o Grave novamente mostra o motivo de a Suécia ser a grande mãe mundial do Death Metal. As letras estão criativas e muito boas, com o seu típico e essencial elemento gore. O vocal de Ola Lindgren está muito forte e bem trabalhado nas novas faixas, e, obviamente, o ritmo instrumental não poderia ter se encaixado melhor com a brutalidade e o peso da temática lírica. Em geral, os riffs, os grooves e os blast beatings estão matadores e a dosagem de distorção e agilidade não deixam a desejar, provando que Grave é uma banda que se importa em fazer um ótimo trabalho sem perder sua essência sangrenta e nada aconselhável para menores. “Burial Ground” é o segundo álbum da banda lançado pela Regain Records e altamente recomendado, não só para os fãs veteranos da banda, mas também para todos os novos amantes da arte splatter gore que buscam um Death Metal brutal, extremo e de qualidade indiscutível. Tratase também do primeiro álbum com o baterista Tobias Christiansson, que mostra seu talento e que pode fazer Death Metal tão bem quanto seu antecessor. Faixas recomendadas: “Dismembered Mind”, “Outcast”, “Sexual Mutilation”, “Blood Trail” e “Burial Ground”. Nota: 10 Yuri Azaghal Hatefulmurder “The Wartrail” Independente Fúria, raiva e sangue nos olhos. Essa é a impressão que os cariocas do Hatefulmurder passam por meio de seu mais novo lançamento, o EP “The Wartrail”. A princípio, o material já impressiona bela belíssima arte da capa, trabalho do próprio vocalista Felipe Lameira. O restante do competente time é completo por Renan Ribeiro (guitarras e vocais), Thomás Martinoia (bateria) e Ernani Henrique (baixo). “Rise Up The Hordes” começa o trabalho com uma introdução bem interessante, com uma levada de bateria 37


no estilo marcial, com discursos de um ditador de guerra. Aos poucos os instrumentos vão entrando com todo o peso das guitarras e baixo, ambos mais cadenciados, preparando o terreno para a segunda faixa que leva o mesmo nome do EP. A porrada come solta e a poeira sobe nas prováveis rodas que se abrem nos shows desses caras. Paulada Thrash/Death de primeira, lembrando bastante o Legion Of The Damned. Não há tempo para firulas e nem para respirar. Levada incessante de bateria e riffs nervosos de guitarra, tudo isso em pouco menos de três minutos de duração. Na sequência vem “Caught By The Arms Of Death” com peso absurdo e um desempenho insano do vocalista Felipe. Vale destacar a produção e qualidade de gravação do EP, deixando tudo muito bem audível, principalmente o baixo. Por fim, temos a faixa “Black Chapter”, uma das mais rápidas e a melhor do disco em minha opinião. Riff memorável de guitarra, seguido de perto por uma linha criativa de bateria de tirar o fôlego. Um belo trabalho desses caras que prometem aterrorizar – e muito! – por onde passarem. Aproveite e baixe o EP, pois é gratuito no Myspace da banda. Aguardamos ansiosos por um full length! Nota: 9.0 Pedro Humangous HellLight “...And Then, The Light Of Consciousness Became Hell...” Solitude Productions Lançado por uma gravadora russa e distribuído pela Metal Media Management, a banda brasileira Hell Light apresenta seu mais recentre trabalho de estúdio, intitulado “... And Then, The Light Of Consciousness Became Hell...”. Um álbum denso, pesado e obscuro. Faixas longas e viajantes, com diversas passagens diferentes, recheadas de coros, teclados e tudo mais que o estilo exige. Um Doom arrastado e carregado pela energia Black Metal, sem deixar de lado os vocais limpos puxando para o Gótico. A cadência é o regente durante as seis faixas que completam esse cardápio. Degustar cada música do álbum requer tempo e atenção, pois não é fácil digerir tudo de uma só vez. Para se ter uma noção de como é mórbido o som da banda, eles levam o título de Funeral Doom. Infelizmente, pouca informação foi encontrada na internet sobre a banda. Sabe-se que houve diversas mudanças na formação e a dupla responsável pela gravação deste CD foi Fábio De Paula (vocais, guitarras e teclados) e Alexandre Vida (baixo). Ambos instrumentistas são talentosíssimos, fazem sozinhos o que muita banda completa não consegue. Impossível apontar destaques perante faixas tão complexas e diferentes entre si. Todo o trabalho é bastante interessante e merece aplausos, mesmo não sendo um disco de fácil assimilação e por agradar a uma parcela menor do público Heavy Metal. Para quem aprecia uma arte obscura e bem trabalhada, a banda Hell Light é essencial em qualquer coleção que se preze. Corra atrás e adquiria o seu, ouça com cuidado e aprecie esse belo trabalho. Nota: 8.0 Pedro Humangous HERE COMES THE KRAKEN “Hate, Greed & Death” independente Here Comes The Kraken é uma banda muito conhecida no México e nos Estados Unidos pelo ritmo acelerado, riffs rápidos, breakdowns demorados e brutais, divisões de tempo incomuns, pedal duplo descomunal e guturais baixos. Isso, até 2011. Nem todas as características citadas acima permanecem neste novo trabalho da banda. O rótulo de Technical Deathcore, usado anos anteriores, não pode mais ser usado para esses caras. Se você esperava um “Here Comes The Kraken 2” poderá se decepcionar. Depois da saída de TTS (antigo vocalista) e da entrada de três novos membros, sendo eles um tecladista – que também faz vozes limpas –, um vocalista (chamado Daniel) e até um DJ, esse álbum está totalmente diferente de trabalhos anteriores da banda. Esses caras misturam Deathcore com Nu Metal. Particularmente, não gosto muito desse último gênero, mas fiquei impressionado com essa mistura que é bem interessante – se for bem produzido e sem exageros, como percebemos nesse full-length. Em “Hate, Greed & Death”, algumas bandas me vieram à mente como possíveis inspirações/influências; são elas: Slipknot, Deftones, As I Lay Dying e All Shall Perish. Características antigas da banda faltam muito aqui, como múltiplas inversões de tempo, paradinhas (como escutamos no primeiro álbum em “Into The Slaughter Basement”, “Miss Starving Skeleton” e “From The Deepest Darkness”), breakdowns compridos com acordes graves, arpejos entre outras. A falta dessas peculiaridades faz com que seja difícil manter os fãs do primeiro lançamento da Here Comes The Kraken. Faixas que se destacam: “Never Regret”, “Knights From South Side” e as mais brutais “Beverly Hell” e “Nu Beggining”; essas duas últimas ainda lembram o primeiro álbum da banda e, para quem prefere HCTK antigo, vai gostar. No primeiro álbum da banda e no EP “The Omen” era muito difícil entender o que TTS estava gritando (assim como a maioria das bandas que possuem scream, gutural, entre outros sons vocálicos) – não que isso fosse um problema, mas é que agora está bem mais fácil entender as letras das músicas só de ouvido. Como muitas bandas mudam de estilo de um álbum para o outro, com HCTK não foi diferente: as vozes limpas, adição de teclado, pegada mais Nu Metal e a introdução de um DJ a transformaram. E como toda mudança não agrada a gregos e troianos, houve muitos fãs reclamando – e até xingando os músicos - via MySpace e LastFM. Se você ainda 38


não conhece Here Comes The Kraken, “Hate, Greed & Death” transmitirá uma ótima impressão. Se já é um fã, vai demorar um pouco para se acostumar com essa mudança toda. Nota: 8.0 Igor Scherer Hibria “Blind Ride” Voice Music Foi interessante seguir essa jornada da banda Hibria. Venho acompanhando o trabalho da banda de perto desde o lançamento do primeiro álbum, o excelente “Defying The Rules”, em 2005. De lá para cá, eles cresceram bastante no cenário nacional e mundial, principalmente no Japão, onde fazem muito sucesso. Não é à toa que conseguiram tal status, pois fazem um Power Metal, ou simplesmente Heavy Metal Tradicional, de primeira. Mesmo seguindo um estilo já desgastado, o Hibria consegue se destacar, trazendo uma dose extra de energia por meio de doze ótimas composições que fazem parte de seu mais recente trabalho de inéditas, o “Blind Ride”. Impossível não se impressionar com a arte da capa, desenvolvida pelo guitarrista Diego Kasper, com finalização do mestre Gustavo Sazes. O disco começa com uma breve introdução – que leva o mesmo nome do álbum – com guitarras gêmeas e uma levada interessante de bateria que culmina na segunda faixa, “Nonconforming Minds”. Música veloz, com riffs interessantes e o vocal inconfundível de Iuri Sanson. Ótima escolha para a abertura do álbum, típica do Hibria, realmente. Para quem ainda não conhece o som desses caras, ele lembra um pouco Primal Fear. A partir da terceira faixa, temos uma sequência matadora com “Welcome To The Horror Show” – com solos incríveis e inspiradíssimos, lembrando os duelos do Iron Maiden – e “Shoot Me Down” – essa última, inclusive, ganhou um vídeo clipe. A gravação está cristalina e polida na medida certa, mantendo o punch. Destaque para as músicas “Sight Of Blindness” e “Tough Is The Way” – agressivas, porém bastante melódicas. Hoje o Hibria é uma das bandas mais respeitadas no Brasil, reconhecimento conquistado ao longo dos anos e sempre apresentando trabalhos de qualidade. Obrigatório em qualquer coleção que se preze. Nota: 9.0 Pedro Humangous Lycanthropy “Beware” Wolves Cave Records Demo também tem espaço aqui na Hell Divine, e não existe distinção entre as demais resenhas. Produzida por ninguém mais, ninguém menos que Ricardo Confessori (Angra e Shaman), o EP da banda Lycanthropy serve como um aperitivo para os amantes da música extrema, para o que está por vir em um futuro lançamento oficial. “Beware” é o título do disco, que possui quatro faixas – sendo a primeira, “Augenmord”, uma introdução. Um Death/Thrash nervoso, com uma aura Black Metal de arrepiar. O time responsável pela destruição sonora é composto por Diogo “Bald” Vilela nos vocais, Laurence Martins nas guitarras e Silas Demetrio no baixo. As baquetas ficaram por conta do convidado mais que especial, o próprio Ricardo Confessori, que dispensa comentários. Exímio baterista que veio somente para abrilhantar esse belo trabalho. Como o disco possui efetivamente três músicas, é fácil apertar o “repeat” diversas vezes e curtir o que eles têm de melhor a oferecer. Recentemente foi divulgado o novo logotipo da banda criado por ninguém menos que uma das lendas da arte underground mundial: Christophe Szpajdel. O belga é responsável pela criação de logos para bandas como Death, Enthroned, Emperor, Borknagar e o antigo logo do Dimmu Borgir. Isso só prova que a banda está bastante preocupada em trazer um trabalho de qualidade em todos os sentidos, visual e sonoro. Mais do que uma promessa, o Lycanthropy já mostra que é uma realidade. E que venha logo o trabalho de estreia! Nota: 8.5 Pedro Humangous MADGATOR “Madgator” Voice Music E lá vamos nós de novo, mais uma ótima banda paulistana! A primeira impressão que extraí ao ouvir esse álbum foi o peso aplicado às faixas com um equilíbrio cuidadoso, sem ofuscar as partes mais calmas e melódicas. A seguir, fui prestando atenção no vocal muito bem adaptado e fluente, assim como as letras muito bem escritas. O vocalista canta de uma forma tão natural que um desconhecido raramente falaria que 39


se trata de uma banda brasileira. O instrumental é incrível, com riffs de grande agilidade e técnica, muitas vezes lembrando antigas bandas, porém, com um talento muito superior. E não é somente nos vocais e nas guitarras que notamos grandes destaques, a bateria e o baixo também possuem linhas de escalas muito bem compostas, que harmonizam com o restante da música de um jeito que não era visto há muito tempo. A maioria das faixas é bem longa, mas com certeza totalizará uma hora que vale a pena ser gasta ouvindo esse álbum. A capa, sinceramente, apesar de bonita e bem detalhada, não é do tipo que me chama a atenção. No entanto, felizmente, não sou do tipo que julga o livro pela capa, e o conteúdo musical vai te recompensar caso tome essa mesma atitude. Para os álbuns do estilo, com certeza está entre os melhores lançamentos atuais. Nota: 8.5 Yuri Azaghal Mr Death “Death Suits You” Agonia Records Para os amantes de Death Metal, a banda sueca Mr Death mostra um som peculiar e poderoso em seu mais recente trabalho, o singelo EP “Death Suits You”, lançado, em setembro de 2010. São seis faixas contendo uma sonoridade agressiva e perturbadora, com um grande destaque nos blast beatings da bateria na maioria das faixas. As letras inovam em sua temática, apresentando uma narrativa de agonia e horror em vez do tradicional gore que é a marca registrada de muitas bandas do gênero. Os elementos, em geral, que criam a sonoridade das faixas foram combinadas de uma forma interessante, o que torna a sonoridade da banda única – apesar de esses elementos serem típicos do gênero em si. Apesar de não ter considerado algo tão extraordinário como “Nightmares Made Flesh” de Bloodbath, “Death Suits You” com certeza me fez pirar com sua agressividade perturbadora. Além disso, a técnica gutural do vocalista certamente é digna de respeito, pois combina perfeitamente com a distorção rápida das melodias e a ferocidade da bateria. E, claro, não posso me esquecer do baixo que, apesar de ter se destacado poucas vezes, mostrou grooves incríveis – especialmente nas poucas partes mais lentas e melancólicas de uma ou duas faixas. É chato ser presenteado com o silêncio no auge da empolgação, mas para um total de apenas vinte minutos, a banda, com certeza, fez um ótimo trabalho. Vale a pena conferir. Nota: 8.5 Yuri Azaghal MUSICA DIABLO “Musica Diablo” Voice Music O Musica Diablo, projeto composto por membros de várias bandas de Hardcore já conceituadas no Brasil, tem nos vocais Derrick Green (vocalista do Sepultura) e nos mostra um Hardcore/Thrash Metal clássico, como aqueles que já ouvimos em diversas bandas, mas tudo com muita qualidade e excelência no material final. Com uma gravação impecável e produção maravilhosa, a banda vem mostrando em seu som toda a influência do Crossover, Thrash Bay Area entre outros. “Sweet Revenge” abre o disco, mostrando a que veio: para fazer aquele som cru e rápido! No disco temos 11 faixas, que são variações de faixas rápidas com bastantes chamadas Hardcore, oriundas das guitarras mais que insanas de André NM e Edu Nicolini. No geral, é um bom disco de se ouvir, fácil absorção e boas composições. Poderia ser um pouco mais Hardcore, para então ficar perfeito, mas vendo toda a influência da banda, que vai desde Napalm Death ao Municipal Waste, podemos perceber que o som do Musica Diablo é assim mesmo: cru, rápido e de fácil absorção, mas com muita qualidade. Nota: 8.5 Augusto Hunter NERVECELL “Psychogenocide” Spellbind Q“Psychogenocide”, o novo álbum da banda dos Emirados Árabes Unidos Nervecell, mostra que não existem barreiras geográficas para o bom Death Metal Brutal. Na faixa de introdução achei que o álbum não teria nada de especial, mas a partir da segunda o álbum é pura porradaria brutal até o fim, com ótimos riffs, distorção, grooves e blast beats, sem contar os vocais que não deixam a desejar. As letras estão ótimas e a arte da capa está, no mínimo, interessante. As faixas transmitem aquela tensão típica com 40


os riffs poderosos das guitarras que variam entre bases extremas e solos perturbadores. Em termos de produção, ele está inegavelmente superior aos seus antecessores, além da técnica instrumental que, obviamente, progrediu também. “Psychogenocide” é um trabalho excelente e com ele Nervecell detona muitas bandinhas horríveis que andei ouvindo ultimamente. Faixas como as incríveis “Amok Doctrine”, “The Taste Of Betrayal” e “Nation’s Plague” me fizeram simplesmente pirar e querer ouvir o álbum inteiro novamente. O sentimento transmitido é incrível, garantindo mais um trabalho a ser respeitado no universo do Death Metal. Não estou dizendo que é o melhor álbum do gênero que já ouvi, tampouco que ele supera veteranos como Bloodbath, Yattering ou Krisiun, mas certamente é uma ótima alternativa que vale a pena analisar. Fãs do estilo com certeza não se decepcionarão ao se arriscarem a ouvir algumas faixas. Nota: 8.5 Yuri Azaghal NORTHER “Circle Regenerated” Century Media Records Sempre se esperam mudanças no som de bandas que mudam de integrantes – muitas vezes com mudança de vocalista –, porém nunca se espera mudar o estilo ou a “cara” da banda. Para o último trabalho, “Circle Regenerated”, vieram tais expectativas com a entrada do novo vocalista Aleksi Sihvonen, da banda Imperanon. O que a banda demonstrou foi um amadurecimento – desde seu primeiro lançamento “Dreams of Endless War”, há dez anos –, no seu Death Metal melódico no sentido de primar mais pela técnica melódica e introduzir novos elementos neste recente trabalho, em detrimento do peso e rapidez anteriores, porém a linha de vocal realmente não agradou. A primeira música, “Trough it all”, sem nenhuma introdução, abre o álbum com rapidez e ótimo peso que já poderia criar boas expectativas, mas a alocação de vocais melódicos soou estranha e acabou tirando o encanto da música, mas é o destaque do álbum. Na sequência, a música “The Hate I Bear” vem com uma introdução muito ligada ao metal melódico que ficou muito boa, mas os refrãos e uso do vocal limpo realmente demonstram que será a linha do álbum. Não apresentam qualquer coisa de tão novo ou que se destaque do restante, com bastante uso de teclados – que acabou sendo taxativo em algumas músicas. Isso deixa a entender que o Death Metal foi deixado de lado, inclusive na faixa “Break Myself Away”, na qual há a introdução de elementos eletrônicos que confundem os gostos e tendências que a banda quer levar. Para quem já acompanha a trajetória dos Finlandeses e quer conferir ou curtir a proposta atual, vale conferir “We Do Not Care”, no qual Aleski desenvolve uma boa linha vocal – apesar das ressalvas já destacadas anteriormente. No entanto, realmente teremos que esperar um próximo trabalho para analisarmos aonde querem chegar. Nota: 7.5 Cupim Lombardi Lombardi Nuclear “Jehovirus” Australis Records Thrash! Thrash! Thrash! É o que transborda desse mais novo lançamento dos chilenos da banda Nuclear. A América do Sul tem revelado grandes nomes para o mundo e essa banda é mais um exemplo disso. Pedrada na orelha que ensurdece e faz o coração bater em ritmo frenético acompanhando a bateria incessante! Tive o prazer de entrevistá-los na edição passada da Hell Divine e agora tenho a chance de resenhar seu disco mais recente, o “Jehovirus”. A primeira faixa, chamada “Belligerance”, é mais cadenciada e prepara o ouvinte para o caos que está por vir. Na seqüência, emendam com a ótima “Criminal Solicitation”, com uma incrível semelhança ao Slayer. É muito provável que eles sejam conhecidos em seu país como o “Slayer chileno”. Caso eu esteja enganado, me perdoem, mas as influências são claras, desde o vocal de Matias Leonicio, aos solos de Francisco Haussmann e Sebastián Puente. Vale a pena ressaltar que são apenas influências, pois o Nuclear desenvolve um som próprio e de muita personalidade. Não é à toa que estão tendo um enorme reconhecimento mundial, inclusive com uma extensa turnê pela Europa, atualmente. “Brutal Yet Precise” é o grande destaque do álbum, pela energia e variações rítmicas incríveis, além de um refrão matador. Mas nem tudo aqui é pancadaria o tempo todo. Temos músicas mais cadenciadas, como é o caso de “Acts Of Depravity”. O nome remete a uma banda alemã, o Sodom, que também pode ser considerada uma influência para esses caras. Se essa é sua praia, não se arrependerá ao ouvir esse grande lançamento de mais um expoente do Thrash mundial surgido do terceiro mundo, ao lado do Violator. Nota: 8.5 Pedro Humangous

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OBITUARY “Darkest Day” Shinigami Records “Darkest Day” é o oitavo álbum de estúdio da banda Obituary, uma das grandes pioneiras do estilo Death Metal. Como era de se esperar de uma banda com essa experiência, o novo trabalho não decepciona. “Darkest Day” está repleto de ótimos riffs e letras, porém sem perder aquele ar clássico de Death Metal oitentista. Em muitas faixas, o álbum lembra trechos de álbuns mais antigos da banda como o clássico “Cause Of Death”. A bateria está muito bem trabalhada, o que pode ser notado facilmente em faixas como “Blood To Give”. Em relação ao trabalho anterior da banda, houve uma progressão de peso e agilidade na maioria das faixas – que variam entre compassos mais lentos e mais cheios de suspense – e, em seguida, ganhando um incrível peso, agilidade e distorção, principalmente nos refrãos. Ao todo são 13 faixas que totalizam quase uma hora de pura porradaria. O ponto fraco desse álbum vem da sensação de “já ouvi isso antes” que algumas faixas transmitem e, apesar de estar longe de ser um álbum ruim, “Darkest Day” ainda tem uma produção um pouco inferior em relação aos antigos clássicos da banda, que continuam imbatíveis. Sendo o segundo álbum da banda lançado pela Candlelight Records, esse disco não está na minha lista de favoritos da banda, mas ainda assim é um ótimo álbum a se conferir. Faixas como “Outside My Head”, “Your Darkest Day”, “Fields Of Pain” e “Left To Die” são simplesmente sensacionais. Nota: 8.0 Yuri Azaghal Pervencer “Extermination Is Right” Independente É fato que não se encontram muitas bandas de Techninal Death Metal no Brasil. Poucas se aventuram por esse caminho. O motivo? Vai saber... Felizmente, os sorocabanos do Pervencer resolveram pegar seus instrumentos e demonstrar sua técnica apurada através de quatro músicas que compõem o EP intitulado “Extermination Is Right”. Os responsáveis por esse massacre sonoro são Tiago Sammael (vocais), Ricardo Gallonetti (guitarras), Nando Ferreira (baixo) e Fabio Amaro (bateria). Cada um deles desempenha muito bem seu papel em cada faixa, sem que a técnica pareça exagerada ou forçada. Os vocais cavernosos de Tiago se misturam bem com o instrumental ora veloz, ora mais cadenciado. O timbre encorpado das guitarras deixa tudo ainda mais brutal, sendo seguido de um baixo extremamente técnico e audível o tempo todo bem como a bateria, com suas levadas insanas e diversificadas. Meu único “porém” fica para a gravação, um pouco abafada. Como a própria banda faz questão de dizer, suas influências vão desde o tradicional Cannibal Corpse até o mais técnico e progressivo como o Necrophagist. Difícil apontar destaques em apenas quatro músicas, ainda assim recomendo a música “Hypocrisy” como a melhor. A capa é bem interessante e chama a atenção logo de cara, criando uma expectativa enorme pelo som, que é recompensada ao colocar o disco pra tocar. O EP mais faz raiva do que é prazeroso – no bom sentido –, pois ficamos com vontade de ouvir mais. O jeito é aguardar pelo próximo lançamento, que certamente virá derrubando tudo pelo caminho! Nota: 8.5 Pedro Humangous Ponto Nulo No Céu “Brilho Cego” Independente Se você não gosta de inovações e modernidades, pode parar de ler essa resenha por aqui. Tive o prazer de resenhar o primeiro disco desses caras, o EP “Ciclo Interminável”. Desde aquela época já havia me surpreendido com o som dessa banda de Gravataí, Santa Catarina. É incrível como as músicas fluem com facilidade, mesmo misturando tantas influências em sua sonoridade. Podemos notar pitadas aqui e ali de Metalcore, New Metal, Alternative Rock etc. Tudo sem parecer forçado, muito pelo contrário, conseguem unir tudo com maestria, fazendo um som próprio e único. Letras cantadas em português caem como uma luva para o que se propõem a fazer, passando mensagens interessantes e de fácil assimilação. A arte da capa ficou mais uma vez a cargo do experiente Felipe Cruz, que fez um belo trabalho. Na primeira faixa, temos uma breve abertura com um dedilhado no violão e vozes ecoando em diversos idiomas. Bem interessante, criando um clima para a faixa que vem a seguir, “Existência Seca”. Na minha opinião, uma das melhores faixas do álbum. Começa com tudo, vocais rasgados e instrumental veloz. A transição entre as passagens mais pesadas e as mais limpas é perfeita e deixa as músicas com bastante dinâmica. As letras são uma clara 42


crítica ao consumismo vivido pelo ser humano na atualidade, bem como sua superficialidade. Um ponto inegável na música do Ponto Nulo No Céu é o poder de cativar o ouvinte. As músicas grudam na cabeça logo na primeira audição. A qualidade de gravação obviamente ajuda e muito no resultado final. Todos os instrumentos estão muito bem timbrados e contaram com uma ótima produção, função essa assumida pela própria banda com o auxílio de Adair Daufembach, que também mixou e masterizou o álbum. Todos merecem destaque, pois exercem muito bem suas funções no disco, porém, Dijjy se superou nos vocais dessa vez. A banda toda amadureceu muito em relação ao seu lançamento anterior, mostrando que chegaram para ficar e podem se tornar um grande nome do cenário nacional. Ainda estamos na metade do ano, mas me arrisco a dizer que esse é o melhor disco lançado no Brasil, em 2011. Belo trabalho! Nota: 9.5 Pedro Humangous Protest The Hero “Scurrilous” Vagrant Records Protest The Hero é uma banda canadense que faz um som extremamente único, com a cara e personalidade deles. Se você está pronto para ouvir alguma coisa com um gutural absurdo, não, não é nessa direção. Aqui eles apostam tudo no vocal lindo, cheio de melodia e até mesmo falsetes, com agudos muito bem encaixados e uma música completamente diferenciada. Desde que ouvi o disco “Fortress” até hoje, sempre vim me deparando com uma banda cada vez mais bem estruturada e músicos da melhor qualidade. Ao ouvir o “Scurrilous”, vi nele um baita desafio; como posso resenhar algo tão único, então vamos lá. Por que 9,5? Porque nesse disco eles apresentam uma gravação fora do comum, como sempre foi, mas já se percebe que a fórmula antes vista nos dois discos começou a se repetir, deixando aquela sensação de já ter ouvido essa passagem ali, já terem usado aquela nuance acolá, mas nada que tire o brilho do disco, que abre com a maravilhosa “C´est La Vie”. Acompanhada dela temos “Hair Trigger” que vai mantendo a qualidade, mas sempre com essa infeliz sensação de “já ouvi isso”. “Tandem”, “Moonlight” e “Tapestry” compõem uma bela trinca de músicas! Esse é um disco inteiramente muito bom, mas somente o escutando com calma você tem a chance de analisá-lo bem, como estou fazendo aqui. Nota: 9.5 Augusto Hunter Raventhrone “Eternal, Dark” Gardarika O mais novo trabalho da banda bielorrussa Raventhrone lançado oficialmente, em junho do ano passado, chamou minha atenção primeiramente pelas letras. Seja pela temática pagã ou pela pura criatividade, notei que as letras foram muito bem escritas, fugindo daquele extremismo clichê sobre satanismo e o mal que reina o planeta. Meu foco em seguida se voltou para as melodias das faixas. Em algumas faixas, os acordes que compõem a base feita pela guitarra se tornam ligeiramente repetitivos e sem alteração. Porém, isso logo muda trazendo riffs que balanceiam agressividade e atmosfera obscura, trazendo aquela sensação de peso que entra por seus ouvidos e forma aquela pressão em seu peito, fazendo você divagar em um som tão incrível que poucas bandas são capazes de transmitir, independentemente de suas notáveis habilidades com os instrumentos. A partir da terceira faixa nota-se o famoso contraste entre melodias calmas e depressivas e bases pesadas e distorcidas, gerando uma sonoridade obscura e emocionante, concluindo em uma narrativa harmoniosa das letras que chega a soar épico, causando uma grande euforia mental e acordando sentimentos de empolgação que somente os fãs de Black Metal são capazes de conhecer. Não tenho certeza de quais inspirações alimentam essa rara criatividade e talento de combinar melodias e sons de uma forma tão genial. A única certeza que tenho no momento é que “Eternal, Dark” está entre os melhores álbuns que ouvi esse ano. Não preciso falar em tom desesperador que recomendo para quem curte Black Metal, não é? Nota: 10 Yuri Azaghal

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Revenge Ritual “Guerra, Sangue e Poder” Independente Como é bom ver cada vez mais bandas cantando metal em português e muito bem feito. Quem dera tivéssemos mais bandas fazendo o mesmo. No momento, estamos falando da banda paulista Revenge Ritual. Os caras se arriscam em uma mistura de Metal e Hardcore na medida certa entre os dois estilos. Sem a menor cerimônia o álbum já começa com tudo, uma introdução rápida de guitarra – que lembrou o Overkill em “Necroshine” – e logo o restante entra com todo o peso, atropelando o que fica parado. Os quatro minutos da primeira faixa, “Santa Falsidade”, passam voando e logo emendam com a faixa-título, totalmente Hardcore e mais rápida que a anterior. Vale destacar o ótimo riff dessa música. As letras em nosso idioma facilitam a compreensão dos temas apresentados, nosso cotidiano e os problemas sociais. “Poder de Independência”, a terceira faixa, é mais cadenciada, mas não menos interessante. Nada aqui é muito rebuscado ou técnico demais, a banda preza pelo peso, visando a não deixá-lo parado. Fico imaginando essas músicas ao vivo. “Olha Sua Cara” possui um ótimo solo, bastante melódico. O deslize aqui ficou por conta da quinta música, “Determinado”, na qual as linhas vocais simplesmente não se encaixaram com o instrumental e acabaram soando estranhas. A gravação ficou muito boa, com todos os instrumentos bem audíveis, principalmente o baixo, que normalmente some na mixagem. Destaco a faixa “Ritual de Vingança”, pancadaria total e muito empolgante. O Revenge Ritual entrou na guerra com sangue nos olhos e veio para brigar pela supremacia e poder dentro do estilo que escolheram seguir. Estão armados até os dentes, e que vença o melhor! Nota: 7.5 Pedro Humangous SACRARIO “Stigma Of Delusion” Voice Music “Sitgma Of Delusion” foi lançado, em outubro de 2010, sendo o segundo álbum de estúdio da banda Sacrario, e o seu primeiro após o retorno da banda, em 2007. Em relação ao trabalho anterior, intitulado “Catastrophic Eyes”, houve um progresso em praticamente tudo. A composição está melhor, a produção está superior e as letras estão muito mais criativas. As músicas estão bem pesadas, com um gutural muito bem trabalhado e ótimos riffs que consagram novamente a banda, mostrando-a como mais uma evidência entre centenas; mostrando que o Brasil tem uma cena poderosa e grande potencial quando consegue uma oportunidade. Ao todo são 12 faixas que somam quase uma hora de um som puramente extremo e bem feito, com faixas maravilhosas como “Covenant”, “Insane Meaning”, “Frozen Dusk” e “Back For Blood”. As letras estão muito bem escritas com temas muito interessantes e apropriados. A banda em muitos momentos lembra outros figurões do estilo – digo do Thrash Metal de verdade – e, com certeza, esse novo trabalho representa um grande orgulho para o metal extremo do Rio Grande do Sul e de todo o país. “Stigma of Delusion” não me decepcionou nem um pouco e é altamente recomendado para aqueles que curtem um som de impacto. Vamos esperar que dessa vez a banda não decida se separar mais, pois esse novo trabalho mostra que ainda possuem muito potencial juntos. Para finalizar, posso dizer uma coisa: Isso, sim, é Thrash Metal. Nota: 9.5 Yuri Azaghal Scar Symmetry “The Unseen Empire” Nuclear Blast O mais novo trabalho de Scar Symmetry lançado, em abril desse ano, me causou tanto boas quanto más impressões. A primeira impressão que captei foi dos vocais guturais. Lembraram algo muito parecido com Avulsed, portanto a técnica é inquestionavelmente boa nesse quesito. Já o instrumental, ora brutal e agressivo, ora lento e melancólico, não me agradou. O ritmo muda muito e foge muito do que é de costume em outras bandas do gênero. Em algumas faixas a melodia fica tão empolgada e alegre que se parece com aquelas musicas de fundo que tocam nos jogos do Mega Man. Além disso, os vocais cantados em um tom mais melancólico nas partes mais lentas das músicas lembram aquele clima que algumas bandas de Metal tentavam passar na época em que Slipknot e outros como I’ll Ninõ e Disturbed estavam na moda. O instrumental, apesar de bem trabalhado, alterna entre muitos elementos, deixando aquele ar de “Que diabo é isso?” no ar. Esse é o típico caso de mistureba que não deu certo. As letras são bem escritas, porém nada muito acima do comum. Se as faixas tivessem sido gravadas unicamente com os elementos extremos, certamente, teria 44


sido um bom trabalho, mas não foi o caso. Os elementos restantes põem tudo a perder e o que teoricamente seria um Death Metal melódico, soa como uma cópia mal-feita de Slipknot. É pena, pois a habilidade instrumental fica totalmente obscurecida pela falta de bom senso na hora da composição. Nota: 5.5 Yuri Azaghal Seawalker “Earthcode” Independente Confesso que ainda não tinha ouvido falar dessa banda mineira chamada Seawalker. Ao receber o disco – a julgar pela capa – achei que se tratava de um Prog Rock ou algo do tipo. Ao colocar a bolacha para rodar, para minha sorte, notei que estava enganado. O que temos aqui é um Power Metal bem melódico e cheio de energia. Os vocais remetem claramente aos de Hansi Kursch do Blind Guardian, e o instrumental lembra o Demons & Wizards. A voz de Filipe Duarte é muito agradável, com bastante técnica. Prefiro quando ele parte para o lado mais suave do que quando tenta os rasgados, combina mais com a proposta das músicas. Composto por oito faixas – que totalizam pouco mais de 40 minutos – “Earthcode” é bem variado e recheado de bons momentos, principalmente nos solos inspirados e com um timbre perfeito. A temática, como a própria capa e o título do disco já denunciam, se trata da natureza. Nada inovador, mas bem interessante. A gravação está muito boa, cristalina, valorizando ainda mais as composições. Destaque para as faixas “Stumble”, com passagens viajantes, “Helladise”, com uma intro muito parecida com a música “El Dorado” do Iron Maiden, e “My Mirror” com um clima de música árabe bem interessante. O Seawalker me surpreendeu bastante positivamente. É bom saber que temos ainda bandas que representam bem o estilo, apresentando coisas novas e relevantes. Um ponto que precisa ser melhorado é a variação dos vocais, que apesar de muito bons, precisam se arriscar mais e sair da zona de conforto. Se o Seawalker fosse uma receita, diria que tem bons cozinheiros e bons ingredientes. Só falta o Sazon. Nota: 7.5 Pedro Humangous SECONDS OF NOISE “Hell Is Here” Acid Farted Records O primeiro álbum oficial de uma banda, com certeza, é algo muito especial em sua carreira. A emoção da confirmação de um contrato e sua primeira visita a um estúdio oficial marcam as lembranças dos artistas. Graças a isso, as bandas normalmente tentam fazer u m álbum de estreia realmente marcante – que, na maioria das vezes, acaba realmente sendo marcante, bem produzido e se torna, consequentemente, um clássico. No entanto, ao ouvirmos o primeiro álbum de estúdio da banda Seconds Of Noise, intitulado “Hell Is Here”, percebemos que eles não fizeram muita questão de construir algo perfeito em todos os aspectos. O som é muito criativo e equilibra harmonia e peso de uma forma maravilhosa, com todos os instrumentos soando em ritmos bem brutais e fascinantes. Não tenho o que reclamar da habilidade instrumental dos caras, pois eles mandam bem pra caramba. O problema é que esse álbum tinha tudo para ser um sucesso do underground nacional se não fosse o vocal extremamente mal aplicado e as letras incrivelmente toscas – sem falar na capa que, sinto muito dizer, é ridícula. Se o vocal fosse um gutural mais trabalhado, com certeza, isso já melhoraria e muito a qualidade do álbum, pois se equipararia aos riffs, grooves e blast beats que, sinceramente, são demais. Seria ótimo também uma composição de letras mais criativas e bem-feitas – e somente em inglês, pois nesse caso cantar em português não foi algo que se adaptou muito bem à sonoridade. Em suma, apesar de não ser um desastre o álbum poderia ter sido melhor. Felizmente, em tudo na vida podemos melhorar, basta nos focarmos nos pontos certos. Nota: 5.0 Yuri Azaghal Serenity “Death & Legacy” Napalm Records Apesar da bela capa, não estava muito animado quando resolvi fazer a resenha desse álbum. Quando comecei a ouvi-lo, tudo mudou. Normalmente sou exigente com Power Metal, pois muitas bandas possuem em sua sonoridade aquela mesmice que, apesar de terem um instrumental genial, não transmitem nenhum sentimento empolgante. E, felizmente, não é o caso de “Death & Legacy”, da banda austríaca Serenity. Logo nas primeiras faixas senti uma euforia incrível, aquela força que te faz sentir especial e 45


invencível – e que poucas bandas do gênero conseguem transmitir. Outro ponto que me alegrou muito foi o vocal. O dueto soa maravilhoso, sem aquele vocal típico de Xena dando o seu grito de princesa guerreira. As melodias são lindas, muito bem trabalhadas em um ritmo do qual se aproveitam cada batida, cada nota e cada palavra cantada, totalmente focadas no feeling – em vez daqueles riffs frita-dedos de mil notas por nano segundo que, sinceramente, soam musicalmente imbatíveis, mas me deixam como uma tartaruga que sofreu lobotomia. Os elementos sinfônicos que demonstram grande influência nas faixas em geral rivalizam – ou até superam – com os grandes figurões do estilo que muitos juram pela própria alma que são imbatíveis – sabem de quem estou falando, certo? Se você comprar esse álbum, ouça do primeiro ao último segundo que você, com certeza, não se decepcionará. Parabéns para a banda. “Death & Legacy” é um álbum que vou me orgulhar de ter em minha prateleira. Nota: 10 Yuri Azaghal Sized “Confronting The Mirror” Independente O que temos de bandas independentes no cenário nacional hoje em dia, não é brincadeira. Muito pelo contrário, é coisa muito séria. Por um lado é uma pena que as gravadoras não apostem em nossos “tesouros nacionais”, por outro lado, as bandas têm mais liberdade para criarem suas músicas e trilharem seu caminho da melhor forma. Tudo isso é o reflexo da chegada da internet e a queda na venda dos discos. Voltando à resenha, a banda Sized faz sua estreia com “Confronting The Mirror”, um Thrash Metal veloz e raivoso. Logo na primeira faixa, “Suicide”, a banda mostra a que veio e não poupa os ouvidos alheios. Pancadaria desenfreada e comendo solta. Os vocais de Kavera lembram bastante o estilo de cantar de Max Cavalera, ríspido e cavernoso. Os riffs criados por Vitor são muito interessantes e grudam na cabeça com facilidade. Destaque para as faixas “For The Enemy” e “Above The Throne”, que comprovam esse fato. Na cozinha, Ovo na bateria e Quira no baixo demonstram um entrosamento incrível e deixam o som bastante coeso e afiado. A bateria merece menção pela técnica apurada, velocidade no bumbo duplo e agressividade extrema. A veia Old School se faz presente o tempo todo durante as 11 faixas que compõem o disco. Nada aqui é rebuscado demais ou técnico em demasia, prevalecendo a garra e o bom gosto nas composições. Impossível terminar a resenha sem mencionar a faixa “Barquinho...In Hell” que, estranhamente, mistura MPB com Metal. Ainda fico confuso se gostei ou não, mas certamente é inovadora. As passagens em português da faixa supracitada, bem como a de abertura, são muito interessantes e devem ser mais aproveitadas em lançamentos futuros. Para quem curte um bom Thrash Metal, ao mesmo tempo clássico e inovador, a banda Sized é uma boa escolha e na qual devemos manter os olhos de perto. Nota: 8.0 Pedro Humangous Slasher “Pray For The Dead” Independente Quando resenhei o primeiro EP da banda Slasher, já havia ficado com boas impressões desde então. A espera por um full-length finalmente acabou. Agora, em 2011, acabam de lançar o “Pray For The Dead”, álbum que contém músicas inéditas e regravações das músicas do EP “Broken Faith”. Antes de começar a falar das músicas, é preciso ressaltar a belíssima arte da capa! Uma das mais interessantes que vi nos últimos anos! Após uma intro que vai crescendo aos poucos, entra a faixa “World´s Demise” mostrando a verdadeira força desses paulistas. A base do som é o Thrash Metal, mas podemos notar algumas coisas de Death Metal e até Metalcore, mas nada gritante. Nota-se que a banda estava inspirada na hora de compor suas canções e com sangue nos olhos ao gravar. Conseguiram aliar peso, técnica e feeling como poucos. O álbum tem pouco mais de meia hora e de tão bom, quase não se percebe que acabou. Os riffs de guitarra são de extremo bom gosto e grudam facilmente na cabeça. Os vocais de Daniel Macedo se encaixam perfeitamente com o instrumental, passando aquela sensação de agonia e urgência. Vale destacar também o trabalho do baixo e da bateria, tudo muito bem audível. A faixa que leva o mesmo nome do álbum, “Pray For The Dead”, é um dos pontos altos do disco, bem como a única cantada em português “Tormento Ou Paz”. Um ótimo disco e que vem para abrilhantar ainda mais o metal nacional. Só não entendo como nenhuma gravadora ainda não lançou esse trabalho. Corra atrás do seu, compre e ouça, pois vale a pena! Nota: 8.5 Pedro Humangous

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Sorgeldom “Inner Receivings” Nordvis A prova de que a Suécia não é boa somente com Death Metal, mas com o metal extremo em geral. A banda de Black Metal Sorgeldom, prestes a lançar dois novos álbuns em breve, mostra em “Inner Receivings” quase uma hora de agressividade pura, com uma mixagem bem trabalhada, porém com o núcleo tradicional do gênero. O clima varia entre a clássica sonoridade bruta e veloz e a sonoridade lenta, transmissora de uma profunda agonia cheia de efeitos sonoros que auxiliam nas mensagens que as letras transmitem. O vocal foi um dos pontos que mais me impressionou nesse álbum, pois além de um gutural muito bem rasgado, controlado e técnico, o vocalista demonstra todo seu talento cantando em outras tonalidades, entre elas um canto lamurioso presente na primeira faixa que remete à técnica usada no Doom Metal. Grande parte das faixas é longa, passando dos sete minutos, porém esse é um daqueles álbuns em cada segundo é uma sensação única em vez de uma sonolência inevitável como algumas bandas fazem – principalmente aquelas que abusam do vocal lírico sem nenhum tipo de ênfase ou emoção. Para uma banda nova, formada em 2006, eles têm feito um trabalho magnífico que deve ser verificado. Certamente, será um álbum que agradará aos fãs do gênero que apreciam uma variação de elementos nas faixas, porém – como diria Fenriz do Darkthrone – jamais deixando de soar como o Black Metal deve soar: frio! Nota: 9.5 Yuri Azaghal THE FORCE “Nations Under Attack” Kill Again Records Os paraguaios do The Force acabam de lançar o álbum “Nations Under Attack” pela Kill Again Records e mostram a que vieram: fazem um Thrash sem frescura iniciando em um speed oitentista sem muitas delongas. Começam com muita energia e já de primeira comprovam a influência do Heavy Metal tradicional em suas músicas, principalmente em seus solos e duetos de guitarra. A primeira música “The Barracks” faz uma clara alusão ao presidente Barack Obama e suas guerras, onde deixa o recado da banda em relação à sua temática: guerras! Cabe ressaltar a criatividade dos guitarristas Mike Martinez (guitarra e vocal) e Carlos Carvalho, principalmente na introdução das músicas e solos. Mantendo a cadência Thrash e os coros clássicos do crossover, a banda comprova que já é digna de atenção para os apreciadores do Thrash. Vale destacar as músicas “Doomsday” com solos bem encaixados, “The Longest Day” e “Neckbreaking Metal”. Nesta última, fazem uma mistura de inglês com espanhol que trouxe uma pegada interessante e muito pouco utilizada, porém com um realce interessante. E para finalizar o álbum, a música instrumental “Stampede of a Thousand Stallions” foi muito bem construída, com muita pegada Heavy tradicional que, misturado ao Thrash sem frescura, fecha para comprovar a ótima qualidade e criatividade da banda e mostrar que estão prontos para avançar as barreiras paraguaias e se destacar na cena, porém ainda faltando alguns ajustes na produção e qualidade sonora. É um álbum que merece ser ouvido por quem vem buscando novas bandas dentro do Thrash. Nota: 8.5 Cupim Lombardi The Human Abstract “Digital Veil” E1 Records Disco que marca a volta do guitarrista A. J. Minetti e a entrada de Travis Ritcher, o The Human Abstract mostra ser uma dessas bandas com boas passagens, um som mais denso, palhetadas alternadas ligadas a breakdowns, mas com passagens bem rápidas e bem compostas, seguindo a proposta do Math Metal. O disco tem como introdução a bela “Elegiac”, seguida de duas boas músicas, “Complex Terms” e a faixa-título “Digital Veil”, na qual a banda esbanja técnica, com passagens de blast beats e breakdowns bem variados com sequências de guitarras muito bem tocadas. E nessa métrica de guitarras muito trabalhadas, riffs complicados e boas composições a banda vai levando em todo o disco. Mesmo com todo o bom gosto, faz dela uma banda de audição complicada; esse é o clássico disco que para entendê-lo, você ouve umas quatro ou cinco vezes, coisa que pode tornar o material um pouco cansativo. Nota: 8.0 Augusto Hunter 47


TorchBearer “Death Meditations” Vic A banda sueca TorchBearer conseguiu algo muito difícil com o seu novo álbum “Death Meditations”. Normalmente, um álbum com uma mistura muito variada de elementos acaba ficando uma porcaria ou agradando a pouca gente, mas com eles não foi o caso. A banda conseguiu unir uma boa variação de características de uma forma que não ficasse algo ridículo ou indefinido. A introdução dramática e de atmosfera de suspense de trilha sonora épica ficou ótima com o piano e, durante as faixas, notamos diversas variações nos vocais e nos riffs das guitarras, que variam entre bases extremas com acordes distorcidos e escalas bem agudas, sem perder a harmonia e conseguindo gerar um som agressivo e muito bom. Entre os elementos de Black Metal, Death Metal e Thrash, alguns elementos sinfônicos também ganham destaque como efeitos adicionais. As letras estão bem interessantes e a produção geral do álbum não deixa a desejar. Em muitos momentos a sensação varia muito, mas de qualquer forma ela é incrível e a técnica da banda é notável, fazendo a temática de cada letra ser transmitida e sentida com eficácia. “Death Meditations” é, de fato, um álbum de sonoridade bem inovadora e agressiva, e como dizem que a primeira impressão é a que fica, eis um ótimo álbum para conhecer a banda, caso ainda não faça idéia de como seja o som dos caras. Nota: 8.5 Yuri Azaghal TRIPTYKON “Eparistera Daimones” Shinigami Records O trabalho de estreia da Suíça mostra um Doom Metal do jeito que gosto. A banda consegue combinar aquela atmosfera deprimente e de grande impacto com um peso muito bem trabalhado. Isso faz com que a sonoridade geral seja obscura, pesada e mesmo assim muito cativante, em vez de causar aquele sentimento de tédio que sentimos quando assistimos àqueles filmes de terror de duas horas e que só começam a ficar bom a partir dos quarenta minutos de filme. Algumas das faixas são bem longas, o que torna “Eparistera Daimones” um ótimo álbum para se ouvir trancado no seu quarto com as luzes apagadas. O fluxo criativo está em alta – tanto nas letras quanto nas melodias –, mostrando que a banda, apesar de nova, pretende fazer um trabalho sério por muito tempo ainda. No total, o álbum passa de uma hora e faixas como “Goetia”, “Abyss Within My Soul”, “Myopic Empire” e “My Pain” fazem o álbum valer a pena, com suas letras carregadas de misantropia, dor e ódio – tudo que esperamos de um bom álbum de Doom Metal. O feeling transmitido pelo álbum também fica a cargo dos riffs e da ótima distorção das guitarras que contrasta com a bateria lenta, reforçando aquela sonoridade pesada e atmosférica que se nota da primeira à última faixa. Espero que a banda continue assim, pois fez um bom trabalho em sua estreia. Se todos os álbuns forem como este, Triptykon ainda terá muita carreira pela frente. Nota: 9.0 Yuri Azaghal utopian.hope.dystopian.nihilism “Pact With Solitude” Independente A primeira coisa que chama a atenção logo de cara é o nome dessa banda portuguesa. Ao saber que não se tratava de uma banda, propriamente dita, a surpresa e curiosidade aumentaram. O responsável por toda a sonoridade do utopian.hope.dystopian. nihilism se chama Élvio Rodrigues, que gravou todos os instrumentos e vozes. Como o próprio Évio diz, “rotular o álbum é inútil”. São tantos os estilos agregados ao som, que se torna praticamente impossível enquadrá-lo a apenas um. “Pact With Solitude” é o primeiro registro oficial desse one man project. É extremo quando deve ser e suave quando se menos espera. O que torna a audição extremamente agradável e interessante. Não se sabe o que vem pela frente. Uma mistura incrível de Black Metal atmosférico, com passagens eletrônicas, levadas acústicas belíssimas, solos técnicos e velozes. O disco possui somente quatro faixas, totalizando pouco mais de quarenta minutos. A primeira música, “Pandora’s Box”, é uma verdadeira obra de arte. Dez minutos de pura viagem musical, com muito bom gosto nas composições. Possui todos os elementos supracitados. “Eu:Ele” é a faixa mais curta com apenas quatro minutos, é quase que uma intro se comparada com as demais, porém, não menos interessante. Em seguida, temos a “Self-Inflicted Metamorphosis”, em uma brilhante passagem mais Prog e melódica. A 48


quarta e última música ultrapassa os 15 minutos de duração e deixa o melhor para o final. A grosso modo, é o somatório das três faixas anteriores. A honestidade transparece com facilidade no decorrer das músicas e se torna um ponto forte do disco. A gravação está boa, bem dentro dos padrões que o estilo requer. As guitarras ficaram um pouco “sujas” demais e a bateria – se não me engano, programada no computador – merece uma atenção maior em lançamentos futuros, pois soam demasiadamente mecânicas e acabam perdendo o brilho. utopian.hope.dystopian.nihilism é sombrio, denso. No entanto, estranhamente ao mesmo tempo, é belo e cativante. Recomendo uma boa conferida, com tempo e calma para assimilar cada detalhe que o disco lhe oferece. Mais uma vez, o velho mundo nos encanta com coisas novas. Nota: 9 Yuri Azaghal XERATH “II” Candlelight Records Ao ouvir a introdução do álbum, para quem não conheceu o primeiro trabalho dos ingleses do Xerath, já lembra ou espera que virá mais um Black Metal Sinfônico, porém, ao entrar a música de abertura “Unite to Defy” percebe que a banda faz um Black/Death progressivo com muitos elementos sinfônicos e encaixes de muito peso. Sim, a banda realmente surpreende ao misturar diversos elementos com muita propriedade e o mais importante: não abrindo mão do peso. Nas faixas “The Call to Arms” e “Enemy Incited Armageddon” isso pode ser muito bem verificado, pois demostram muita técnica da banda, cadência nos vocais e vale destacar a criatividade do baterista Michael Pitman com muitas variações bem encaixadas sem muito exagero. “Sworn to Sacrifice” também merece destaque na demonstração da influência progressiva do conjunto ainda muito presente nos solos de “Numbered Among the Dead”. A última e infernal música “The Glorious Death”, com duração de oito minutos, fecha toda essa mescla de técnica e peso sinfônico em um álbum de quase uma hora de duração que fica na cabeça e merece ser repetida. Realmente, é um conjunto que não surge fazendo algo muito corriqueiro no estilo, com um peso impressionante e, apesar de estarem ainda no segundo trabalho, lançam um álbum com ótima produção, ótima capa – totalmente de acordo com a proposta da banda –, ou seja, já sabem para que vieram e que o fazem com maestria. Nota: 9.0 Cupim Lombardi DARK FUNERAL “Attera Orbis Terrarum Part II” Shinigami Records A segunda parte de “Attera Orbis Terrarum” conta com duas excelentes performances da banda realizadas em Buenos Aires (Argentina) e São Paulo/SP. Ambos os shows contaram com uma setlist quase idêntica, sendo ela bem variada em relação à discografia da banda, reunindo as melhores faixas já produzidas. As boas novas começam com o figurino da banda, que está muito bem produzido e invejável. A postura de palco é exemplar, exatamente como uma banda de Black Metal deve se portar. A banda demonstrou humildade e consideração pelos fãs, sem perder sua atitude e sem enrolar com aquelas ladainhas de meia hora que alguns vocalistas fazem durante os minutos de pausa. Os shows são pura porrada brutal do começo ao fim, a produção e a qualidade do som estão incríveis e o Dark Funeral provou, novamente, que sabe fazer uma multidão de fãs alucinar. Após alguns minutos de ansiedade, a banda sobe com um porte confiante ao palco e inicia sua setlist com a maravilhosa “King AntiChrist”, que já conseguiu deixar a galera insana. O ânimo do público aumentou quando a próxima faixa, “Diabolis Interium”, foi emendada, progredindo para faixas como “The Arrival Of Satan’s Empire”, ”Vobiscum Satanas”, “666 Voices Inside”, “The Secrets Of The Black Arts”, e “Hail Murder”. O clima profano e satânico dominou completamente e as pessoas gritavam de empolgação a cada “Gracias” e “Obrigado” que o vocalista com muita humildade e consideração pronunciou. O Dark Funeral sempre foi uma banda que mereceu respeito e a segunda parte de “Attera Orbis Terrarum” comprova isso. Nota: 9.5 Yuri Azaghal

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EMPEROR “Live Inferno/Live At Wacken Open Air” Shinigami Records Em 20 de abril de 2009, a gravadora Candlelight Record finalmente lançou – com o álbum ao vivo “Live Inferno” – o registro em vídeo da última apresentação de uma das maiores bandas norueguesas de Black Metal, o Emperor. Após a banda ter cessado suas atividades, em 2001, eles retornaram temporariamente entre 2005 e 2007, e foi no ano de 2006, no maior festival de metal do mundo que a banda fez sua última cortesia aos fãs. Durante o festival Wacken Open Air a banda tocou para centenas de fãs doze de seus maiores sucessos, totalizando mais de uma hora de metal extremo direto. A setlist que inicia em “Infinity Burning(Medley)” como um aquecimento, preparou e cativou o público de modo majestoso, prosseguindo com demais faixas como “Curse You All Men!”, “The Majesty Of The Nightsky”, “I am The Black Wizards” e finalizando com a incrível “Inno A Satana”. A banda garantiu a última glória aos fãs, que ao notarem os aplausos e a euforia, jamais se esquecerão dessa última apresentação. O DVD também conta com um bônus por-trás-das-cenas de filmagens e preparação, além de vários vídeos bootlegs ao vivo. Não é fácil para nós que curtimos Emperor saber que o fim é provavelmente definitivo, mas para acender as esperanças nada melhor que uma apresentação dos caras com tal nível. Ainda aguardamos seu regresso, mas caso realmente seja o fim, não podemos negar que o Emperor fechou com chave de ouro. Nota: 9.0 Yuri Azaghal

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MANDANDO BALA! Um grande detalhe ainda muito ignorado pelos fãs, a arte das capas continua sendo um papel importante no marketing dos álbuns após sua composição nota por nota de suas melodias e letra por letra de seu conteúdo. Dentre os inúmeros gigantes existentes no ramo, nesta edição escolhemos o genial Mike Hrubovcak para nos revelar alguns detalhes de sua carreira.Dentre as bandas que já passaram pelo lápis de Travis, há o Iced Earth, Opeth, Nevermore, Overkill, Avenged Sevenfold, etc, todos com artes brilhantes. Conversamos com Travis, que nos falou um pouco de sua carreira e das bandas com que já trabalhou, além de outros assuntos.

k a c v o b u r mike h

Hell Divine: Obrigado por essa oportunidade, Mike. Você é um grande artista e possui muitos fãs. Pode nos falar um pouco a respeito do início da sua carreira? Como você começou? Mike Hrubovcak: Meus pais me pagaram aulas de arte quando eu era um garotinho e passei toda a minha infância, época de escola, época de colegial e época de faculdade estudando arte. Não consigo me lembrar exatamente como surgiu esse interesse, mas era a única coisa que eu tinha prazer e demon-

strava interesse ao fazer. Meu “verdadeiro” interesse com a arte sempre esteve relacionada ao metal e acho que foi quando fui apresentado à cena, quando tinha uns dez ou onze anos que comecei a trilhar o caminho que me trouxe até aqui. Sim, sou louco por arte, mas apenas a arte extrema, dark e surreal me prende. Se não for forte ou deprimente, não me afeta verdadeiramente e acaba não ganhando meu interesse e não levo a sério. Posso dizer o mesmo sobre meu gosto musical. É necessário ser extremo, forte e emocionante.

Hell Divine: Fale-nos sobre as suas fontes de inspiração. Estão limitadas à música e ao metal ou não? Mike Hrubovcak: Sempre foram capas de Death Metal e Black Metal que me inspiravam quando garoto e me faziam criar ideias e cenas para o tipo de música que ouço. Depois vieram as revistinhas, eu acho. As capas de Dan Seagrave’s me deixavam pirado, e eu folheava o encarte por horas enquanto ouvia a música. Assim como Benscoter. Quando fazia pintura a óleo, apagava as luzes, ouvia uma música específica e então o esqueleto da arte vinha em minha mente quase na mesma hora. Então acendia as luzes, via o que o rascunho tinha se tornado e começava a pintar. Hoje em dia ando ocupado demais para isso, mas sinto falta desse processo que fazia a vida criar arte e pulsar essa vida ao meu redor. Isso é mais inspirador que qualquer outra coisa. Bons tempos... Hell Divine: Nós vemos muitas bandas – especialmente bandas de Death Metal – tendo problemas com certas instituições por causa dos tipos de conteúdo da capa – em geral, gore e pornográficos. O que acha disso? Esses mesmos problemas afetam sua carreira de alguma forma? Mike Hrubovcak: Ahn, é. Muitos amantes desse tipo de arte 52


XXX enfrentam problemas para imprimi-las, porque a arte é controversa demais. A mesma coisa aconteceu com a primeira capa do Dark Disciple que eu fiz para a Morbid Records, eles não quiseram imprimir a arte original porque não queriam aguentar a bomba das críticas. Era um demônio feminino nu segurando um Jesus bebê sem os braços. Podemos ver por isso que mesmo um trabalho feito com paixão acaba sendo recusado por essa coisa moralista, mesmo sendo uma ótima capa. É um monte de idiotice se você quer saber minha opinião, mas assim é a vida. Muitas pessoas não conseguem encarar o que elas temem (a maioria religiosa), então você sempre vai ter que aguentar esse pessoal de mente estreita. Hell Divine: Você é um artista e tanto nas artes dark e gore, mas você pratica outro tipo de arte? Mike Hrubovcak: No momento, sim. Sou conhecido como o cara que gosta de desenhar sangue, mas eu não faço disso minha única tarefa. Tenho preferência para uma arte mais orquestral de Death Metal e Black Metal. Também cuido da arte de várias outras coisas, como embalagens de artigos de sex

Hell Divine: Todo artista tem as suas obras de arte. Falenos sobre seus trabalhos favoritos. Que trabalhos te deixam orgulhoso? Mike Hrubovcak: Hmm... Talvez a capa do Aurora Borealis. A capa do The Grand Sermon, também. Adoro a capa do álbum “Being Killed – Massacre”, porque adoro zumbis. Hell Divine: Você considera as capas um ótimo meio de divulgação ou elas apenas expõem o conceito do álbum? Mike Hrubovcak: Não penso sobre divulgação no momento que estou criando um álbum, apenas na atmosfera em si e tento deixá-la a mais real possível. Hell Divine: Você tem outros interesses profissionais? Mike Hrubovcak: Bem, meu meio de vida principal é a arte. Principalmente para a indústria de entretenimento adulto. Também sou vocalista de bandas como Monstrosity, Vile e outros projetos. shop e caixas de lâmpadas. Sinceramente, e apesar de tudo, a arte gore não é a minha especialidade, tampouco minha favorita. Prefiro a arte do horror e da perdição. Hell Divine: Sabemos que seu trabalho é ótimo, mas também sabemos que não é fácil. Como se sente a respeito? Você é o cabeça por trás de tudo ou tem uma equipe? Mike Hrubovcak: Sim, eu apenas. Algumas capas são mais difíceis que outras, principalmente se você tenta fazer muitas ao mesmo tempo. Apesar de eu apreciar essa energia multitarefa, gosto de trabalhar em uma capa de cada vez dedicando a ela toda a minha energia e atenção. Hell Divine: Qual a sua estratégia para divulgar seu trabalho? Mike Hrubovcak: Antigamente eu pensava em divulgar meu trabalho com anúncios e flyers, mas a fala é o melhor instrumento de divulgação, a que funciona melhor. Hoje em dia, o trabalho se divulga por conta própria, mas no passado tive que pensar em muitas formas de conseguir renome. Atualmente estou obtendo mais resultados que esperava. 53


Hell Divine: Qual sua banda favorita? Quais bandas você está ouvindo no momento? Mike Hrubovcak: Não tenho exatamente bandas favoritas, tenho mais álbuns favoritos, mesmo. Se fosse escolher, diria bandas como Suffocation, Dismember, Hipocrisy etc. No momento estou ouvindo The Project Hate que, simplesmente, apareceu no meu ITunes (risos). Coisa boa, cara. Hell Divine: Muitos novos artistas usam seu trabalho como fonte de inspiração. Que tipo de dicas pode dar a eles? Mike Hrubovcak: Estou honrado por eles usarem, isso é realmente fantástico. Fazia tempo que não me sentia tão querido. Agora, sobre as dicas, não tenho certeza. Hmm... Confie em si mesmo, e não nos outros. Concentre-se na sua atmosfera e em suas emoções, e mande bala. Se você quiser algo legal o suficiente, você vai arranjar uma forma de criar e, quando o fizer, verá que tem seu próprio estilo e então você vai se surpreender. Arte é uma coisa muito subjetiva, está tudo nos olhos de seu criador que, quando faz com paixão e confia em si mesmo, está no caminho certo, tendo certeza que vai agradar aos outros. E, claro, você vai passar por muitas tentativas e erros. Hell Divine: Você tem um ótimo emprego e é um profissional fantástico, mas como é sua vida quando não está trabalhando? Fale-nos sobre seus hobbies. Mike Hrubovcak: Estou sempre trabalhando (risos). Acho que me ocupo com novos projetos e ideias para ajudar a esquecer do quanto a vida é chata quando você para de se mexer. Eu também canto para as bandas Monstrosity, Vile, Abraxas, e vários outros projetos. Saio em turnê sempre que necessário e uso meu tempo livre trabalhando em arte ou trabalhando em um novo álbum do Azure Emote (que se trata do meu projeto pessoal sobre Death Metal industrial avant-garde). Além de, é claro, beber e zoar com os amigos, que termina com o que resta do meu tempo livre (risos). Entrevista por Yuri Azaghal

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OLD SKULL Death Metal – Apodrecendo lentamente... Parte 1 Nessa nova edição da HELL DIVINE, abordaremos as origens da cena Death Metal falando de algumas de suas principais bandas, ou aquelas que deram o pontapé inicial para que o estilo deslanchasse de vez. É sabido que o gênero se trata de uma derivação do Thrash Metal e do Hardcore que, por sua vez, já eram agressivos o suficiente para causar espanto perante o público, que tinham nomes como Venom e Motorhead como as bandas mais violentas até então. Partindo dessas duas bandas surgiram os primeiros grupos de Thrash e, em especial, os alemães sofriam influência gigantesca destas duas bandas inglesas, e foi assim que Sodom, Kreator e Destruction moldaram sua sonoridade baseada em velocidade e muita agressividade. Da Suécia vinha o Bathory, com as mesmas influências e, posteriormente, uma enxurrada de bandas que vieram a criar o famoso “Death Metal sueco”, como Dismember e Entombed. Logicamente não podemos esquecer o Hellhammer e o Celtic Frost, da Suíça, e que são elementos-chave nessa cena tão efervescente. Nos EUA a cena crescia de forma estrondosa e aos poucos o mundo via revelar-se uma das maiores potências da podreira mundial, por meio de baluartes como Master, Mantas (posteriormente Death), Morbid Angel, Possessed e Obituary, por exemplo, que se tornaram referência quando se fala do gênero. No Brasil, Sepultura, Sarcófago e Vulcano lançaram obras inquestionáveis, mas ainda que fossem influenciados diretamente pela sonoridade gringa, souberam colocar um jeitinho brasileiro que acabou por influenciar toda uma leva de bandas européias, ou seja, um círculo vicioso difícil de ser quebrado e que perdura até hoje. No final dos anos 80 e começo dos 90, já era impossível conter o avanço irrefreável de tantas bandas, algumas fazendo tanto sucesso que se tornaram as “queridinhas” de suas gravadoras. O período fértil despejou discos fenomenais do Cannibal Corpse, Carcass, Bolt Thrower, Benediction, Napalm Death, Monstrosity e tantos out56

ros que fica complicado cita praxe, vamos ilustrar um po r aqui. Como de naquela época, por meio de uco do que rolou sicos que foram não meno resenhas de clástais para construir o alicerc s que fundamendurante tanto tempo. Que fiqe e mantê-lo firme estes cinco petardos foram ue bem claro que e que merecidamente muitoescolhidos a dedo figurar aqui, mas por falt s outros deveriam a de espaço (seria preciso uma HELL DIVINE deixaremos estes arregaço inteira pra isso) s como exemplo e na próxima edição, com cer gel, Cannibal Corpse e ou teza, Morbid Anrão aqui, na segunda partetros nomes figuradedicada ao Metal da morte! Divirta-se! Discos essenciais: Master “Master” (1985/19 90) Paul Speckmann, este é o nome! Enquanto a maioria dos deathbangers caras, Paul sempre se mante enaltece outros ajudou a criar, sem alterar a ve fiel àquilo que ca do Master nem se enver sonoridade clássiedar por caminhos suspeitos. Pagando o preço desbravadores do estilo, o por ser um dos o seu primeiro álbum, au Master teve com projeção interessante no metointitulado, uma que muitos grupos se esp io, fazendo com sonoridade, elevando-a aoelhassem em sua primeiro álbum possui do s extremos. Este de 1990, considerado o ofiis lançamentos: o que foi lançado oficialm cial, e o de 1985, 2003. Independente dissoente somente em que composições do naipe é correto afirmar “Funeral Bitch”, “Pay to Diecomo “Terrorizer”, lization”, “Master”, e até ”, “Mangled Civimesmo o matador cover para “Children of the Sabbath (com algumas rot Grave” do Black são importantes para o de ações a mais...) estilo. Hoje em dia Paul cosenvolvimento do com os mesmo ideais, ntinua o mesmo, barba gigantesca! Para quporém, com uma em viu a banda ao

vivo aqui no Brasil anos atrás, saibam que estiveram diante de uma lenda do Metal. Possessed “Seven Churches” (1985) Ah, “Seven Churches”… Quem nunca ouviu este clássico? O serviço prestado ao Metal por Jeff Becerra (vocal/baixo), Larry LaLonde e Mike Torrao (guitarras) e Mike Sus (bateria) jamais será esquecido ou jogado às traças. Cada uma das músicas aqui contidas é de extrema importância, começando por “The Exorcist” que, inclusive, já foi listada em uma publicação como uma das melhores canções de Heavy Metal de todos os tempos! No entanto, se formos analisar o álbum de cabo a rabo, veremos que ainda temos “Burning in Hell”, “Holy Hell”, “Twisted Minds” e “Death Metal”, por exemplo, que também representam o álbum com igual energia e vigor. Os vocais urrados de Jeff se tornaram influência direta para muitas bandas e não é de hoje que o pessoal do Sepultura – ou ex-Sepultura – endeusa o quarteto. Max e Iggor sempre declararam que amam a banda, tanto que agora, reunidos novamente, fizeram um cover matador para “The Exorcist”. Essencial, caros amigos.


Death “Scream Bloody Gore” (1987) Assim como Speckmann, Chuck Schuldiner teve papel mais que fundamental na criação do Metal da morte. Seu estilo único, tanto de criação das músicas como de administrar a carreira da banda com punho firme, fizeram do Death uma banda cultuada, lendária e magnífica. Antes de “Scream Bloody Gore” vieram várias demos que, aos poucos, definiam o estilo de Chuck. Uma delas, “Death by Metal”, circulou pelo underground, ainda sob o nome “Mantas”. Tal demo fez um estardalhaço entre os tape traders. Já com o nome atual, dentre várias mudanças de formação, foi lançada outra demo que chamou atenção: “Reign of Terror”. A partir daí, o Death criou vida e as coisas finalmente andaram. “Scream Bloody Gore” conta com Chuck fazendo vocais, guitarra e baixo, e Chris Reifert na bateria, porém o resultado saiu mais do que satisfatório, gerando clássicos atemporais como “Infernal Death”, “Zombie Ritual” e “Evil Dead”. A capa, desenhada pelo mestre Ed. Repka, e a produção assinada por Randy Burns ajudaram a banda a crescer ainda mais e o restante da história todos sabem... Obituary “Slowly We Rot” (1989) “Slowly We Rot” provavelmente seja um dos meus discos preferidos, não apenas do Death Metal, mas de todos os tempos. Qualidades para isso não faltam, aliás, sobram... Aquela capa podrona e o som pesado e sujo, variando da lentidão apocalíptica ao massacre veloz, estão lá, prontos para serem degustados, como vermes em um cadáver putrefato. As 12 faixas, totalizando pouco mais de meia hora, nunca significaram tanto para uma geração sedenta por músicas cada vez mais extremas. “Internal Bleeding”, “Til Death”, “Slowly We Rot”, “Gates to Hell”, “Words of Evil”... Todas representam o estilo

e na velocidade. O vois centrado no peso do qu itável – se bem que ma o, rem ext m so er faz inim “BITÚ” de timbre inigualável, até hoje de calista John Tardy criou umem todo este tempo. Imprescindível para qualquer fã lo itáim pouca gente tentou de Thrash ou Death Metal. música pesada, seja ele fã (1991) Massacre “From Beyond” r ex-membros ste de melhor! Formado po (baixo) e Bill exi e qu o são e Le m Ka , Terry Butler Ah, os vokils de va com Rick Rozz (guitarra)hora de pisar no acelerador, na do Death, o Massacre conta e so pe pa/ economizaram no Andrews (bateria) que não Gravado no requisitado estúdio Morrisound, em Tam tic . ryp os “C , ad “Dawn of Eternity” não se faziam de rog nd” tem como destaques ade. Flórida (EUA), “From Beyo uccubus”, dentre tantos outros petardos de qualid rma “S o e alg rd” tes aza an ioh s “B ma radoura, Remains”, om tiveram uma carreira tão du Infelizmente, os caras não qualidade. Coincidentemente ou não, a capa de “Fr ar istr reg sem a s a alidade continu cante do que disco r Ed Repka, que ainda na atu EnBeyond” também foi feita poa podridão estilística das bandas de Thrash e Death. a, tíci a no tod a s bo ho A sen o? de sm de o é me por meio r para fechar esta coluna, nãra fazer alguns shows, mas, pa fim, não haveria opção melho á nir reu se a nd de , é que a ba pelo menos para os gringosão apenas algumas apresentações, nada sério. Pobredar! ser mu , de os po pri pre pró , tudo sem segundo eles os veremos ao vivo... Porém nós, brasileiros, que nunca Escute no talo! Por Maicon Leite

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ACCEPT Carioca Club - São Paulo/SP 15/5/2011 Por: Cupim Lombardi desde sua formação Falar de uma banda que você escuta vê-la e ela volta, lança musical e que já não esperava mais ion” e anuncia uma um álbum à altura de “Blood of the Nat fa bem difícil e emturnê no Brasil, realmente, é uma tare ver o Aceppt em seu polgante! Este foi o cenário ao qual fui ulada Blood of Nations primeiro show no Brasil na turnê intit grandes expectativas: World Tour 2011. Um show com duas a Mark Tornillo – que atenção total para a atuação do vocalist em casa (vale lembrar no último álbum já comprovou estar sada ao qual muitos o show do ex-vocalista UDO semana pas ia de Herman Frank dos presentes tinham ido) – e a ausênc show no Texas exata(guitarra), que teve uma queda em um ou seja, só Wolf Hoffmente uma semana antes do show, toda certeza! Noite mann tocaria a guitarra. Casa cheia, com lista e, pouco depois chuvosa e um pouco fria na capital pau eçou uma rápida indas 20h30, apagaram-se as luzes, com tonic Terror” (já um trodução e a banda entrou tocando “Teu as do novo álbum, clássico!) e “Bucket Full Of Hate”, amb “Starlight” e a tão ese já emendaram com a já conhecida presentes (e quantas perada “Breaker”, para delírio dos fãs o começo, onde já cabeças brancas agitando!). Um belíssim ótima qualidade e volcabe destacar que o som estava com a responsabilidade ume. Herman já demonstra que chamou executando clássicos para si e a banda interage totalmente tavam em uníssono com seus refrões e coros que todos can rt”, “Losers and Wincomo “Restless and Wild”, “Metal Hea Dawn”. Nesta última, ners”, “Neon Nights” e “Princess of the um solo de baixo e Pecontando com uma ótima parada para inando no coro cláster Baltes interagindo com o público term o baixista não parou sico da música. Aliás, cabe ressaltar que m mais questionou se no palco em uma ótima noite. Ningué com a banda mesmo Mark Tornillo estava realmente em casa com a pouca conversa

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mar todos para cantar. com o público – apesar de sempre cha Stefan Schwarzmann Também não se pode deixar de exaltar endo o logo da turnê impecável na bateria, que só ficou dev ing High” e “Up to the na pele de retorno dos bumbos. “Aim nsterman” e “AmaLimit” do álbum “Russian Roullete”, “Mo rruled” também entramos la Vida” do álbum “Objection Ove ram no set list. Para fechar a primeira parte, tocaram a ótima “No Shelter” do último álbum em uma apresentação magistral. As luzes se apagaram e de repente ouviram-se aqueles ruídos de vinil e todos vibraram ao saber que viria um dos maiores clássicos da banda: “Fast as Shark” (sim, foram quatro do “Restless and Wild”!). Com o grito vocal no começo da música, a galera se agitou bastante e surgiram até uns bate-cabeças. Logo após emendaram com “Pandemic”, mais uma ótima do “Blood of the Nation”, e quando os primeiros acordes de “Metal Hearth” foram ouvidos, vibração total e todos tentaram curtir até o último instante, já esperando que esta fosse a última música dessa aula de Metal no Carioca Club – aula que deveria acontecer pelo menos uma vez ao ano para compensar toda a espera. E realmente foi a última... Que voltem logo!


ANDRE MATOS Opinião – Porto Alegre/RS 08/05/2011 Por: Maicon Leite Fotos: Ricardo Almeida Andre Matos já poderia po ssuir uma carteirinha de “gaúcho honorário”, pois desde os tempos imemoriais do Angra sempre vis itou nossa terrinha. Inclusive, alguns dos últimos sh ows dele com o Shaman se passaram aqui. Desta vez , o musico viria com sua banda solo, divulgando o disco “Mentalize” e tocando os velhos clássicos do Vip er e Angra, e os não tão clá ssicos assim do Shaman. O evento, que comemorav a os vinte anos da tradicion al loja Zeppelin, de Porto Alegre, trouxe ainda as ba ndas Phornax e Tierramy stica, ambas da capital gaúc ha e que vêm se destacan curte do no cenário da música pesad um Grave Digger ainda ma a nacional. Pontos para Ale is pe sad o, val e a pena xandre conferir! Entretanto, o Tierramy Nascimento, vulgo “Tiziu”, stica já pode contar com verdadeiro batalhador da cen uma a local qualidade sonora muito superio que, embora saiba das difi r, podendo, assim, mostrar culdades em que a cena se ao pú bli encontra, co as grudentas canções de continua realizando evento seu debut, “A New Horizon s muito bem organizados ”. aos quais, Misturando o Heavy Melódico infelizmente, o público não /Power Metal com sonorid sabe dar o devido valor. O ades Phornax, vindas de culturas latino-am que pratica um Heavy Metal ericanas ou, mais precisam tradicional extremamente ente, pesado, andinas, a banda – que foi open com muitos traços de Thras ing act do Scorpions em su h Metal e até mesmo Death a últim a passagem pelo Brasil – tev Metal em algumas passagens de e a galera nas mãos da prime bateria, cativou o público ain ira da que o à última música, incluindo aí som não estivesse ajudand o cover para “Fear of the o muito, por motivos técnic Dark”, os. Cris- do Iron Maiden. Aliás, interessa tiano Poschi (vocal), Thiag nte versão, adaptando as o Prandini (guitarra), Eders inon Prado fluências folclóricas, com flauta (baixo) e Mauricio Dariva s e demais instrumentos “di (bateria) tocaram as músic fer en tes ”, tudo devidamente ensai as que sairão em seu primeiro reg ado, pensando na interação istro oficial, o EP “Silent Wa en r”, com tre público e banda. Finalizado destaque para “Dare of Destr o show do Tierramystica, uction” e a própria faixa qu Andre e intitula Matos e sua competente banda o trabalho, um arregaço! Pe iniciaram o set com músic so e agressividade deram as da o tom do carreira solo de Andre, execu show, que rendeu muitos tando de forma precisa “Le aplausos e que, certamente, ad ing On ”, agradou “I Will Return”, “Rio” e “M aos bangers já presentes no entalize”. Embora sejam bo recinto. Para quem as músicas, não possuem o mesmo tempero de suas passagens marcantes pelo Viper e An gra, ou até mesmo no Sham an. E foi com a balada “Fairy Tale” qu e Andre, Hugo Mariutti e An dré Hernandes (guitarras), Bruno Ladislau (baixo) e Eloy Ca sagrande (bateria) fizeram o modesto público se levantar, com tod os cantando junto. Com mais um a de sua carreira solo, “H ow Long (Unleashed Away)”, entreco rtada por “Reason”, do Sh aman e “The Myriad”, solo, o que se viu a seguir foi clássico atr ás de clássico. “Prelude to Oblivi on” do Viper fez muitos he ad ba ngers das antigas berrarem junto com Andre, em visível sin al de empolgação. Em seguida, “Li sbon”, do “Fireworks” e a fantástica “Holy Land” relembraram como o Angra era uma ba nd a legal... Mas como de praxe, a galer a pedia por “Carry On”, desej o atendido que, precedido pela int ro “Unfinished Allegro”, foi o melhor momento da noite, qu e chegava ao final com “En deavour” (poderiam ter escolhido ou tra música, né?). Lógico qu e o set list poderia contar ainda co m “Living For the Night”, po r exemplo, ou até mesmo outras músicas de seus voos so los, mas, num contexto geral, foi um concerto mediano. Como já disse nossa amiga Rachel, resta aguardar o Symfonia, no dia 31/07, em Porto Alegre, que mesm o tendo lançado um disco ba seado em clichês do Metal Melód ico/Power Metal, conta co m um timaço de primeira que, com certeza, não decepcionará.

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ANDRE MATOS Fundição Progresso - Rio de Janeiro/RJ 26/06/2011 Por: Rachel Möss Foto(s): Rachel Möss

tou no Rio na turnê do Mais uma vez Andre Matos se apresen lhido foi a Fundição álbum “Mentalize”. Desta vez, o local esco rtura, assim como em Progresso na Lapa, Rio de Janeiro. A abe ta da banda Empürios 2010 no Teatro Odisséia, ficou por con um excelente e anido Rio de Janeiro, que fez, como sempre, anda Decnop (vocal), mado show. A banda formada por Fern Luiz Freitag (baixo), Renata Decnop e Iury Alonso (guitarras), lados) estava fazendo Thiago Alves (bateria) e Marcio Ceia (tec lançado até o fim desse a divulgação do debut “Cyclings”, a ser petência mostrando um ano. A banda esbanjou simpatia e com , mas dessa vez com Heavy Metal progressivo bastante virtuoso banda distribuiu alguns vocais femininos. Ao longo do show a fará parte do álbum. singles com a faixa “Invisible Man” que os preparativos para Após o show da Empürios, começaram A Introdução invadiu a grande atração da noite, Andre Matos! abriu o set com “Leada Fundição, a banda subiu ao palco e “Mentalize”. Surpresa ing On”, faixa de abertura do álbum agrande que, conforme para muitos foi a presença de Eloy Cas w seguiu com a faixa anunciado, não tocaria neste show! O sho estava muito baixo, e “I Will Return”. O sampler nesta música que todos sentissem a música soou muito vazia, fazendo com era ocupado por Fábio que faltava um tecladista – posto que o Mariutti na banda Ribeiro e que agora segue ao lado de Hug m seqüência ao show, Remove Silence. “Rio” e “Mentalize” dera

era ouo início de carreira no vida ao vivo há tempos. Relembrando “Prelude to Oblivion” Viper, Andre Matos escolheu a música em alto e bom som que foi executada com perfeição e cantada osa veio “Lisbon” que, pelos fãs. Com uma recepção maravilh do set list. A faixa como sempre, não poderia ficar ausente Angra nos fez voltar que faz parte do álbum “Fireworks” do s com Andre nos vono tempo relembrando bons momento em particular –, mais cais. E para alegria de muitos – e minha, ao vivo. A música que uma vez, o privilégio de ver “Holy Land” dúvidas, um marco na dá nome ao álbum do Angra foi, sem um momento memohistória de Andre Matos. Com certeza, “Unfinished Allegro” e rável! Uma pausa no show e ouvimos “Carry On”, o hino do ficamos na expectativa da conhecida w com o grito “Go!”. Angra que levanta qualquer um no sho perde brilho e espaço! Anos se passaram e a música nunca faz parte do primeiro Fechando a noite, veio a faixa “Pride” que ta com a participação álbum do Shaman, o “Ritual”, e que con O público na Fundição de Tobias Sammet (Edguy, Avantasia). pre, a receptividade ao estava bem empolgado e, como sem parece curtir tocar no Andre Matos é excelente e ele realmente lado de Timo Tolkki na longo Rio. Em agosto, Andre Matos retorna ao mantendo o set list que vem sido feito ao Vapara os fãs foi a música Fundição Progresso, mas dessa vez trazendo o Symfonia. da turnê. A primeira surpresa da noite w! o e último álbum que mos aguardar para conferir de perto mais um grande sho “Innocence”, que faz parte do segund surpresa que deixou o Matos fez parte no Shaman. Após essa um cover do Journey, público extasiado veio “Separate Ways”, ut “Time To Be Free”. que foi gravado pela banda no seu CD deb dá nome ao segundo Logo após, veio “Reason”, música que resa, que também não álbum do Shaman e, mais uma surp

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AS I LAY DYING & HEAVEN SHALL BURN Carioca Club-São Paulo, SP 28/05/2011 Por: Luiz Ribeiro Foto(s): Renan Facciolo Numa noite gelada na cidad e de São Paulo, duas das maiores bandas do metalcore da atualidade vieram para esq uentar o público que lotava as dependências do Carioca Club. Foi uma pena que depois de esperar um tempo para en trar perdi a apresentação da banda mineira Carahter que ficou responsável por iniciar o massacre da noite. Alguns instantes depois e com grande pontualidad e da organização entraram em cena os alemães do Heaven Sh all

da maravilhosa “An Ocean Between Us”. A partir daí vieram as músicas de seu mais novo lançamento, “The Powerle ss Rise”, como “Upside Down Kingd om”, a pesada “Beyond Ou r Suffering” e “Anodyne Sea”. A banda continuou o set com “The Sound Of Truth” e “Throu gh Struggle”. Outro mome nto que chamou bastante a atenç ão foi na execução de “Forever”, música do começo da banda que todos cantaram em un íssono. Após uma pausa e com a música “S eparation” de fundo, só podíamos esperar a execução de uma música que não podia faltar , e para terminar o show com chave de ou ro eles voltaram com a maravilhosa “Noth ing Left” botando o Carioca Club abaixo. Um a pena os setlists das bandas terem sido cu rtos, mas a organização está de parabéns pela pontualidade e, além disso, por coloc ar duas bandas desse porte numa mesma noite para saciar todos os amantes da músic a pesada.

Burn tocando músicas do último álbum de estúdio, “Invictus”, como a poderosa “The Omen” e “I Was, I Am, I Shall Be”. Em sequência, eles começaram a tocar seus clássicos como “C ounterweight”, “Profane Believers” e “Voice Of The Voiceless”. Numa breve pausa começou a Intro para o momento que a maioria esperava, e co meçaram os riffs para a maravilhosa “Endzeit”, can tada por todos. O final também foi bastante espera do por todos, pois eles fecharam com uma músic a pedida o show inteiro, “Black Tears” – cover da ba nda The Sisters Of Mercy. Mais alguns minutos de espera e subiu ao palco a banda que, com certeza, era a mais esperada da noite. O As I Lay Dying conseg uiu uma popularidade mu ito grande com o lançamento de seus dois últimos álbun s bastante aclamados pela crí tica e por todos. Com um a grande surpresa a música que ab riu o show foi “94 hours”, seguida 61


HELLOWEEN / STRATOVARIUS Pepsi on Stage – Porto Alegre/RS 03/05/11 Por: Maicon Leite Foto(s): Ricardo Almeida www.MemoriasDaRetina.com.br e estilos tendem a perdÉ de se admirar como algumas bandas anos. Não que Hellower sua popularidade em alguns poucos ntidade gigantesca de een e Stratovarius possuíssem uma qua mas o que se viu foi um fãs como o Iron Maiden, por exemplo, salientar que o StratoPepsi on Stage com pouco público. É de é a mesma coisa, mas varius sem o guitarrista Timo Tolkki não o Helloween, que ultiainda assim possui suas qualidades. Já ou odiarem, vem divulmamente tem feito seus fãs os amarem Sinners”, mas parece gando seu último e excelente álbum, “7 tado em seus últimos ter perdido um pouco o pique apresen o em si passou por shows por aqui. O Power Metal melódic dez anos e creio que, inúmeras transformações nos últimos s bocados, exatamente ultimamente, esteja passando por mau s atrás, quando estava o contrário do que vinha ocorrendo ano que sempre acabam em ascensão. Dito isso, há outros fatores realizados na capital influenciando negativamente nos shows de semana, ou muitos gaúcha: as datas sempre caem em dia tempo, além da clásshows marcados num curto espaço de coube ao Stratovarius sica falta de grana. Divagações à parte, a que visa a celebrar o a abertura da noite nessa turnê conjunt garantir que os eventos Power Metal ou, simplesmente, tentar al. Timo Kotipelto (vosejam um tremendo sucesso comerci l (bateria, ex- Avenger, cal), Lauri Porra (baixo), Jorg Michae s Johansson (teclado) Rage, Running Wild, dentre outros), Jen fizeram um show legal, e o novato Matias Kupiainen (guitarra) saria se tocasse no Bar mas que não causou o impacto que cau já é um ato inconceOpinião, por exemplo. Vender pista VIP o, chega a ser vergonbível e, para um show deste porte entã mente curtia a banda hoso. Era visível que a galera que real estava na parte de trás da grade,

lmente aqueles conreagir melhor aos seus clássicos, principa os mais antigos. “Kiss tidos no clássico “Visions” ou em disc “Black Diamond” e of Judas”, “Speed of Light”, “Paradise”, fizeram a diferença em “Hunting High and Low” certamente que, se fosse num luuma apresentação morna como esta o Helloween, um dos gar menor, teria sido muito melhor. Já ódico, sempre tem o precursores do Power Metal/Metal Mel não falta para a banda público em suas mãos e set list é o que era sua quinta visita fazer uma apresentação memorável. Esta 2001, 2003 e 2008), ao Brasil e a quarta aqui (nos anos de hora de fazer compao que torna as coisas mais difíceis na foi o “pior” show do rações. A opinião geral era de que este ente está longe de ser grupo nestas paragens, mas que logicam a de muitas pessoas considerado ruim, já que do ponto de vist “Power”, por exemplo, o problema estava no set list. Não tocar s ardorosos. Por que torna-se um sacrilégio para os fãs mai uma versão acústica de tocar “Handful of Pain” e enrolar com tocar a referida faixa e “Forever and One” em vez de, então, o fraquíssimo solo de “Sole Survivor”? Outro fator negativo foi ao show de 2008 com bateria de Daniel Löble, pois quem foi estava com preguiça. o Gamma Ray sabe que o cara desta vez Tormentor”, do clássico Já a surpresa ficou por conta de “Steel oção geral. As faixas “The Time of the Oath”, causando com rdam peso, ao vivo de “7 Sinners”, que em estúdio transbo al?”, “Where the Sinficam melhores ainda. “Are You Met id Mankind” foram ners Go”, “World of Fantasy” e “You Stup com o peso abos aprovadas de imediato pelos fãs, agraciad de Sascha Garstner e surdo que vinha das guitarras afiadas “Eagle Fly Free”, “I’m Michael Weikath. Dentre os clássicos, en Keys/King for 1000 Alive”, o medley de “Keeper Of The Sev Out”, fizeram parte da Years/Halloween” e a seminal “I Want e the Sky”, em versão primeira parte do show, enquanto “Rid ld” e “Dr. Stein” finalizaram mais enquanto a mega pesada, “Future Wor terras gaúchas com o uma apresentação dos alemães em alque a aind ejar, des a ava deix – a icos e se divertindo com a pista VIP – vazi a palco repleto de fãs vestidos de méd com em tass can e ssem ragi inte dos vez a banda faça um set guns fãs mais empolga , banda. Resta esperar que da próxima compareça em peso, isso com r orta imp se cia pare co pou banda que, felizmente, ante e que, ou o público o. Divulgando seu úl- list mais interess izado em local mais intimista. mas que pecou um pouco na apresentaçã real ou o show seja mas , icas mús es lent exce por to pos timo disco, “Elysium”, com tovarius viu o público que ao vivo não funciona tão bem, o Stra

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II METAL ATTACK Carioca Club – São Paulo/SP 17/06/2011 Por: Maicon Leite Foto(s): Luciano Piantonni Inimaginável, surreal, caótico lavras de um fã que, depois e inesquecível. Estas são as pade muitos anos, pode realiza dos sonhos de sua vida: ass r um fanático que isso possa pa istir ao Hirax ao vivo. Por mais com a maior parte da galerrecer, creio que foi o que aconteceu a que compareceu à noite his no dia 17/06. E, além disso tórica, presenciar a devastação cau, para fãs ainda mais “old skull”, outro mundo. Afinal, quemsada por Dan Beehler foi algo de lenda voltaria ao Brasil ap imaginaria que esta verdadeira terista/vocalista do Exciterós 25 anos? Sim, o lendário ex-baturnê histórica com o Veno esteve aqui para relembrar aquela pesadas que o Brasil já hom, a primeira turnê de bandas mais comemoração a isso, Beeh uvesse presenciado até então. Em Propositalmente ou não, foiler usava uma camiseta do Venom. em Porto Alegre um dia an uma bela surpresa. A saga, iniciada este redator imaginava, se tes, foi bem mais tranqüila do que estendendo, inclusive, pela Rock, onde encontrei algum Galeria do dos mestres do Thrash Me as preciosidades. Vamos ao show das bandas de Thrash Me tal, Hirax! Assim como grande parte tal que não sejam Metallica Hirax, mesmo possuindo qu e afins, o a turma de Hetfield, não de ase o mesmo tempo de carreira que Entretanto, possui fãs tão sfruta dos mesmos louros da fama. Anos atrás, quando o bater fiéis e reais quanto qualquer outra. pava do Hirax, chegou a serista brasileiro Fabrício Ravelli particinosso país, mas por motivo cogitada a visita dos americanos ao especulação. Quando anuns desconhecidos, tudo não passou de os burburinhos, ainda ma ciaram a data do show, começaram is pelo fato de no mesmo marcado o show do Rage em dia estar Em consenso entre os pro outra casa de shows de São Paulo. para dois dias antes, uma dutores, a data do Hirax foi mudada vamos ao show... E que shdecisão mais do que acertada, mas, que o Exciter atu mais carismático e empolgaow! Katon W. De Pena, o vocalista seja mortal, a voz de Beehler al, liderado por John Ricci, ainda é maciças de Thrash Metal ao do que já vi, deu ao público doses de sua bateria, pesada e poten que faz a diferença. A cada batida seu irmão Steve (baixo) e do lado de Lance Harrison (guitarra) e se que o verdadeiro Exciter estte, e a cada berro seu, confirmavaum time de respeito, que veterano Jorge Iacobellis (bateria); “The Holocaust”, “Stand Up ava ali, firme e forte. “Iron Dogs”, soube como poucos fazer de verdadeiro Thrash Metal. um show “Heavy Metal Maniac”, “Cry and Fight”, “Long Live the Loud”, Qu an do a be líss im a instrumental músicas que você, fã ma Of The Banshee” e todas aquelas “Cuando Cae la Oscuridad (W he n Da rkn ess Fal ls) ” irrompeu os vivo, estavam ali. Músicasis jovem, sempre sonhou em ver ao falantes, todos sabiam o qu de seu vindo e esp era r. Aos poucos, e com muita fizeram parte vontade, foram despejado do show, como “Messagesuro debut solo também s os gra nd To The es clássicos da banda Of Death”, ambas mu americana, que iniciou car ito boas e agressivas. A ma Dead” e “March rei ra co m a de mo “D rca emo 1984” que, de palco de toda sua ba aliás, teve fã gritando para nda também merece destante presença toc ar um a de su as faix que, em espe as. me lembro era “Born in the cial do baixista Brian Steph Pelo que “Battle of the North”, “BaptizeStreets”, o que não seria má ideia. Brian substituiu Allan Johnso enson, batendo cabeça sem parar. (The Face of Death)”, “Brok d By Fire”, “El Rostro de La Muerte infelizmente, não pode vir ao n, outro ex-membro do Exciter que, tile Territory”, “The New Ag en Neck”, “Lucifer’s Inferno”, “Hos- sido anunciado. Set finalizadBrasil, conforme inicialmente havia o, era hora de dar um “at Fear and Power” e “Bombs e of Terror”, “El Diablo Negro” “Hate, para os fãs brasileiros. é logo” of De ath Foi quando “Iron Fist” do ” for am alguns torpedos im- Motorhead, foi piedosos para nós dedicad an un vinte músicas! É de se salos, num total de nada menos do que ciada, encerrando de músicos, que mesmo apósientar a grande alegria no rosto dos forma positiva mais a pista e ficaram batendo o extasiante show, desceram para uma edição do fese curtindo o show com a cabeça, tirando fotos, conversando tival Metal Attack com a maioria das bandas.galera, algo impensável de acontecer que, mais uma vez, ver Lance Harrison tomandoNão foi surpresa olhar para o lado e trouxe excelentes lenda chamada Beehler, qu cerveja e “bangeando” no show da nomes para o Brahler, ou Dan Beehler, seja e veremos os detalhes a seguir... Bee- sil. Esperamos que lá como você queira defin fãs do Speed/Power/Thrash ir, levou os muitos mais sejam tidos a rigor para recepcio oitentista ao delírio, que foram ves- realizados. nar o “monstro”. Para onde hasse tinham bangers vestid você olde patches, calça jeans colados com aquele traje típico, de colete banda preferida. Os grandes a, tênis branco e a camiseta de sua tados pelo seu vocalista ori clássicos do Exciter, agora apresenmês de março), apenas fizeginal (o Exciter atual tocou em SP, no ram o pessoal confirmar: por mais 63


Roça N´Roll 25/06/2011 – Fazenda Estrela Varginha / Minas Gerais Por: Augusto Hunter Foto(s): Rachel Möss a”!!!!

Só para quem puxa o “Pino da Granad

os grandes amigos e Tive o prazer de ir ao festival com – que fizeram no loexcelentes músicos do Imago Mortis des amigos pessoais, que conhecem do cal uma grande apresentação – e gran hor ainda, Hardcore feito com maestria por aqueles mel em viag a ou deix te men ples á, que tocou coisa que sim ção à assunto, e o Periferia S/A ainda conta com Jab dire em a” ntur “ave sa nos mos eça lógico. E assim com bém e assim, mais um grande o é de praxe nas cara- baixo no Ratos de Porão tam terra do ET. Diversão garantida, com se ano. Fui ao backstage e adas e divertidas, show marcou o Roça N´Roll des aniz org bem to mui pre sem RD, da vanas Punk Rock Nacional, conversei com essa grande lenda do r ali mostrando seu que me contou estar muito feliz em esta muito. Mesmo com trabalho fora do Ratos e que se divertiu tudo. Então, vimos o pequeno público, ficou satisfeito com Palco 2, Death Metal o pessoal do Genocídio subindo ao banda, um show bem da melhor qualidade executado pela bom com o público. democrático e com um contato muito nga, com um público Tivemos a bela apresentação do Uga Quando começou a bastante intenso em frente ao palco. aço mais que perfeito cair a noite em Varginha, foi dado esp grena Gasosa, essa para os controversos e conhecidos Gan um “Macumba” faz banda oriunda do Rio de Janeiro que grantes vestidos de ou mesmo “Saravá” Metal, com inte o, fomos ao Palco 1 entidades e tudo mais. Sabendo diss er do show deles, corassisti-los e o público mineiro, ao sab foi ao festival para reu para assistir ao show da banda que Deus é 10, Satanás é divulgar seu mais novo disco, “Se o e clássicos como 666”!! Tocando músicas do novo disc um ótimo concerto, “Surf Iemanjá”, o Gangrena Gasosa fez o show que veio logo dedivertindo como deixando o público aquecido para se va esta l soa pes o as hor s eira esticado no local nas prim membros pois no Palco 2. Com o pano de fundo já os outr por do leva st boo ao do bran a, fui assideve ser: cali Lá já e o som passado, ao acabar o show do Gangren e. end Res em da para eira prim sa da Caravana, até nos viagem não seria nada tínhamos uma noção que o resto da ois de conhecermos a “quente”, pois já estava gelado. Dep local onde o Rock e o cidade, chegou a hora de irmos ao ariam muitas cabeças Metal ganhariam vida sonora e agit 13 anos de evento Rockers do Brasil. Mesmo depois de na Fazenda Estrela –, rolando – sendo a maior parte dele inho ainda é feito por uma surpresa: grande parte do cam mais perto da área uma estrada de terra! Ao chegarmos que vinham a pé pelo do evento, víamos muitas pessoas s empolgadas com caminho mencionado, mas sempre toda estados e regiões os o evento. Encontramos pessoas de vári idade do evento. A do país, o que demonstra a grandios da imprensa foi corprimeira coisa que fiz ao entrar na área , guitarrista lendário rer e tentar trocar uma ideia com o Jão com o seu projeto, do Ratos de Porão, que se apresentaria va quase na hora de o Periferia S/A. No entanto como esta de shows normal e eles subirem ao palco, voltei para a área antes de subirem ao palco pático, começou stir ao Claustrofobia. Momentos sim to mui pre sem Ele, . istir ass a i foi o show deles, o comece k Pessoal!”. para assim começarem a destruição que Pun inê Mat da a hor na “Tá do dan e que o Claustroo show man sentação Marcus D´Angelo falou conosco e nos diss apre da o rest o foi o com ar sac Por aí já deu para apresentação matadora, com muito boa, um Punk/ fobia estava ali para fazer uma da banda, né? Super descontraída e 64


clássicos e músicas do no vo disco que ainda está pa ra sair, extremamente intitulado “Peste”, e todo frio, com destaque claro cantado em português. Clá ao baterista Eloy ssicos Casagrande, qu foram executados com ma e também toca no Aclla e estria e as músicas nova no Glória; o garoto s tiver- é um monstrin am uma ótima resposta ho nas baquetas, ele toca do público, dentre elas po demais! O show foi sso citar rolando bem “Pino da Granada” e a morno, até que eles come faixa-título do disco, “P çaram a tocar músieste”, que cas do Angra caíram como bombas atô , na fase em que o André micas no enlouquecido Ma ttos era vocalista público da banda e, pa mineiro, encerrando um ra minha surpresa, ele toc a das apresentações de ou “Holy Land”, destaque música marav daquele sábado. No Palco ilhosa do álbum que leva 1, já estava pronto para o mesmo nome. O entrar a show do André lenda Doom Metal Cario foi muito bom, mas já es ca; o Imago Mortis subiu tava me atentando ao palco ao que vinha do Roça com a proposta ao lado, o grande nome de mostrar de leve por qu da e podem noite. Ao final ser chamados de referênc ia no Doom Metal Naciona l. Eles começaram o concerto co m a maravilhosa “Long Riv er”, faixa que abre o já conceit uado álbum “Vida: The Pla y Of Change”. E assim o públi co mineiro pode ver essa ma ravilhosa apresentação qu e, mesmo eles sendo “te sourados” com menos de 20 minutos de apresentação , todos tiveram noção que a band a está de volta e com gá s total, com uma formação coes a e muito boa! Depois do Imago Mortis, pudemos confe rir mais uma apresentaç ão forte com o Amem Corner, um Black Metal poderoso e mu ito bem executado. Aos berros de “HAIL SATAN, HAIL LUCI FER” e músicas poderosas e cade nciadas, o Amen Corner rea lizou um belíssimo concerto, e aí veio a Piada do Festi val, o tal do Comitiva do Rock subiu ao palco com um som co mpletamente copiado, pois ele s fazem “versões” de clá ss icos do Heavy Metal. Prefiro nem comentar sobre es sa ba nda. Depois dessa “palhaçada” subiu ao palco o Cracke r Blues, uma bela banda de Blues /Rock N´Roll, com boas músicas em português e tudo muito bem feito. Depois disso o Tuatha de Danann subiu ao palco para se apresentar. Sou sin cero quando digo que não é o som que mais faz a minh do show do André a cabeça, mas tenho que confessar Mattos, subiu ao palco Br que, com a reunião que ac un o Maia anunciando onteceu o show do Ca com o Bruno Maia subin thedral, lenda inglesa do do ao palco com sua antig Stoner/Doom Meta banda, al, fundada po todo o furor ao redor do r ninguém menos que Le acontecimento me fez pre e Dorian, também star um fundador do Na pouco de atenção à apres palm Death. A banda espe entação deles. Mesmo nã rada pela maioria o go- naquele dia fez stando do tipo de música uma grande apresentação feita pela banda, eles são , digna daqueles músicos que tocam de extremamente profissiona vagar por opção própria. is e fizeram uma apres Maravilhoso show! entação Em minha opini digna de banda gringa, se ão faltaram algumas mú m um erro e com uma qu sicas, mas mesmo alidade assim não ofu de áudio única. Aos berro scaram a apresentação. s de “Fica Bruno!!” a apres Ao final do show, entação entrou ainda o se encerrou, encerrando Dr. Sin, grande nome do também os trabalhos de Hard Rock Naciosse que nal, que come foi um expoente no cená çou a apresentação levan rio nacional. Nesse ínteri do grandes canções m, André do repertório. Mattos subiu ao palco do No outro palco, a banda Roça N´Roll para se apres TierraMystica subiu entar, ao palco 1 para um show passar o seu som. Algo normal, se eles não estivessem tocando para valer, enquanto o Dr. Sin ainda estava em palco! Um a falha fenomenal da pro dução do evento, que rapidame nte tentou parar o Tierra mystica, mas o Adrian Busic já tin ha saído de palco, comp letamente chateado e parecia que ali terminaria o show do Dr. Sin, mas depois de muitos problema s nos bastidores o Dr. Sin voltou ao palco. Via-se neles a revolta com o ocorrido e fizeram o final de show mais LONGO que poderia ser visto, ma sempre muito bom. Bem, s o que eu posso falar pra vocês, leitores da Hell Divine, é que o evento é muito bom e vale a pena conhecer. Apesar de encontrarmos erros básic os na produção e nenhuma evolu ção no caminho até o loc al e na estrutura depois de 13 an os de evento, vale a pena você viajar para Varginha e ir ao Roça N´Roll, mas antes pu xe o pino da granada!!

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palco foi mal calculada que teríamos dificuldades... A altura do a. O palco estava baixo e a visão do show ficou comprometid ar”, foi o que pensei... demais. “Ainda resta o telão para ajud va enganado. O telão E quando começou o show, vi que esta cenários, efeitos e um foi o da própria banda, que apresenta show. Com isso, toda monte de coisas legais... Porém, nada de Restou curtir o som, a experiência do show foi bastante diluída. imo que dava do show, muito bem equalizado, e pegar o máx eita, o repertório estava que não era muito. A banda soou perf co melhor), começanbem legal (mas poderia ter sido um pou ndando na maravilhosa do com a nova “Sting In The Tail”, eme de “Bad Boys Run“Make It Real” – grata surpresa – seguida no catálogo de músicas ning Wild”. A banda se manteve apenas Scorpions - 06/05/2011 para um show perfeito, gria da fase Matthias Jabs, que é suficiente Budapest Sportsaréna - Budapeste, Hun stico, dessa vez curto com um agora obrigatório momento acú Por: Marcelo Val y” – e tocando apenas – apenas “Send Me An Angel” e “Holyda Foto(s): Heloísa Melo de guitarra do subestitrês músicas do último disco. Os solos pa, o James Kottak também de 15 dias à Euro mado Matthias Jabbs e do enlouquecid Tem coisa melhor que fazer uma viagem no fim? Ah, se tiver um estiveram presentes, sendo o destaque, surpreendentemente, culminando com o Sweden Rock Fest com certeza, fica mel- para o baterista; um verdadeiro showman que elevou o show da show do Scorpions no meio da viagem, idade à sua Farewell banda a um nível ainda mais alto. As baladas, marca registrada hor ainda. A banda alemã, dando continu apeste, na Hungria, da banda, também marcaram presença, claro. Desde a mais Tour, esteve na belíssima cidade de Bud rtsaréna, que destoa nova “The Best Is Yet To Come” às clássicas “Still Loving You” para uma apresentação na moderna Spo sequência pree “Winds Of Change”, tocadas em uma da arquitetura histórica os pelos piar arre de dominante na cidade, mas mais res luga nos é um local muito bem ão íntimos (ded do estruturado, um ginásio pé, por exemplo...), feito para eventos esmomento do no portivos, mas também bis. Com a chegada para shows como esse. de “Rock You Like a Infelizmente, durante a Hurricane”, a noite nossa estada de alguns chegava ao fim. Condias na cidade, o tempo clusões? O Scorpions esteve bastante instável como arrebentou, e, especialmente no sempre faz. O som esmomento de nossa chexcelente, a destava egada ao estádio, caiu peito do lugar ser um uma chuva daqueginásio. O palco, inlas que nos deixou explicavelmente baixo, encharcados durante prejudicou a visão do boa parte da noite; destáculo. Não há desculpa e cerveespeculpa perfeita para tomar alguns drinks w começou com uma para isso, até porque pela quantidade de shows anunciada nos jas, a fim de dar uma esquentada. O sho Jovi, Motley Crue e out- cartazes de rua, os produtores locais já devem ter alguma exbanda cover tocando clássicos de Bon somente como aque- periência em eventos desse porte. E o telão que salvaria a noite, ras, com bastante competência, servindo abertura que tínhamos infelizmente, só serviu para efeitos, contrariando sua função cimento para os escorpiões. A banda de l o insano estuprador primordial – ajudar a visualização. Nos restou ir embora, já com visto na internet seria a Kottak, na qua vocal, mas infelizmente a roupa seca, com uma sensação entre a satisfação de uma de tambores do Scorpions assume o m motivo. Conforme a noite divertida e a frustração de um show mal aproveitado. a apresentação não aconteceu por algu s cheia e mostrando hora ia passando, a Arena ia ficando mai 66


Sweden Rock Fest - Solverborg, Suécia, 08 ,09,10 e 11/06/2011 Por: Marcelo Val Foto(s): Heloísa Melo É, são em ocasiões como ess rado! Vejam, já tive a experi as que vejo que nasci no país erência e a oportunidade de assistir a diversos festivais aqui no Brasil, com atrações de pe so – Hollywood Rock, Rock In Rio , Ph Louder... Estive em todos illips Monsters Of Rock, Live and , mas nenhum deles pro porcionou realmente a experiência de im dias, dentro do universo do ersão completa, durante alguns Ha Europa existem diversos fes rd, Classic Rock e do Metal. Na tivais, alguns até bem maior es, em termos de elenco, acred ito que seja o Sweden Rock mas mais representativo. Fest o Optamos por não cobrir o pri mente os palcos menores meiro dia do evento, no qual sofor marcantes se apresentaram am utilizados e bandas menos sentir como a banda confia no novo material, tocan . Os destaques seriam Rhino do 1/3 da apresentação com material uma espécie de clone califo Bu rniano (com bom gosto) do cket, tions”. Mesmo assim, clá do elogiadíssimo “Blood Of The Nassicos como “Fast as a Sh e os locais do Crashdiet e AC/DC, ark”, “PrinHardcore Superstar repres entando a cess Of Dawn”, “Metal Heart” e “Balls to the Wa vertente mais atual do Ha ll” rd, o Sleazy. Quinta-feira, não foram ne glig en cia do s. Após o Accept, conferimos após espera no credenciamento o Gwar que se apree o serviço de desinformação certa sentava num dos palco s menores do festival, para do por um segurança, perde prestaum mos o show da Joan Jett. mos a tempo de conferir Chega- pouco participativo e até um pouco apático. Após algum público o Queensryche, infelizmente as cas vendo o festival de asn sentando um set bastante , apreeiras e humor negro, regad músimorno e um público sem o go a muita sm a, o frio fic ou muito forte e resolvemos a menor empolgação. Depois de alg andar um pouco, um tempo, resolvemos no co nfe rin do pa rte do The Cu s am tar e checar a área de impre nsa do festival, que contava bien- drinks no bar do backs lt e fomos nos esquentar com alguns tage. Lo com um lounge bem legal, com Saxon, instituição do metal go era hora da apresentação do tra show com a nova “Hamme dicional inglês. Começando o r of The Gods”, a banda emendou com “Heavy Me logo tal Thunder” e “Motorcycle Man”, intercalando com a também recente “Back in ´79”, e seg uindo assim. O público acorreu em grande número ao sh ow dos ingleses, mas se portou de ma tempo. Aliás, o público su neira bem fria a maior parte do eco, apesar de bastante fie metal, é econômico na em l polgação. Destacaria no sh ao ow do Saxon, ainda, as maravilho sas “And The Band Played On”, “The Eagle Has Landed”, “Princess Of The Night”, “747 (Strangers in The Night)” e o hino “Crusader”. Devid o ao cansaço, resolvi sair um po uco ção da noite, o Judas Priest antes e relaxar antes da atra. Uma coisa irritante nesse festival foi a descoberta de que os suecos são adeptos do estilo “tô passando, sai da frente ”, e pé, encontrões e palavrões após uma série de pisões no proferidos em português me mo, descobri que não é int encional, é apenas caracterí sstic deles. O engraçado é que palavrão parece ser uma ling a ua gem universal, pois ao bra do de um deles, mesmo em português, o desaum DJ tocando alguns drinks, demos de car sempre Metal. Depois de curtir a espécie de desfile em carro com a banda Gwar fazendo uma aberto pela área, algo surre al. Logo era hora do Accept. Abrin do Terror” e emendando com o show com a pesada “Teutonic “Bucket Full Of Hate”, amba s mo álbum, a banda já vei o dando a cara a tapa. De do últipois mandaram a ótima “Starlight”, seguida por “Breaker”, e Ma nillo já havia mostrado que rk Torera o substituto perfeito pa ra o Udo. Ótima atuação como frontm an e vocalista, mostrou pe rsonalidade e ganhou o frio públic o escandinavo. Um detalh e interessante desse show é o fato de não estar presente, acometid o guitarrista base Herman Frank o em vez de chamar um su de alguma enfermidade. A banda, bstituto para a turnê, vem toc como quarteto, deixando o baixista Peter Baltes – norm ando almente bem discreto – livre para interagir com a magistral guitar Wolf Hoffman. E o cara dá um show à parte, mesmo! ra de Dá para 67


Stoner, fez um show mos ao show do Down. A banda, com seu erso –, e não me disp que meio moroso e cansativo – diria até e, um palco menor, agradou. Rumamos para o Sweden Stag os ao Stryper descansem ao menos um telão, para assitirm al fez um show reafirsando no gramado. A banda de White Met público, o que acho tão mando sua fé cristã e jogando bíblias ao Black Metal. Destaque baboseira quanto qualquer profanação o, “Over The Mountain” para os covers retirados do último disc será...) e “Heaven and (Ozzy), “Breaking The Law” (de quem aquém das originais, Hell”, dedicada ao Dio. Todas um bocado as. Da apresentação claro, mas bons momentos. Show ok, apen aço, mas sinceraped do Rob Zombie chegamos a assistir um ejas e bater papo, cerv s uma ar tom eri pref e mente não curto show do Overkill. Como as Jud do w sho O relaxando para a destruição que seria o . ry!” “sor ido când um ava solt e va vira se pedra sobre pedra, rejeitado o novo integrante sempre, os nova-iorquinos não deixaram com para ivas ctat expe de eto repl iniciou ento em que algo parecido que se aposentou da sponsáveis por talvez o único mom ning Dow KK de to stitu sub , kner Faul hie Ritc o festival. A banda subiu ao personalidade. A lâmina com uma roda acontecesse em todo recente “The Green and trou mos e idou intim se não Ele da. ban a Fire”, tendo como pano palco com o pé no acelerador, com er D.ies” e o hino “Rotinglesa iniciou os trabalhos com “Rapid Nev il “E.v ca ales anim pela indo ida Black” segu “British Steel”, segu m como a banda era assi de fundo a capa do emblemático álbum , eito dava para perceber que ten To The Core”. O set list foi perf ante! É sempre um sacr o hino “Metal Gods”. A essa altura já mas mas também para so- uma máquina ao vivo, com um som e DD Verni fritando Blitz Ritchie não veio apenas para substituir, by Bob aos solos clássicos, privilégio assistir a um show com mar. E acrescentou licks e frases próprias uma cara nova. O nossos tímpanos. Logo após o Overkill rumamos para o palco dando como a mantendo as características principais, mes- principal para conferir a apresentação do Whitesnake, as, Jud no bem to mui caiu ele que de mesclou os consenso geral ali foi da. O maioria absoluta do público. O show do Whitesnake ban da res ado fund dos um e a lend os, com exmo substituindo uma bem pen- velhos clássicos a músicas dos últimos dois disc , a banda to mui set um com e, lent exce foi pre, Judas, como sem lente formação Sentinel” ao set, de- celentes resultados. Com uma exce sado. Pessoalmente, adorei a volta de “The . Com o fim do simplesmente detonou, com momentos emocionantes quando ers” veriam incluir mais algumas do “Defend atrasado), em que um Bernie Mardsen (guitarrista das primeiras formações) já do (e a bluesy “Ain´t show, hora de enfrentar um ônibus lota oria absoluta gordinho e envelhecido se juntou à banda para mai a er; beb de ta gos o pov esse nto um adendo: David percebi o qua , estragadinha... No Love In The Heart Of The City”. Aí cabe mas nos últimos inha agad estr va ntra enco se ros agei o mais), dos pass na qual pude perceber Coverdale canta muito (aliás, nem tant música com gritinhos a Um dos bebuns puxou conversa comigo, dess l fina o do agan il não são as mulheres, tempos ele vem estr exagero. Continuando que a admiração dos suecos pelo Bras puro , veis ensá disp nte sim a carne! E dá-lhe histéricos totalme mas , aval carn o nem bol, fute o nem iu em “Fool For Your Lovs sobre a nossa carne, com a sessão nostalgia, Bernie segu titivo repe ios elog indo ouv tros ôme quil berg se juntou para “Here I churrascarias... No dia ing”, depois da qual Adrian Vandem sas nos de ada dan ade saud uma com The Night”. Reb Beach e Doug a tempo de conferir o Go Again” e a encore com “Still Of o and cheg , cedo os eçam com inte ente e dão uma cara mais segu Shout”, da trilha so- Aldrich são muito superiores tecnicam Steelheart tocando o hino “Stand Up and l ver os antigos integrantes se 2001). Enquanto isso, o atual à banda, mas foi muito lega nora do filme Rockstar (Warner Bros., a de voltar ao hotel, encaundo um conhecido, juntarem à banda mais uma vez. Hor Agent Steel detonava em outro palco. Seg a um festival dess- rando mais uma vez um ônibus lotado, no qual conhecemos stir foi um excelente show. Aliás, é ótimo assi amigos que estão, mais um brasileiro. No último dia do festival, vencidos pelo i ntre enco ndo qua hor e. Chees, mas se tornou mel Am cansaço, deixamos o Destruction para outra oportunidad k Roc pa: Euro pela ivais fest de ê turn Southern acreditem, fazendo uma ça e gamos a tempo de conferir o Molly Hatchet com seu Fran na , fest Hell ; Fest k Roc den Swe o principal a Ring, na Alemanha; Chega- Rock pesado, almoçamos e rumamos para o palc . den Mai do so avul w sho um de além lou commais um ou dois, Sonho fim de assistir ao Styx. E a banda simplesmente desfi age! Carn illian Braz ê, turn a para e eu conhecendo ram a dar um nom ois de en- petência numa apresentação impecável, mesmo Dep am? cord con e, prez se que ad w bem relaxante de qualquer metalhe cipal, o Festival praticamente nada! Foi muito bom, um sho e seu Prog/AOR. prin o palc o para s amo rum o, pov contrar esse o Kansas fessar que nem curto Classic Rock, após o qual conferimos ry On Wayward Son”, Stage, para conferir o Mr Big. Devo con “Car s sico clás os a, tocando muito. E, claro, destaque para form a ótim em ntra enco se da ban a d”. Um começo bem muito, mas o senão foi a voz “Point Of No Return” e “Dust In The Win únic o , ento osam entr de w sho um deu Black Label Society. Zakk A banda tem mais o mesmo relaxante para o dia, mas era hora do não , bem soar de ar apes , que tin Mar nova “Crazy Horse” e daí de Eric Earth, saímos um Wylde e Cia. adentraram o palco com a Iced do hora da ação xim apro a Com ar que lá pela metade alcance. s de “Addicted To em diante a banda detonou. Devo confess ótono e fui procuuício resq e long ao indo ouv a aind s, ante co mon pouco de conferir os últimos da apresentação o show ficou um pou mais alguma coisa para The Rush” e “To Be With You”. Era hora e ejas cerv s uma o para a: rar os amigos E digo uma cois ow. Barl t Mat com h Eart Iced do iros susp restante do show de longe. t é perfeito ao vivo – as- comer, enquanto assistíamos ao novo vocal vai ter trabalho, porque Mat para o show do Thin Lizzy. E ouvindo ao CD “Alive In Ótima decisão, pois descansamos sim como toda a banda –, parecia estar “Are You Ready?” e “Waiting ns “The Dark Saga” e o Thin Lizzy chegou com tudo em Athens”. O foco do show foram os álbu empolgação com o hit “Jailmeus favoritos. O set, For An Alibi”, chegando ao ápice da dos membros originais “Something Wicked This Way Comes”, os além ade que me pareceu um break”. A nova formação conta – rton – com o baixisWha de 13 músicas apenas, teve tal intensid en , Brian Downey e Darr Rel. haam fina Gor ao tt Sco feito satis e sto exau o and e o vocalista show completo, me deix deleite: ta Marco Mendonza, o guitarrista Richard Fortus um é ival fest o sito que e ness e , e Phil Lynnot, solvemos ir almoçar ida, e os Ricky Warwick. Apesar da ausência do finado ícon com de des alida mod rsas dive m ecia idade, sendo várias barracas ofer e, assisti- a banda tem um componente forte de autentic long ao a, mes uma de E s. ávei razo preços eram bem 68


metade da formação oriunda do tem um ingrediente meio po s tempos de Phil. O vocal de Ricky p, à la Brian Addams, que alte característica forte da band a, mas ainda assim o vocal ra uma ista se deu muito bem com o repertóri o. bom quanto a formação an Não chega a ser um Thin Lizzy tão terior, com o mestre John guitarra e voz, mas empo Sykes na lgou muito. A linda “Still In Love With You”, a pesada “Emerald”, os hit Song”, tudo fez dessa apres s “Whiskey In The Jar” e “Cowboy en tival. Detalhe que Brian Do tação um momento mágico do feswney, apesar da aparência envelhecida, senta a mamona na bateria com um vigor e técnica de fazer inveja a muito garotão por aí. Sh owzaço! Depois disso, res tava o encerramento do festival com Oz zy. vra, é foda! Pode desafinar E Ozzy, com o perdão da má palaà vontade, coisa que sempre dessa vez aconteceu com mais frequência), pode rep fez (mas etir as mesmas frases feitas ao fim de cad tunidade de assisti-lo sem a música, não interessa! Uma oporpre será recompensada co m um espetáculo de verdade! Um verdadeiro showman. Fez o público gargalhar, gritar, agitou os escandinavos como ningu conseguiu. Ao som de “Oh ém mais Fo banda faz a entrada, atacan rtuna”, da ópera Carmina Burana, a do ante, só clássicos! De surpr com “I Don´t Know”. E daí em diesa, só a inclusão de “Fairie Boots” no set, juntamente com “Rat Salad” (para a seç s Wear ão de solos guitarra/batera), ambas do Sabb de hits, sem nenhuma músic ath; de resto, um show recheado a Um show curto, com apen de álbuns após o “No More Tears”. as 14 músicas, mas que ser viu como uma celebração dos mome nto dias em que estivemos pre s maravilhosos passados nos três sentes nesse verdadeiro car metal. Já estamos planejan naval do do o próximo!

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WACken Metal Battle – Brasília 29/05/2011 – America Rock Bar Por: Pedro Humangous Foto(s): Pedro Humangous o ao América Rock Bar, Domingo, quatro da tarde, me direcion do Distrito Federal do local marcado para se realizar a etapa sta Hell Divine, tive a Wacken Metal Battle. Em nome da revi o jurado e ajudar a dehonra de ser convidado a participar com o de costume, houve cidir o grande vencedor. Infelizmente, com eçou, efetivamente, um atraso de duas horas e o evento com início estava pequeno somente às seis da tarde. O público no primeira banda concore tímido, quando adentrava ao palco a osada, vestida a caráter rente: Mork. Uma banda muito bem entr k/Death Metal, na linha e mostrando toda a potência de seu Blac o, com destaque para do Dimmu Borgir. Excelente apresentaçã to bem as músicas, em o vocalista Samuel, que interpretou mui Logo notei que seria um set list diversificado e consistente. e. Em seguida, foi a tarefa difícil apontar um vencedor na noit

ra, não é à toa que se músicas incríveis eles já possuem de sob batalha, a banda Bruto consagraram vencedores. Para fechar a ou pedra sobre pedra. veio com sangue nos olhos e não deix o seu som, um Death Apresentação rápida e brutal, bem com ” tivemos a apresentaMetal cantado em português. De “bônus Mario Linhares (Exção da banda Harllequin, capitaneada por lspell), em uma ótima Dark Avenger, Heavens Guardian, Sou ve de ouro. A iniciativa apresentação, fechando a noite com cha Brasil é louvável, todo de termos o Wacken Metal Battle em s grandes bandas do trazendo para o conhecimento de todo vencedor na grande cenário nacional. Não importa quem saia bem representados na final – pois, obviamente, seremos muito hando somos todos Alemanha –, mas no final, quem sai gan s ao Zilla e boa sorte a nós bem como o Heavy Metal. Parabén todos em Varginha!

apresentaram as músivez do Moretools subir ao palco, onde intitulado. Performance cas de seu mais recente trabalho auto que algumas pessoas contagiante e energética, fazendo com roda à frente do palco. da platéia arriscassem uma pequena brechas para falhas ou Porrada atrás de porrada, não deram da casa estava muito sequer tempo para respirarmos. O som Alguns pequenos probbom, apesar de demasiadamente alto. do som da bateria e, lemas foram encontrados na captação king vocals. Problema posteriormente, no microfone dos bac uinte, o Raiken. Tive esse que atrapalhou e muito a banda seg e fiquei realmente eno prazer de resenhar o EP dessa banda s caras têm. Ao vivo, tusiasmado com o potencial que esse banda apresentou boas o som ficou um pouco embolado. A o das faixas escolhidas. composições e muita garra na execuçã brindou com um MeEm seguida era a vez do Zilla, que nos linha do Arch Enemy. A lodic Death Metal de primeira, bem na ção dos equipamentos, banda também sofreu com a equaliza s e emboladas em aldeixando as músicas um pouco confusa um ponto que deve ser guns momentos. Presença de palco é lha nacional. Potencial e melhorado caso queiram vencer a bata

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WACKEN METAL BATTLE 20 11 – ETAPA CURITIBA Blood Rock Bar 20/5/2011 Por: Cupim Lombardi Esperava encontrar casa ma is cheia pela proposta do evento e sua importância para a cena loc al, porém a casa ficou relati vamente cheia, mas não diminui a apres entação e garra das bandas. A primeira a abrir a noite foi a band a Fire Shadow, apresentan do um Heavy Metal Tradicional com pit adas melódicas, com mú sicas boas que conseguiram agitar o públi co mesmo com uma presen ça de palco um tanto pacata. Fecharam com uma música jargão “M etal is the Law”, mas foi muito bem tecnicamente, mostrando ser forte concorrente. Logo após veio a banda Hawthorn fazendo um Black Metal com toques sinfônicos, cab endo o destaque para a vo calista, que deixou os que não conheci am a banda estarrecidos com seu potencial de voz, alterando o gutural com líricos e fazen do dobradinha no vocal com o baterista. Apesar da boa apresentaç ão e visual da banda, pouco empolgou o público presente. A band a Sacredeath entrou em seguida apresen tando um Thrash com óti ma pegada e até uma presença de palco que demonstrou ser uma ba nda bem ensaiada. O vocal conseguiu segurar seu estilo rasgado e até surgiram algumas rodas entre os pre sentes; a banda fez uma óti ma apresentação, com ótimo estilo de Thrash. O Death Metal do Sadsy foi bem recebido pelos presentes e o vocal bem empolgado até desceu do palco para agitar a roda, faz endo um show interessante , sem muitas novidades sonoras, mas be m executado sabendo seg urar o show. Para fechar a noite foi a vez do Wild Child apresentar seu Hard Rock com boa presença de palco . Chegou a empolgar os pre sen tes e fez uma ótima apresentação, mostrando boa técnica do s integrantes e músicas muito bem feitas com destaque para a músic a que leva o nome da banda que dá para despontar. Na votação, a ba nda eleita foi a Fire Shadow que foi bem festejada pelos integrantes e alguns do público que ainda resistira m até o final. Evento muito bom, o som tinha boa qualidade no Blo od Rock bar e, apesar de não estar com casa lotada, ponto para a cen a de Curitiba.

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O Lamentável Fim Dos Grandes Legado

s

Não é preciso dizer que não existe nada mais triste para os fãs de uma banda que seu fim. Quantos ótimos artistas encerram suas carreiras apó s nos presentear durante décadas com ótimos álbuns e turnês por todo o mundo? Claro que o tempo de dur ação fama variam de banda para banda, mas e o nível de não é isso que importa, e sim a qualidade de seu som . Obviamente, o último show do Scorpions ficará mar cado para sempre na memória dos fãs que tiveram a oportunidade de ver, pela última vez, seus ídolos ao vivo . Com certeza, a beleza dessa despedida foi indescri tível, exatamente o que os fãs esperavam de uma banda de tal porte que mostrou seu brilho por mais de quarent a anos. Porém, não é só no Mainstream que isso é uma realidade. O underground, recheado de ótimas ban das, sofre com a perda de muitos artistas que tinh am tudo para dar certo devido ao fim prematuro des sas bandas – ora por simples discussões entre os mem bros, ora por fins trágicos. O Evilwar, uma banda de Black Metal de Curitiba, é o melhor exemplo. A ban da começou, em 1999, e eu os conheci por meio do fantástico “Bleeding In The Shades Of Baphomet” lanç ado, em 2006. A banda começou a ganhar força, porém a infeliz decisão de suicídio do baterista e líder I. Nig er acabou pondo fim ao que seria um ótimo exemplo do nosso underground. E como não citar os polones es do Yattering? Eles faziam aquele Death Metal em que você simplesmente pensava “Uau! Caramba...”. Uma sonoridade brutal, insana, inovadora e, de repente, a banda resolve encerrar suas atividades. E o que nos sobra? Bandas de música teen modernas que fazem um som horrível só para ganhar dinheiro rapidamente e que todos os amantes da verdadeira música gostaria m que jamais tivessem existido? Nas raras ocasiõe s em que ligo a televisão nos canais de praxe, me dep aro com verdadeiras aberrações sonoras que mui tos insistem em chamar de música, e então se torn a impossível não sofrer aqueles devaneios nostálgicos ao me lembrar de Death, Sarcófago, Bathory ou Hellham mer. Lembrome muito bem da primeira vez que ouv i álbuns como “Leprosy”, “Rotting Christ” e “Under The Sign Of The Black Mark”; foi quando realmente tive certeza que me identificava com a música pesada e que havia mais pessoas como eu ouvindo essas mes mas bandas. A euforia era indescritível, e agora o que podemos sentir com essas porcarias de hoje? O problem a de toda boa

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época é que ela jamais volta e quanto mais caminhamos na trilha do futuro, mais fica evidente que os verdadeiros e talentosos músicos perecem e se tornam cada vez mais raros. No entanto, os medíocres se alastram como câncer, dominados pela ganância – claro, porque pelo tipo de público que temos hoje, qualquer porcaria melosa com três versos de letra e uma repetição infinita de dois acordes já vira um hit de sucesso, com todo o apoio da mídia. Felizmente, ainda existem os verdadeiros fãs e músicos conscientes que estão determinados a seguir os passos dos antigos mestres e dar continuidade aos seus legados, guardando para sempre em suas almas as incríveis lembranças de lançamentos de álbuns clássicos e eternos, assim como os inesquecíveis shows. Não podemos dizer o que vai acontecer daqui para frente, quando mais gigantes finalmente caírem e perecerem, só podemos contar com nossas esperanças e acreditar que a nova geração da música não está totalmente perdida. Tenho esperanças que se salve, mas por agora posso dizer que se o apocalipse é, de fato, um conceito real, ele parece estar se manifestando na música. Por Yuri Azaghal


A divulgação é uma parte importante para qualquer artista. Claro, já que, além do fato de todo profissional ficar satisfeito sabendo que seu trabalho está sendo apreciado, muitos deles fazem da arte – no nosso caso, da música – o seu meio de sustento, salvo aqueles que só formam uma banda por puro prazer. Nessas ocasiões, é sempre bom ter uma ótima estratégia para conseguir a publicidade desejada. O problema é que muitas vezes certas bandas adotam uma postura, no mínimo, excêntrica para se autopromoverem. Isso não é relevante contanto que funcione, mas não podemos deixar de concordar que é bizarro! No caso dos músicos da banda Profanatica, sua tática foi confiar e abusar de uma estratégia bem “natural”. Claro que esse tipo de atitude é comum em bandas de metal extremo, onde até mesmo as bandas mais underground usam algum tipo de técnica para promover os álbuns – ou, na maioria dos casos, chocar. Mas nem sempre se trata de algo tão extremo. Há casos clássicos que servem de referência até hoje. Se você pensou no álbum “Bark At The Moon” do famoso príncipe das trevas, acertou. Claro que não houve qualquer problema na divulgação desse álbum, exceto para a pomba que o senhor Osbourne resolveu decapitar usando a própria boca durante a reunião de divulgação dele na época. Ao menos ele foi autêntico e fez o que realmente disse, certo? O pior são músicos que inventam mil e uma coisas a respeito de si mesmo unicamente para conseguir fama e passar aquela imagem de anticristo superstar para os outros, e depois resolve mostrar que tudo era mentira, revelando seu lado bom menino. No entanto, muitas vezes essa fama – ou seria infâmia? – acaba sendo obtida sem esse intuito por meio de um ato polêmico – pelo menos presumimos que eles não estejam pensando em promoção quando fazem certas bobagens. E a lista vai desde brigas, discussões e flagras pornográficos até suicídio e assassinato. Habilidade musical é crucial, bons contatos são essensiais, bons estúdios e gravadoras, idem, mas desde quando um evento caótico também não dá uma mãozinha? Você tinha se esquecido dessa do Mayhem? Aposto que a Noruega nunca esquecerá. Aliás, aposto que até mesmo seus autores jamais esquecerão, pois este é um dos casos em que a fama nem sempre é conveniente ou bem-vinda. Agora vamos parar, pensar e refletir. Que tipo de estratégia você usaria? Até que nível você quer que a fama domine a sua vida? Pense muito bem antes de agir com a sua banda. Agora, se você acha uma boa ideia decepar animais, incendiar igrejas, matar seus amigos, expor suas partes íntimas ou incentivar seus amigos ao suicídio e usar a foto deles mortos como capa em seus álbuns, então faça! Por quê? Oras, porque faz parte do metal ser bizarro! Por Yuri Azaghal

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As Dramatic Homage

conteúdo, e estão em estúdio finalizando o seu début álbum. Mais informações e amostra de faixas disponíveis, em: http://www.myspace.com/risedarktower Dynamus

A banda carioca As Dramatic Homage desde sua fundação, em 1999, apostou em um som mais atmosférico, o já reconhecido no mundo Avant-Garde, e assim eles o fazem com muito sucesso desde então! Com uma considerável estrada e alguns lançamentos em seu repertório, sendo o último o web single “The Age Of Transition”, a banda vem trabalhando em “Crowns”, seu novo petardo a ganhar a luz do mundo ainda esse ano e, com certeza, eles virão com muita qualidade! Mais informações e amostra de faixas disponíveis, em: http://www.myspace. com/asdramatichomageband Dark Tower

Cirugia Macabra

Thrash muito bom do nosso underground, o grupo baiano Dynamus nos mostra seu potencial com a demo “Nosce Te Ipsum” lançada, em 2009. Faixas como “Teatro Das Mentiras” e “Deixadas Para Trás” expõe a criatividade e talento do grupo, assim como sua ideologia. Vale a pena conferir, pois Dynamus é a prova de que para fazer bom metal não basta apenas habilidade musical, mas também força de vontade e amor verdadeiro ao estilo. Mais informações e amostra de faixas disponíveis, em: http://www.myspace.com/ dynamusxxx Exremains

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O Dark Tower é uma banda que caminha na tênue linha entre a brutalidade intensa – com vocais guturais bem urrados até os mais agudos e berros insanos, com passagens rápidas e ríspidas – e linhas melódicas maravilhosamente bem construídas com vocais limpos e bem compostos. A jovem banda carioca, desde sua fundação, em 2007, vem mostrando a que vieram com qualidade e muita raça. A banda se destaca por ter sido campeã, no ano de 2009, do Wacken Metal Battle na seletiva na cidade do Rio de Janeiro com uma apresentação matadora. No momento, eles estão com o web single “Lord OV The Vastlands” maravilhoso em todo o seu

com um vocal bem trabalhado e letras criativas. Dentre as novas bandas que verifiquei esses dias, essa é uma das que mais me chamou a atenção, não só pela sonoridade como pelo fato de fazer um bom trabalho sem uma gravadora apropriada. Recomendado para os fãs que desejam um Death Metal que foge do padrão temático, sem perder a brutalidade das melodias e a essência do feeling característico do estilo. Mais informações e amostra de faixas disponíveis, em: http://www.myspace.com/222597794

Ótimo Death Metal finlândes que teve início, em 2007, lançando sua demo “Silence Will Come”, em 2008. Ainda sem uma gravadora, a banda lança de modo independente seu primeiro álbum – na verdade um EP –, intitulado “Choices” com cinco faixas contendo um peso, uma harmonia e um ritmo incríveis,

Sempre achei que as bandas hispânicas têm o dom de fazer um Death Metal exageradamente brutal, gore e maravilhoso e a banda chilena Cirugia Macabra não me deixa mentir, apresentando sua demo “Te Lo Party Gore”, que só pela capa já notamos o que os nossos ouvidos esperam. As letras são como uma descrição de áudio do que vemos em documentários como “Atrocidades e Traços Da Morte”. As melodias estão brutais e bem produzidas, mostrando que a banda ainda tem muito a oferecer. Cirugia Macabra é uma banda que mostra que não é só o Brujeria que sabe fazer um bom metal em espanhol e faixas como “Procedimiento de Rutina” e “Los Odeo A Todos” mostram isso. Se a sua praia é a nojeira, a música extrema e a obsessão pela visão da morte, fique de olho nas novidades desses chilenos. Mais informações e amostra de faixas disponíveis, em: http://www.myspace.com/cirugiamacabrabrutalnastygore As Dramatic Homage e Dark Tower Por Augusto Hunter Dynamus, Exremains e Cirugia Macabra Por Yuri Azaghal


OZZY OSBOURNE – DEATH UNHALLOWED BLIZZARD & DIARY “30TH ANNIVERSARY” Os fãs do Príncipe Das Trevas terão motivo de sobra para festejar esse ano, pois o senhor Osbourne lançou, maio deste ano, “Blizzard & Diary” para comemorar os trinta anos de um de seus álbuns mais especiais, o “Blizzard Of Ozz”. O box contém a versão remasterizada e restaurada dos álbuns “Blizzard Of Ozz” e “Diary Of A Madman” em formato vinil e CD contendo faixas bônus, além de um poster duplo, uma réplica em tamanho natural da cruz de Ozzy, um livreto de 100 páginas, o CD “Ozzy Live” e o mais especial dos itens, um DVD intitulado “Thirty Years After The Blizzard”. Este último contendo uma grande quantidade de material inédito com entrevistas, performances e a participação de vários artistas famosos como Nikki Sixx, Steve Vai, Zakk Wylde, Lemmy Kilmister e outros. O DVD também tem foco na carreira de Ozzy na época em que Randy Rhoads fazia parte da banda, mostrando fotos, gravações e entrevistas inéditas com Ozzy e Rhoads. Com certeza, não sairá barato, e muitos pensarão “Nossa! Não acredito que existe gente que gasta tanto dinheiro em uma coisa dessas!”. O pessoal de fora que me perdoe, mas quem não é fã jamais entenderá. Tem gente que gasta uma fortuna colecionando tanta porcaria e nem por isso eu fico criticando...

GRAVE – DEATH UNHALLOWED Os fãs da banda sueca Grave podem comemorar, pois a banda aprontou nada menos do que quase sete horas de Death Metal legítimo e de pura qualidade. O box “Death Unhallowed” lançado, em novembro de 2010, pela Century Media Records traz em formato CD os álbuns “Putrefaction Of The Corpse”, “From Obscure Infinity”, “Into The Grave”, “You’ll Never See”, “...And Here I Die...Satisfied”, “Soulless”, “Hating Life”, “Extremely Rotten Life”, “Back From The Grave”, “Fiendish Regression” e “As Raptures Comes”, além de um duplo de CD e DVD do álbum “Enraptured”. É evidente que uma beleza dessas não sairá muito barato, mas para quem é fã da banda, é uma coisa linda de se ver e vale cada centavo.

SINISTER - ALTERED SINCE BIRTH 1990-2010 Mais uma boa prova que o ano de 2011 está sendo ótimo para o metal – nada mais justo, já que 2010 foi morbidamente uma droga. Uma das mais tradicionais bandas de Death Metal da Holanda também resolveu preparar um presente especial para os fãs. O pessoal do Sinister lançou, no final de fevereiro, um box especial, intitulado “Altered Since Birth 1990-2010” pela Massacre Records contendo nove clássicos de sua discografia, um DVD ao vivo, uma coletânea de faixas das demos e um livreto com a biografia oficial da banda, entrevistas exclusivas, descrição da discografia completa e a letra de cada música do repertório. Os álbuns presentes no box são “Demo-Nica”, “Cross The Styx”, “Diabolical Summoning”, “Hate & Bastards Saints”, “Agressive Measures”, “Creative Killings”, “Savage Or Grace”, “Afterburner” e “The Silent Howling”. É um item meio caro – na faixa dos R$ 150,00 –, e provavelmente o preço não vai mudar muito depois, mas é aquela velha história: fã verdadeiro que não é avarento e tem grana no bolso... Por Yuri Azaghal

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Por Fabiano dos Santos (Nubius Pendragon)




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P E D R RICARDO THOMAZ

M A R CUPIM LOMBARDI E L RACHEL MOSS V A LUIZ RIBEIRO

H U M M YURI AZAGHAL A N I I G C G O O N AUGUSTO HUNTER R S L S FERNANDA CUNHA C I H T E E R E R

! L L E H O T GO O METAL ESTÁ AQUI.

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